No Piauí, ambulância é flagrada ao transportar 10 pessoas

Um vídeo que mostra uma ambulância levando 10 pessoas chamou atenção da Polícia Rodoviária Federal do Piauí (PRF). As imagens, feitas por um dos passageiros, denuncia a superlotação e transporte irregular de pacientes. É possível ver um bebê sendo levado no colo sem a mínima segurança. Há quase uma semana, a PRF vem fazendo operação e cerca de 20 ambulâncias foram retidas por diversas irregularidades.

Na terça-feira (12), os próprios agentes da PRF gravaram um vídeo mostrando um caso semelhante. Uma ambulância que vinha da cidade de Beneditinos para Teresina, quatro pessoas eram transportadas na traseira do veículo, sendo duas crianças sentadas nas pernas de duas mulheres que estavam na maca, todas sem o cinto de segurança.

Outra abordagem feita na BR-343, uma ambulância de Lagoa do Sítiox, que fica a 243 km da capital, transportava seis passageiros sem cinto de segurança, sendo que apenas um idoso de 81 anos era o paciente e os demais pegavam carona. O motorista foi multado em R$ 191 e recebeu sete pontos na habilitação.

“Eu sempre peço aos passageiros para colocarem o cinto, mas eles não obedecem. Tenho consciência da infração e agora só vou transportar quem usar o equipamento de segurança”, comentou o motorista Lindonjons Pereira da Silva, que foi liberado após a autuação.

Conforme a Polícia Rodoviária Federal, dependendo do modelo de ambulância, se de suporte avançado ou não, a capacidade é de quatro a seis pessoas.

Outras irregularidades
As fiscalizações vêm sendo intensificadas desde a quinta-feira (7) e em apenas cinco dias, 20 veículos ficaram retidos por apresentar algum tipo de irregularidade.

A operação da PRF iniciou após o Sindicato dos Condutores de Veículos de Emergência denunciar problemas no transporte de urgência e do acidente com uma ambulância em Demerval Lobão mês passado, quando três pessoas morreram.

De acordo com o inspetor Tony Carlos, as principais infrações cometidas pelos motoristas de ambulâncias municipais são o transporte irregular de passageiros, ocupantes sem cinto de segurança e superlotação. Nestes casos, o veículo não fica retido, mas o condutor recebe a multa e só pode seguir viagem após regularização dos passageiros.

“As pessoas devem entender que a falta do uso do cinto é considerado uma infração grave. O passageiro que não usa o equipamento de segurança está sujeito a ter um traumatismo craniano ou deslocamento na coluna em caso de colisão e capotamento”, alertou.

Durante a fiscalização nas ambulâncias, os policiais rodoviários federais verificam se o motorista tem permissão para realizar o transporte de urgência, as condições físicas do condutor, como os passageiros estão sendo transportados e a quantidade de pessoas no veículo.

“Na maioria dos flagrantes percebemos que as ambulâncias não transportavam pacientes, mas pessoas que vinham para consultas, exames, aproveitava carona. Outro agravante é o acúmulo de multas registrados nos veículos, um deles tinha 150 infrações e a maioria por excesso de velocidade, o que pode resultar em acidentes”, comentou Tony Carlos.

A Polícia Rodoviária Federal irá elaborar um relatório com todas as irregularidades verificadas durante as fiscalizações, que será entregue no Ministério Público Estadual e prefeituras municipais para regularização das ambulâncias.

 

Fonte: G1