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Neta de Lampião e Maria Bonita lança livro sobre a avó no Piauí

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O cangaço de Lampião e Maria Bonita, que permeia o imaginário de muitos nordestinos, inspirou uma neta do casal, Vera Ferreira a contar uma história que nem sempre é abordada: a do papel de Maria Bonita no grupo.

Jornalista e escritora, a autora disse que o objetivo principal da obra intitulada “Bonita – Maria do Capitão” é relembrar a história da avó, nascida Maria Gomes de Oliveira, e que se tornou Maria Bonita.

“A gente estava devendo à minha avó a história dela, porque ela era sempre coadjuvante. E eu disse ‘Não, tem que mudar essa história’, afinal de contas, a mulher tem um papel muito importante no cangaço”, disse.

O grupo foi morto em julho de 1938, e o livro também traz os oitenta anos do episódio em que Lampião, Maria Bonita e os demais cangaceiros foram surpreendidos pela polícia da época, conhecida como ‘volantes’, e mortos na fazenda Angicos, em Sergipe.

Vera Ferreira relatou que buscou trazer no livro relatos do convívio que teve com pessoas que compuseram o cangaço, e por meio de pesquisas que fez para recontar a história.

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“A gente conviveu com esses cangaceiros, com pessoas que conviveram com eles, com irmãs, parentes, tias-avós minhas, então a gente passa de uma maneira que as pessoas tem que entender que a história é recente, vai fazer 80 anos agora em julho, aconteceu ontem”, explicou.

Livro 'Bonita - Maria do Capitão' é lançado no Salão do Livro do Piauí (Foto: Reprodução/TV Clube)

Livro ‘Bonita – Maria do Capitão’ é lançado no Salão do Livro do Piauí (Foto: Reprodução/TV Clube)

A autora detalhou que durante o período de pesquisa encontrou casos interessantes sobre a relação do sertanejo com o cangaço, mas que tentava que a condição de neta não interferisse nos levantamentos de informações.

“Nós estivemos em Floresta, uma região que tem um dos maiores perseguidores do meu avô, um volante que tinha a foto do meu avô da parede. Toda vez que eu pesquisava, eu nunca me apresentava como neta deles. Não era medo e vergonha, ao contrário, eu tenho muito orgulho de ser neta deles. Só que não queria comprometer a pesquisa”.

Vera relatou que chamou a atenção a admiração que as pessoas no sertão, inclusive os ‘inimigos’ do cangaço, tinham com relação a Lampião.

“Eu disse ‘Por que você perseguia o Lampião e tem uma foto dele?’ Ele disse: ‘Por que eu admirava ele’. Você dizia, ‘Lampião era um estuprador?‘ ‘Não, isso não era comportamento dele’. Quer dizer, apesar de ser inimigos, os sertanejos são muito fieis, muito reais, no julgamento”, explicou.

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O livro vai ser lançado às 19h nesta sexta-feira (8) no Bate Papo Literário, dentro da programação do Salão do Livro do Piauí (Salipi), que acontece no Espaço Rosa dos Ventos, na Universidade Federal do Piauí em Teresina.

Fonte: G1 PI

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