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PIO IX│Moradores do povoado Nova Esperança e técnicos do Governo Estadual se reúnem para discutir sobre impactos dos projetos econômicos

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Na manhã desta terça-feira (12), a equipe técnica do Governo do Estado do Piauí, juntamente com o pároco da Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio, de Pio IX, padre Gregório Lustosa, juntamente representantes da Cáritas Brasileira Regional do Piauí e Comissão da Pastoral da Terra, membros da SDR e CNBB Regional Nordeste 4, se reuniram, na capela de São Pedro, com moradores da comunidade Nova Esperança, na zona rural de Pio IX.

O objetivo da reunião foi ouvir os questionamentos dos moradores a respeito dos impactos do projetos econômicos como a implantação de uma empresa de energia eólica, na região.

O padre Gregório Lustosa antes de iniciar a reunião, rezou o Pai Nosso com todos.

Após a reza, a gerente de Articulação da Secretaria de Planejamento do Estado do Piauí, Patrícia Castro, deu as boas-vindas aos participantes e explicou a real finalidade da reunião.

“O objetivo da reunião é tratar com os moradores sobre anseios, expectativas e necessidades, a respeito dos projetos econômicos com a instalação da empresa de energia eólica. Viemos ouvir a comunidade ”, explicou Patrícia.

Além da comunidade Nova Esperança, moradores dos Assentamentos Paulo Freire I e II e povoado Santa Fé, tiveram presentes onde cada um tomou a palavra para externar seus questionamentos.

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O presidente do Sindicato do Trabalhadores Rurais, Naldo Andrade, destacou que empreendimentos geram impactos positivos e negativos. No entanto, é necessário conhecer quais tipos de impactos ambientais e sociais podem ser gerados com a implantação de uma empresa de energia eólica.

“Sabemos que todo grande empreendimento tem seus impactos, então é importante conhecermos quais são os impactos que o projeto vai trazer. Certamente nós moradores e agricultores familiares juntamente com as entidades que aqui estão, com certeza vamos ficar mais inteirados da forma correta sobre a situação, e assim acompanhar o andamento do projeto”, destacou o presidente do STTR.

O morador do assentamento Paulo Freire I, João Delmiro, reforçou a necessidade de maior averiguação e informação no que diz respeito a chegada e apresentação dos projetos. João frisou na reunião que mesmo antes da chegada da empresa os impactos já podem ser notados.

“Hoje já podemos perceber os impactos porque existem criações de animais que estão sendo afetadas. Vizinho a nossa terra, tem uma fazenda alugada para empresa e assim já estamos pagando por isso. A exemplo, aqui na nossa região já pode ser visto onças que estão migrando de outras regiões atingidas pelos grandes projetos. Na minha comunidade existe criador que já perdeu muitas cabeças de seu rebanho”, apontou João.

Ainda no momento de seu posicionamento, questionou se haveria riscos de prejuízos para as produções agrícolas.

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“Nós vivemos da roça e nós não podemos ter nossa produção prejudicada. A gente fica se perguntado: Vai prejudicar nossa produção na roça porque já é uma tradição, vivemos da roça e jamais sairemos dela”, questionou o morador do assentamento.

Moradora do assentamento Paulo Freire II, Maria de Jesus, fez o apontamento em relação as reservas de água. Segundo Maria, o reservatório de água, principalmente no período de estiagem é uma necessidade dos assentados. A segunda água como denomina, é voltada para produção.

“Nós temos aqui a primeira cisterna que é para beber e será que teríamos a segunda água para produção?” indagou.

O padre Gregório, no momento dos questionamentos, se posicionou quanto oportunidade de emprego para os moradores. De acordo com o pároco, a chegada da empresa beneficiando os moradores com emprego e renda traria benefícios, no entanto, do contrário, tornaria mais difícil a situação.

“Caso a empresa traga oportunidade de emprego para famílias das comunidades seria um dos pontos benéficos, caso contrário trazendo já seus funcionários com mentalidade diferente da realidade local haveria mais desconforto e certamente dificultaria a convivência”, frisou.

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Alguns dos impactos ambientais que o sacerdote destacou, é o barulho das torres onde já foram instaladas, provocando incômodos aos moradores.

