Em cinco meses, 136 bebês morreram por falta de UTIs na Maternidade Evangelina Rosa

Em Teresina, bebês que nasceram prematuramente morreram por falta de estrutura. A denúncia, do vereador Lázaro Rogério, foi baseada em levantamento da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Teresina. De acordo com o relatório, de janeiro à metade do mês de maio, 136 bebês morreram por falta de mais leitos de UTIs neonatais na Maternidade Dona Evangelina Rosa, na Capital.

Para o vereador Lázaro Rogério Carvalho Soares, a situação da maternidade é calamidade, de guerra.

“Os bebês foram a óbito por falta de uma Unidade de Tratamento Intensivo. Eram crianças perfeitamente recuperáveis, que nasceram prematuras, os pulmões ainda não tinham amadurecido o suficiente, mas se tivessem tido assistência ventilatória e cuidados adequados, perfeitamente poderiam viver e serem pessoas normais”, disse o vereador.

Ele denuncia também o fechamento de UTIs na maternidade do Dirceu.

“Por uma questão administrativa, essa UTI foi deslocada para a maternidade do Buenos Aires. A recuperação de bebês lá era acima de 90%. Tínhamos seis leitos e só nesse processo de deslocamento, pelo menos, duas crianças foram a óbito. Isso é muito grave”, disse.

Lázaro Rogério ressalta que, nesta quarta-feira (24), será votado um requerimento para discussão da situação em audiência na Câmara de Vereadores.

“Essa questão de falta de leito em UTIs não é de hoje. Mas, absurdamente, nesses primeiros cinco meses, ocorreram todos esses casos que coincidiram em um número expressivo de mortes, quase epidêmicos. A superlotação, principalmente na maternidade Evangelina Rosa, que deveria ser uma unidade de atenção terciária, mais complexa, piora a situação, pois lá existe uma cultura de receber todos os casos. Com isso, situações mais graves de crianças prematuras, por exemplo, não encontram um ambiente adequado para a recuperação”, finaliza o vereador Lázaro Rogério.

Fonte: CidadeVerde