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Viúva é condenada a 24 anos de prisão pela morte de Nondas Feitosa

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Depois de mais de 20 horas de julgamento, Antonia Sousa de Andrade Rocha foi condenada na noite desta quarta-feira (18) a 24 anos de prisão, em regime fechado, pela morte de Epaminondas Coutinho Feitosa. Ela e a vítima mantinham um relacionamento estável que durou 12 anos e só terminou com a morte do empresário, executado a tiros em 8 de junho de 2013.

Antonia Andrade, a Toinha, foi apontada pela investigação como a mandante da execução. O júri formado por sete pessoas – cinco mulheres e dois homens – considerou a ré culpada de grande parte das acusações. A sentença foi lida às 22h30 pela juíza titular da 5ª Vara da Comarca de Picos, Nilcimar Rodrigues de Araújo Carvalho.

A decisão considera que o crime teve motivação torpe, meio cruel e utilização de recurso que impossibilitou ou dificultou a defesa da vítima. Um dos motivos para a morte do empresário seria um seguro de vida no valor de R$ 400 mil.

Antonia Andrade ouviu a sentença de cabeça erguida. Familiares de Epaminondas se emocionaram e choraram em silêncio durante a leitura.

Ré acompanha leitura da sentença (Foto: Jesika Mayara)

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O julgamento foi encerrado depois de dois dias de depoimentos, vídeos, áudios, debates e, por fim, a decisão. A defesa informou que vai recorrer da sentença.

Antonia Andrade saiu do Fórum Governador Helvídio Nunes de cabeça baixa e escoltada por policiais militares. A família e amigos do empresário morto esperavam do lado de fora e gritavam que “a justiça foi feita”, alguns chamando a ré de “viúva negra”.

Acusação elogiou sentença 

O advogado assistente da acusação, José Solano Feitosa, elogiou a atuação do júri e da magistrada. “Estamos felizes não pela condenação apenas e tão somente, mas por ter sido feita a justiça. Saio daqui com a consciência tranquila, assim como saem os jurados e todas as pessoas envolvidas nesse processo”, pontua.

Solano disse entender que a pena de 24 anos em regime fechado foi justa. “É uma pena absolutamente justa porque um jovem de pouco mais de 34 anos foi tolhido de viver. Não teve o direito de ver o crescimento do seu filho e conviver com a velhice de seus pais idosos. E a própria sociedade de Picos ficou órfã de uma pessoa que transitava muito bem entre as pessoas, tinha uma vida pautada na decência e no trabalho”, argumenta.

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Solano ainda crítica a postura de Antonia Andrade durante seu depoimento. “Ela é uma criminosa absolutamente dissimulada. E fazendo uso dessa dissimulação, ela em alguns instantes foi desrespeitosa para comigo. Eu encaro isso com muita naturalidade, ela chegou até mesmo a ser desrespeitosa com a magistrada. Fez um papel de atriz de terceira categoria, quis sair da condição de vilã para a condição de vítima”, destaca.

Defesa quer anulação

O advogado de Antonia Andrade, Herval Ribeiro, disse entender que a decisão dos jurados é contrária às provas dos autos. “Na própria audiência nós já interpusemos recurso e agora cabe ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí decidir a possibilidade de se anular esse julgamento para que ela seja submetida a um novo júri”, frisa.

Para ele, a avaliação do julgamento é positiva. “Não houve nenhuma surpresa. Novamente eu insisto em entender que não existem provas suficientes para a condenação, talvez o que tenha pesado para a decisão dos jurados foi a repercussão do fato. A gente entende que esse fato repercutiu em todo o estado do Piauí”, reforça.

A defesa acredita que o recurso deve ser julgado em aproximadamente seis meses. Caso seja deferido o pleito junto ao TJ-PI, dentro de oito meses ou um ano a acusada passará por um novo julgamento. “Nós entendemos que os jurados tomaram uma decisão contrariando o que tem no processo, que ao nosso ver e nosso entender, não existem provas suficientes para levar à condenação. E os jurados condenaram”, finaliza.

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O crime

Epaminondas Coutinho Feitosa, o Nondas, como era conhecido, foi assassinado em 8 de junho de 2013, na porta de casa. Dois homens se aproximaram em uma moto quando o empresário saia da residência onde vivia com a família e atiraram diversas vezes contra ele.

Os dois assassinos confessos de Epaminondas, José Manoel dos Santos Matos, o Santinho, e Irinaldo José do Nascimento, o Teté, acusam a empresária Antônia Andrade de ser a mandante do crime.

O inquérito policial apontou que Antônia seria a mandante do crime; Tiago Osório Cavalcante, o agenciador da morte; e José Manoel dos Santos Matos, o Santinho, e Irinaldo José do Nascimento, o Teté, os assassinos. Tiago, Santinho e Teté ainda não foram julgamento.

 

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