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Direção do CEM reduz fugas de menores com arte, leitura e ajuda dos pais

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De olheiras, mas com um brilho nos olhos, a nova diretora do CEM (Centro Educacional Masculino), Sheyla Batista Rodrigues, fala com convicção: “é possível recuperar os adolescentes e meu ideal é buscar a família para juntos deles”.

Com apenas seis meses à frente do CEM, Sheyla enfrenta boatos de fugas, trabalha com poucos recursos e implanta uma nova disciplina apostando na leitura, arte e esporte como instrumentos de ressocialização.

O Cidadeverde.com visitou o CEM e foi recepcionado pela direção. Sheyla conta que, atualmente, no centro atende 130 adolescentes, quando a capacidade é para 110.

Ela nega possíveis fugas esta semana e diz que a última foi há 15 dias e seis tentaram sair do CEM, mas somente um menor da cidade de Porto conseguiu pular o muro. Segundo ela, as novas medidas têm reduzido as tentativas de fugas.

Aulas de violão, oficina de artesanatos, atividades esportivas e leituras têm sido ferramentas para melhorar a autoestima dos adolescentes. O CEM criou também as salas de leituras, artes e brinquedoteca. Os internos estão assistindo aulas das disciplinas e tendo como complemento aulas de filosofia e cidadania.

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Aqui são tratados como gente

Uma aliada de Sheyla, a Maria da Conceição da Silva Araújo, do Comitê de Educação em Direitos Humanos informa que o tratamento hoje é outro.

“Ele não estão sendo torturados como ocorria na gestão passada. Hoje, eles são tratados como gente”, disse Maria da Conceição, que também é do Comitê de Prevenção e Combate à Tortura e denunciou maus tratos aos menores ao comitê nacional praticado contra a administração passada.
A direção garante que está barrando a entrada de drogas e aparelhos celulares.

Ajuda dos pais

Para a nova direção, o avanço na ressocialização dos meninos só ocorrerá com ajuda da família. Sheyla informa que o CEM está fornecendo vale para os pais visitarem seus filhos no centro. Segundo ela, os resultados são surpreendentes. “Isso acalma os meninos e ajuda na ressocalização”, disse Sheyla.

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Ela conta que existia interno que passou um ano sem receber a visita da família. No entanto, existem mães e pais que não querem visitar os filhos. “Eu ligo cobrando as visitas porque acho que o elo com a família é importante e, às vezes, a mãe recebe vale transporte e cesta básica e mesmo assim não vem, mas estamos quebrando barreiras aos poucos”, disse entusiasmada.

Sala de Leitura

“Acredito que aqui é a semente da liberdade”, diz Maria da Conceição ao mostrar com Sheyla a sala de leitura que foi aberta recentemente. No mural estão expostas redações dos adolescentes que frequentam a sala. Segundo Sheyla, ao contrário do que muitos pensam os adolescentes adoram o lugar. “100% dos interno frequentam a sala de leitura e adoram”, garantiu.

Perfil dos adolescentes no CEM

* Na idade de 14 anos a 19 anos
* 80% dos internos já usaram drogas
* maioria tem ensino fundamental incompleto
* são negros ou pardos
* 50% são filhos de pais separados

Sheyla Rodrigues, assistente social, diretora do CEM

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Ajude o CEM

A diretora está pedindo para quem puder doar violões, brinquedos, papel chamequinho colorido, colas e chinelos. Quem quiser doar é só entrar em contato com o CEM.

Fonte: Cidade Verde

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