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‘Eles aprenderam muito conosco’, diz piauiense ao voltar após missão no Haiti

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Os militares da Guarnição de Teresina que fizeram parte dos contingentes da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah) foram homenageados na manhã desta sexta-feira (20) em uma solenidade militar no 2º Batalhão de Engenharia de Construção (2º BEC). Após 13 anos no Haiti, as tropas brasileiras encerraram em 2017 suas participações nas áreas de engenharia, saúde e segurança, entre outras.

Entre os representantes que partiram do Piauí, o G1 conheceu algumas das experiências vividas por brasileiros em terras estrangeiras, onde reforçaram a carreira profissional e humanitária enquanto contribuíam para a melhoria na qualidade de vida dos haitianos.

Dos 37.500 militares brasileiros que integraram os contingentes no Haiti, 213 eram mulheres que cumpriam funções diversas nas bases da Organização das Nações Unidas (ONU).

Militares do contingente de Teresina que participaram ao longo dos 13 anos de missão das tropas brasileiras no Haiti (Foto: Junior Feitosa/G1)

Militares do contingente de Teresina que participaram ao longo dos 13 anos de missão das tropas brasileiras no Haiti (Foto: Junior Feitosa/G1)

Entre elas estava a capitão Sofia Meirose, do 2º BEC, que trabalhou nos setores de Engenharia e Comunicação Social. Ela passou um total de oito meses em missão internacional e, entre os resultados mais positivos, destacou a evolução estrutural e organizacional do Haiti.

Capitão Sofia trabalhou nos setores de Engenharia e Comunicação Social no Haiti (Foto: Junior Feitosa/G1)

Capitão Sofia trabalhou nos setores de Engenharia e Comunicação Social no Haiti (Foto: Junior Feitosa/G1)

“Fui no ano de 2011, fazia cerca de um ano e meio que havia ocorrido o terremoto e o país ainda estava bastante destruído, tinha muitos campos de pessoas deslocadas, que moravam em barracas de lonas brancas. Quando tive a oportunidade de voltar, em um período curto de tempo, em 2014 e 2015 e vi que essa situação se reverteu, esses campos não existiam mais e o país estava mais limpo e vimos a melhora do país”, ressaltou.

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Sentimento forte pelo Brasil

A influência da presença do Brasil foi tão marcante que após certo tempo a comunicação, que era uma das dificuldades para alguns militares, se tornou um elo principalmente com as crianças que aprenderam português. Isso chamou a atenção do cabo Caio Vieira, cuja maior dificuldade foi a distância e o tempo longe da família.

“Muitas pessoas aprenderam o nosso idioma, você chega e já vê crianças de 5 e 6 anos falando português fluentemente. Em relação à missão, isso foi um ponto positivo porque eles aprenderam muito conosco, principalmente a nossa língua”, pontuou.

Militar brasileiro que integrava a Minustah, missão de paz da ONU no Haiti, entrega garrafas d'água para uma criança haitiana após o terremoto devastador ocorrido em janeiro de 2010 (Foto: Jewel Sawad/AFP/Arquivo)

Militar brasileiro que integrava a Minustah, missão de paz da ONU no Haiti, entrega garrafas d’água para uma criança haitiana após o terremoto devastador ocorrido em janeiro de 2010 (Foto: Jewel Sawad/AFP/Arquivo)

Tanta sincronia fez com que a paixão pelo Brasil despertasse nos corações dos haitianos que encontraram esperança e suporte nas cores verde, amarela, azul e branca estampadas na bandeira brasileira. Chamados de Bon Bagay, que significa Sangue Bom na língua local, os brasileiros viam frequentemente bandeiras do Brasil estampadas nas casas.

O segundo-sargento Leonardo José Lima, explicou ao G1 que as dificuldades dos nativos são tantas que por menor que fosse o trabalho cumprido, era possível fazer uma família sorrir.

“A gente viu que a bandeira do Brasil no Haiti é muito mais desfraldada do que aqui em nossa própria terra. Em todas as casas é possível ver uma bandeira do Brasil. Outra maneira onde percebemos o valor de nosso trabalho para eles, é que a distribuição de água e alimentos fez com que eles tivessem uma afeição muito grande por nós”, contou.

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Desastres

Ao longo da missão, que iniciou em 2004 e finalizou em 2017, dezoito militares faleceram no exercício de seus ofícios durante o terremoto que assolou o Haiti em 2010 deixando ruínas em todo o território, nenhum deles piauiense. Para o Coronel Alessandro da Silva, que comandou o contingente de Engenharia das Forças de Paz em 2014, servir no Haiti foi um contributo importante para a qualificação das tropas.

Além do terremoto de 2010, que registrou 7 graus de magnitude, o furacão Matthew assolou o Haiti e matou centenas de pessoas. Em outubro de 2016, o vento de 230 km/h destruiu casas e derrubou árvores, postes e pontes do país considerado o mais pobre das Américas.

Boulevard Jean-Jacques Dessaline, no centro de Porto Príncipe, capital do Haiti. A via foi uma das mais atingidas pelo terremoto de janeiro de 2010 e, na ocasião, muitos de seus prédios ficaram em ruínas. (Foto: Tahiane Stochero/G1)

Boulevard Jean-Jacques Dessaline, no centro de Porto Príncipe, capital do Haiti. A via foi uma das mais atingidas pelo terremoto de janeiro de 2010 e, na ocasião, muitos de seus prédios ficaram em ruínas. (Foto: Tahiane Stochero/G1)

“As tropas de engenharia tiveram a capacidade de realizar trabalhos como reformar creches, escolas e apoiar em casos de calamidades públicas. No caso do desastre de 2010, a participação das tropas de Engenharia foi bastante intensa. Com isso, pudemos contribuir com uma nação amiga, amenizando um pouco o sofrimento dos cidadãos haitianos”, contou.

Fonte: G1

Foto destaque: Jewel Sawad/AFP/Arquivo)

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