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PICOS | Neta de Lampião e Maria Bonita debate sobre importância dos avós na história brasileira no Salivag

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Com o tema “Os caminhos da pesquisa sobre meus avós”, a jornalista Vera Ferreira, filha de Expedita Ferreira, única filha do casal de cangaceiros Lampião e Maria Bonita, lotou o auditório do Salão de Livros do Vale do Guaribas em Picos, na noite desta sexta-feira (13).

Há muitos anos a jornalista, que também é escritora, palestrante e empreendedora, reúne objetos e depoimentos sobre a trajetória do maior líder do cangaço na história brasileira, assim como da primeira mulher a integrar um grupo de cangaceiros, seus avós, respectivamente Lampião e Maria Bonita.

Vera Ferreira declarou, durante sua palestra, que o único contato familiar com seu avô foi através de um tio, o qual criou sua mãe, e a quem ela chamava de “Vovô João. Disse ter chegado a conhecer suas tias maternas. Ela também mencionou o relacionamento que teve com ex-cangaceiros e ex-volantes, no processo de descoberta da história de seus avós.

“São 81 anos da morte de meus avós e, a cada momento as pessoas querem saber mais, e isso é maravilhoso. Vovô João foi quem criou minha mãe. Ele foi o único a não entrar para o cangaço. Meus parentes paternos com quem tive contato foram ele e minha tia Mocinha, irmã mais nova de meu avô Lampião. Conheci e mantive contato com as irmãs de minha avó, com cangaceiros e ex-volantes. Tenho uma proximidade muito grande com pessoas que viveram direta ou indiretamente com o cangaço. A gente tem que se preocupar em repassar a história como ela realmente aconteceu e não querer ser mais do que ela. Essa é minha luta. Eu acho que o cangaço vai ser uma marca eterna no Nordeste e minha preocupação é sempre passar essa história com seriedade”, declarou.

A neta de Lampião e Maria Bonita relatou que o Salivag é um evento que se faz importante na vida da sociedade picoense e da macrorregião, e parabenizou aos idealizadores e equipe de organização.

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“Quando a gente vem participar de um momento como este, que é tão importante para a nova geração, tem que agradecer à toda equipe que fez isso acontecer, porque não é fácil. Agradecer à secretária, ao prefeito e a todos os envolvidos. É um orgulho muito grande estar aqui para falar da história de meus avós. Sempre digo que a cada vez que alguém fala, abre-se um espaço para incentivar as pessoas a procurarem mais, incentiva as pessoas a lerem. Cada um nasce com uma missão. Minha mãe é a única filha deles e está viva, completando seus 87 anos hoje (nesta sexta, 13), com três filhos e digo que tomei como missão minha passar a história de meus avós com responsabilidade e comprometimento. E faço isso com o maior prazer da minha vida”, declarou.

O jornalista Isael Pereira esteve presente durante a palestra e disse estar maravilhado com a forma com que o cangaço foi descrito, totalmente oposto ao que aprendeu enquanto estudante da rede básica de ensino.

“Nas escolas a gente recebe, por meio dos livros didáticos e dos professores, uma visão totalmente diferente do que o que ela traz na sua palestra a respeito do cangaço. A escola perpassa uma visão de Lampião e do grupo dele como somente sanguinários, ladrões, assassinos. E hoje ela nos trouxe todo um contexto histórico, toda uma explicação sobre esse movimento que foi o Cangaço, o maior do Nordeste. Gostei muito. Acho o trabalho dela de extrema importância, principalmente para nós do Nordeste. E para não deixar a história morrer. Um momento como esse é importante para que a gente possa ter uma segunda visão sobre determinado assunto e não levarmos para a vida toda uma versão que foi passada como verdade absoluta”, enfatizou.

Ao final da palestra a banda “Armenina” se apresentou no palco do Salivag, com uma variedade musical que passeou desde o forró pé-de-serra ao reggae.

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