“Aqueles que residirem por perto das torres, certamente terão que se deslocarem para outros lugares. As torres vão fazer barulho e incomodarão muito”, lembrou Lustosa.

Para o padre, o ideal é que os grupos mantenham sempre a união e assim acompanhem a documentação jurídica, principalmente.

“É necessário que haja sempre a união e assim tenhamos conhecimento mais aprofundado dos documentos e dos trâmites. Proponho ao Naldo, nos organizarmos para irmos lá na região de Simões e conhecer o local”, ressaltou.

Dentre os posicionamentos e colocações, José Elias, morador do assentamento Paulo Freire I, destacou quanto ao processo de indenização. Para ele, a implantação das torres em áreas que possuem residências, certamente haverá desapropriação e desvalorização. No tocante, reforçou sobre o acompanhamento da documentação, assinaturas e reivindicou emprego e renda para as famílias.

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“É necessário que a gente reivindique sobre a oportunidade de emprego. Outro ponto é que precisamos da união de todos”, frisou.

Moradora do assentamento Nova Esperança, Joilane Santos, fez explanação acerca das produções agrícolas, onde as plantações sofrerão perdas no que diz respeito a fertilidade. Para ela, a produção de Caju, como uma das principais fontes de renda na região seria afetada com a instalação das torres eólicas.

“Há vantagens e muitas desvantagens. Na apresentação do projeto foi encantador porque ninguém viu desvantagens. Não foi apresentado nenhuma desvantagem. De certo, vai causar muito impacto e com certeza as torres eólicas vão afetar as plantações de Caju que é uma das fontes de renda. Tive em Curral Novo e tivemos o conhecimento de que há muitos incômodos, as plantações não têm a mesma fertilidade, ainda mais, tem o barulho que incomodava as pessoas”, disse Joilane.

Residente no assentamento Nova Esperança, Sebastião Gerônimo, em seu posicionamento, salientou a respeito das propriedades e residências. Gerônimo disse que ao assinar o contrato, a falta de conhecimento e de orientação jurídica pode comprometer as propriedades territoriais e residenciais resultando na desapropriação.

“Temos que estar bem assessorados juridicamente e bastante unidos porque muitas pessoas não entendem dos termos que tem no contrato e, depois de assinar, não tem como voltar atrás. No momento em que foi apresentado o projeto, não tínhamos assessoramento jurídico. Essa é uma preocupação que devemos ter cuidado. A orientação é necessária”, finalizou o morador.

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O secretário executivo da Cáritas Brasileira Regional do Piauí, Adonias Moura, fez uma recomendação para que a população utilizasse a internet como fonte de orientação e pesquisa e procurasse órgãos capazes de prestar orientação e assessoria para assim facilitar a compreensão das pessoas.

“Vamos utilizar também a internet e, assim vai esclarecendo dúvidas e apontamentos a outras respostas. Chamo aqui também atenção para a comunidade no tocante às decisões coletivas. Vocês estão buscando esse processo da coletividade quanto às decisões”, recomendou

O trabalho de visitações teve início na região de Pio IX, ainda na tarde desta segunda-feira (11). Logo após a entrevista coletiva, em Picos, a comitiva se dirigiu para a comunidade Santa Fé, para dar início aos primeiros contatos com as comunidades com área abrangente.

Ao todo, o GT percorrerá cinco rotas, as quais, serão visitadas e todos os dados colhidos nas localidades serão elaborados em relatórios documentados e entregues ao governo estadual para que o Poder Executivo tenha conhecimento da realidade de cada região.

A comunidade Nova Esperança, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Naldo Andrade, possui área total de 1.235 hectares, sendo utilizado para o plantio agrícola, aproximadamente 400 ha.

As potencialidades econômicas e culturais da localidade são voltadas para agricultura no plantio de feijão, milho, mandioca, caju, melancia e o cultivar da apicultura na produção de mel. Outras culturas como a criação de ovinos, aves, suínos e agropecuária estão inseridas nas potencialidades econômicas. Além dessas, há culturas religiosas com templos católicos, evangélicos e também o artesanato, panificação e existência de profissionais da educação.

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