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Solução para BR 135 depende só de Brasília

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Com o acidente de sábado passado, que levou nove vidas, já são mais de 30 mortes em menos de meio ano, e apenas no trecho de pouco mais de 600 km que corta o Piauí. Os números são suficientes para mostrar que a BR 135 tornou-se uma trágica realidade. Mostram também que algo precisa ser feito, urgentemente. E essa urgência está nas mãos de Brasília, especialmente no Ministério dos Transportes e particularmente na bancada piauiense no Congresso.

A BR 135 tem, ao todo, mais de 2.600 km entre o ponto de partida, em São Luís (MA) e a chegada, em Belo Horizonte (MG). O trecho piauiense da 135 começa em Jerumenha, cortando todo o extremo sul do Estado até a fronteira com a Bahia, em Cristalândia. A rodovia segue pelo oeste baiano por quase 500 km e entra no norte mineiro, onde percorre quase 800 km até BH.

O traçado piauiense tem mais de 45 anos. Na prática, significa uma estrada estreita na maior parte do percurso e sinuosa em alguns pontos. Com um detalhe: a realidade de hoje é pior que a dos anos 1970, porque hoje apresenta desgastes sérios, como os acostamentos com até 35 centímetros de diferença para o nível da pista. Ou seja: verdadeiras armadilhas para os motoristas.

O diagnóstico sobre a situação da BR 135 é conhecido. Tem mais de 40 páginas, elaborado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e entregue em maio a cada integrante da bancada do Piauí no Congresso. Segundo o relatório da PRF, a BR 135 tem trechos sem acostamento e outros muitos estreitos, sequer permitindo que dois carros maiores passem um pelo outro.

Os técnicos apontam a necessidade de ampliação da rodovia, alargando-a. E o DNIT sabe disso, tanto que tem projeto pronto para essa tarefa no trecho piauiense. O custo: cerca de R$ 350 milhões. Mas junto do projeto vem a informação: não tem dinheiro para executá-lo.

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Com o diagnóstico claro e as mortes sendo contadas já às dezenas, as alternativas que se apresentam são limitadas. Num caráter emergencial, a própria PRF sugere a interdição na BR 135, o que significa estabelecer limites de horário para circulação de veículos. Mas é uma alternativa terrível, sobretudo pelo impacto negativo na economia da região.

Numa perspectiva de solução definitiva, a saída é uma só: ampliar a rodovia. Mas para isso é preciso que Brasília se mostre presente. O Ministério do Transporte pode colocar a BR 135 entre suas prioridades. As mortes repetidas deixam claro que essa prioridade não pode ser só de discurso, nem para depois de amanhã. Tem que ser real e urgente.

É aí onde entra o papel da bancada do Piauí no Congresso. Cabe a ela cobrar com urgência uma resposta do governo federal para essa estrada que multiplica tragédias. Para que as tragédias não se repitam, é hora do projeto do DNIT sair do papel. E a bancada pode fazer isso tanto agindo diretamente junto ao Ministério dos Transportes, para já, como também assegurando no Orçamento da União recursos para que esse trabalho seja garantido no próximo ano.

Com tantas mortes, não cabe mais fazer de conta que nada de mais acontece. Nem simplesmente nada fazer.

cidadeverde

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