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Dilma vai ao Senado para fazer sua defesa no impeachment

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Atualizada às 14h05

“Querer dizer que a crise fiscal do país é por conta de três decretos e uma operação de subsídio é inverter completamente a realidade. Não sei em que mundo estaríamos se uma crise na proporção que o Brasil está vivendo fosse devido a isto”. A declaração é da presidenta afastada Dilma Rousseff em resposta a uma pergunta da senadora Simone Tebet (PMDB-MS) que quis saber se a petista se arrependia da política fiscal adotada durante seus mandatos.

Simone Tebet afirmou que o governo Dilma “vendeu um Brasil irreal aos brasileiros” e a “maquiagem” das contas levou à perda de confiança dos investidores, recessão e desemprego recorde.

“Não inventei a crise”, rebateu Dilma, que está há quase duas horas respondendo aos senadores. Ela reiterou que não cometeu crimes de responsabilidade dos quais é acusada e afirmou que a crise vivida pelo país é um reflexo da situação enfrentada por todas as economias do mundo.

“Vocês estão criminalizando a política fiscal. Não foi o Brasil que passou por uma crise. Desde 2009 começamos a enfrentar a maior crise no mundo”, disse a presidenta afastada ao defender a política adotada durante o governo Lula, com medidas, segundo ela, anticíclicas para evitar que a crise afetasse o país.

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Decretos suplementares sem autorização
Sobre a acusação de ter editado decretos suplementares sem autorização do Poder Legislativo, Dilma repetiu que os instrumentos não criaram novas despesas e, sim, um remanejamento do uso de recursos da União. Ela ainda lembrou que havia um projeto de revisão da meta [fiscal] em tramitação no Congresso e disse que a meta “não é uma ação unilateral do Executivo”.

“Havia prática do Congresso que você poderia editar o decreto e aguardar até a aprovação. Com a urgência da economia que não fica esperando, é preciso que você tome medidas imediatas que vão comprometer interesses econômicos e direitos sociais. Não tem uma observação do Congresso dizendo ‘Executivo você não pode fazer isto’”, disse.

Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

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Ao rebater a acusação das pedaladas fiscais – atraso no repasse de recursos aos bancos públicos para a concessão de benefícios do Plano Safra – Dilma alertou que todo o mundo apoia a agricultura em seus países e voltou a afirmar que, constitucionalmente, o chefe do Executivo não interfere nestas políticas.

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“Neste processo não está prevista a intervenção da presidente da República. Isto não mudou. Que eu não estava presente não é porque eu queria ou não. É que não estava previsto. Fica muito difícil me condenar por algo que não tem fundamento”, afirmou.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

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‘Vingança sórdida de Cunha’
Primeira a usar o tempo reservado a senadores inscritos no quarto dia de julgamento do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), não fez perguntas. Embora do mesmo partido do presidente interino, Michel Temer, a senadora é uma das maiores defensoras de Dilma no Senado e usou os cinco minutos para reiterar o apoio à petista e listar melhorias na área agrícola durante o período em que foi ministra da Agricultura.

Segundo Kátia Abreu, Dilma foi a chefe do Executivo que mais deu atenção ao agronegócio nas últimas décadas. “Não tenho dúvida que esse impeachment é um processo que nasceu da vingança sórdida de Eduardo Cunha [ex-presidente da Câmara dos Deputados] e da ganância de um pequeno grupo pelo poder”, afirmou. Em tom inflamado, ela concluiu dizendo que “a história do Brasil vai contar aos brasileiros de hoje e do futuro o que estamos assistindo aqui”.

Foto: Jane de Araújo/Agência Senado

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Em resposta ao pronunciamento da senadora, Dilma afirmou que o processo contra ela “coloca em causa o futuro do país”. “A partir de agora, sem base em questões juridicamente fundadas, será possível afastar governantes de suas funções. Se isso não é instabilidade política, eu acredito que poucas coisas são”, disse. Segundo ela, com o impeachment, a instabilidade jurídica estará instalada.

Lula e Chico Buarque nas galerias
O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanha a sessão no Senado desde a chegada de Dilma. Ele é um dos convidados da petista que estão nas galerias do plenário. Dilma também veio acompanhada pelo cantor Chico Buarque de Hollanda e de ex-ministros de seu governo, como Jacques Wagner e Ricardo Berzoini.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

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Do lado da acusação, que também apresentou uma lista de convidados, estão representantes de movimentos sociais como o Vem para a Rua e a filha do jurista Hélio Bicudo, um dos autores do pedido que deu origem ao processo de impeachment.

Fonte: Agência Brasil

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