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“Até 20 boletins por dia”, diz Polinter sobre roubos e furtos de veículos

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Esta semana através da operação Sentinela, 16 pessoas foram presas por envolvimento com roubo e furto de veículos no Piauí. A Polinter, equipe responsável por esse tipo de investigação, já contabiliza mais de 510 ocorrências só nos últimos três meses. Os dados foram fornecidos ao OitoMeia pelo delegado Everton Férrer, quando explicou sobre a operação.

Só em outubro, a delegacia registrou 240 boletins de ocorrência. Fazendo matemática simples, é quase 60 por semana. Às vezes, segundo ele, as ocorrências somam “de 15 a 20 em um só dia”, afirmou. E o que as quadrilhas fazem com esses produtos? O delegado explicou que há três eixos observados durante as investigações.

“Há criminosos que furtam ou roubam veículos para cometer outros crimes como arrastões. Eles basicamente pegam o veículo, saem assaltando, pegando bolsa aqui, celular acolá e horas depois acabam o abandonando em algum terreno baldio. Eles  não vão assaltar à pé porque precisam fugir,   e usam motos em muitos dos casos. Outros criminosos já furtam e roubam para levar ao desmanche de peças, fazer adulteração de placas e outros componentes do veículo. Há ainda quem se envolve nos dois casos, porém é menos comum”, disse ao OitoMeia.

No mês passado, a Polícia Civil encontrou vários esconderijos de veículos roubados. Em José de Freitas, distante 56 km de Teresina, uma quadrilha usava um sítio de luxo para armazenar carros roubados. Na capital, no bairro Deus Quer, uma dupla fez um espaço de eventos de ‘fachadapara esconder motos roubadas. Já no litoral do Piauí, policiais militares encontraram um ‘cemitério’ de veículos, onde havia peças enterradas de motocicletas e carros.

Outro caso que ganhou repercussão em Teresina foi do criminoso que tirava ‘selfies’ ostentando os veículos que roubava. Uma das vítimas acabou reconhecendo o suspeito em uma foto, na qual ele posava com o carro dela, e a Polícia Civil iniciou um cerco para capturá-lo.

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Entre notícias e registro de crimes, as Polícias Civil e Militar já recuperaram mais de 2,1 mil veículos só este ano, de acordo com a planilha do delegado ao OitoMeia.

Polinter descobre sítio onde quadrilha escondia veículos roubados no Piauí e no Ceará (Foto: Divulgação/PC)

‘DUROU 3 SEGUNDOS’

Antônio Silva é professor e já teve duas motos roubadas. Na primeira vez, ele foi abordado por criminosos – em outra moto roubada – e disseram que atirariam nele se não entregasse a moto. O professor apenas entregou a chave e viu o pertence ser levado embora. “Tinha pago a terceira parcela”, acrescentou à reportagem.

Ele pediu para não ter o rosto divulgado, porque acredita que os suspeitos morem próximo ao bairro onde vive com a família. Mas, segundo Silva, a moto ainda não foi encontrada e agora não pensa em comprar outra.

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“Da primeira vez que fui roubado, eu tinha uma bis e o cara chegou e levou na estrada para a escola onde dava aula. Durou uns 3 segundos. Meses depois, eu decidi comprar outra, uma brós, para eu ir ao trabalho, mas levaram de novo. Esse eu não vi quem foi porque estava dentro de casa. Os vizinhos me falaram que era uns meninos que moram nas redondezas e que eles tinham até roubado a de um senhor que mora umas quadras depois daqui. Eles veem a moto na rua e pegam”, contou.

Segundo a Polinter, foram registrados mais de 190 furtos no mês passado, isto é, quando o criminoso não usa força contra a vítima e leva o veículo sem mesmo o dono perceber.

Bandido confessou crime por whats app e PM encontra esconderijo de produtos roubados no Deus Quer (Foto: Divulgação/PM)

A QUESTÃO DOS RECEPTADORES

“Se rouba ou furta, é porque alguém vai receber”, argumentou o delegado. A Polinter intensificou as investigações para identificar e prender os receptadores, parte importante que faz essa ‘engrenagem do crime’ acontecer.

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“Se um criminoso rouba, furta, é porque alguém vai receber. Ele não vai cometer crime todo dia para armazenar dez veículos dentro de casa, por exemplo. Alguém compra, alguém desmancha, alguém quer a peça e o veículo mais baratos. Nós investigamos, vamos atrás na medida do possível e acredito que em termos de resultados, conseguimos mais êxito em pegar esses nomes do que no ano passado. Todo mês fazemos operações como essa e queremos desarticular todo mundo. Esta semana cumprimos 18 mandados de prisão. É um ramo muito extenso. O aumento de roubos a pedestres também puxa o aumento no roubo de veículos. O bandido dificilmente vai roubar à pé, ele vai querer um transporte para fugir. Um número puxa o outro”, completou o delegado.

 FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME

Além do grande número de casos para resolver e um pátio cheio de veículos, o delegado Everton Ferrer destacou uma modalidade que dificulta as investigações: falsa comunicação de crime. Ao OitoMeia, a Polinter afirmou que recebe ao menos uma ocorrência do tipo por mês. Mas, por que isso?

“Uma prática complicada é quando uma pessoa vem aqui fazer o B.O. porque recebeu multa, recebeu uma dívida e não tem mais o veículo. Às vezes, a pessoa vende o veículo para outra e não transfere para o nome do comprador. Esse novo dono usa, empresta, vende e quando tem algum problema, a conta vai para o nome do original. O veículo não é mais dele, então vem aqui fazer o B.O. Esses conflitos contratuais, comerciais não se resolvem aqui. Ele diz que foi furto, mas a gente investiga e descobre que não foi e era só para recuperar a moto, por exemplo”, explicou Ferrer.

Esse tipo de ação, segundo ele, é ilegal e está previsto no artigo 340 do código penal: falsa comunicação de crime. “Em média temos um TCO desses por mês. Por isso a gente pede que não resolva isso aqui, mas com o comprador ou com o âmbito jurídico. Ele coloca em risco a si mesmo e a nova pessoa para quem ele vendeu o veículo”, finalizou.

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Fonte: Oito Meia

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