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Cáritas diz que 40% da população piauiense não tem acesso à água de qualidade

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No Dia Mundial da Água, celebrado nesta sexta-feira (20), entidades chamam atenção para a situação hídrica no semiárido piauiense. Segundo a representante da Cáritas Brasileira Regional do Piauí, Hortência Mendes, 40% da população não tem acesso à água de qualidade no estado.

Maria Francisca ao lado da cisterna que armazena a água levada pelo carro-pipa (Foto: Patrícia Andrade/G1)
Cisternas armazenam água em cidades atingidas
pela estiagem (Foto: Patrícia Andrade/G1)

O problema é ainda mais grave para as famílias castigadas pelos efeitos da estiagem. Segundo dados do Ministério da Integração Nacional, até o momento, 201 municípios decretaram Situação de Emergência. Enquanto isso, mais de 1 milhão de pessoas, de acordo com a Defesa Civil do Estado, sofrem sem alternativas.

Em Valença, Centro-Norte do Piauí, a agricultora Francisca Gomes da Silva, 62 anos, conta que a água que chega nas torneiras é imprópria para o consumo e como alternativa busca água no poço do vizinho. “Pago caro por um serviço que praticamente não uso, porque se eu quiser beber carrego balde na cabeça. A água que chega na minha casa é barrenta, tem mau cheiro e só serve para banhar ou lavar roupa. Quem bebe adoece da barriga”, declarou.

Para tratar do assunto e a falta de assistência no semiárido por parte do governo, lideranças comunitárias e órgãos voltados para o desenvolvimento rural promoveram na manhã desta sexta-feira (20) um ato público na Praça da Liberdade, Centro de Teresina.

Agricultores promoveram ato para cobrar soluções para o problema da seca (Foto: Catarina Costa / G1)
Agricultores promoveram ato para cobrar soluções para o problema da seca (Foto: Catarina Costa / G1)

Hortência Mendes lembrou que a água distribuída pelos carros- pipa não atendem todos os agricultores que sofrem com a seca e mesmo assim pagam caro por um recurso sem qualidade. Na tentativa de amenizar a situação, o Fórum de Convivência com o Semiárido já instalou 50 mil cisternas em 130 municípios e vem desenvolvendo outros projetos voltados ao homem do campo.

“Esse recurso tem ajudado as famílias na captação da água da chuva, mas sabemos que só isso não resolve. Estamos no quinto ano de seca no semiárido e não vemos providências do governo para amenizar a situação. Precisamos de políticas públicas, acesso ao crédito e de recursos hídricos diferenciados no semiárido para beneficiar estas famílias”, declarou.

A representante da Cáritas revelou que cisternas serão instaladas também nas escolas do semiárido, que estão sem aula por falta de água, além do incentivo para os próprios agricultores guardarem os grãos e não esperar apenas pelas ações do governo.

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Outro projeto que vem dado resultado é a dessalinização da água desenvolvida pelo Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí (Emater). Para engenheiro do órgão, José Tadeu Santos Oliveira, a técnica de transformar fontes de água salobra em potável também só ameniza o problema da seca e que é preciso alertar as autoridades para a problemática.

“Não estamos aqui festejando, mas alertando a sociedade para ouvir as comunidades do semiárido que necessitam de água e para que eles possam através de projetos tentar minimizar estes problemas”, disse.

 

Fonte: G1

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