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De onde vem o dinheiro? O que o São Paulo precisa para bancar Daniel Alves, Juanfran, Pato & Cia

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Resumindo: o São Paulo precisa vender pelo menos R$ 75 milhões em jogadores nos próximos meses para poder bancar os salários de Daniel Alves, Juanfran, Alexandre Pato, Hernanes & Cia. Além disso, precisará reduzir a folha salarial com saída de outros quatro ou cinco jogadores. E, claro, fazer valer o projeto de exploração de imagem de Daniel Alves. Isso se não quiser fechar o ano no vermelho.

O São Paulo dará conta de tanto gasto?

Apresentado com transmissão ao vivo e mais de 40 mil ingressos vendidos, Daniel Alves chega ao São Paulo com o status de maior contratação do clube neste século. Status e custo, claro. Com remuneração próxima a 4,5 milhões de euros por temporada (cerca de R$ 19 milhões), o lateral também passa a ser o mais bem remunerado do futebol brasileiro. Ele ainda tem a companhia do espanhol Juanfran, de Alexandre Pato e Hernanes, todos com salários acima da média.

A base para compreender os riscos dessas contratações está no orçamento para 2019, produzido pelo clube no fim do ano passado com as previsões financeiras para esta temporada. Apesar de o documento não ter sido publicado, o GloboEsporte.com obteve alguns números.

O São Paulo calculou que arrecadaria R$ 471 milhões em 2019. Descontados os custos que teria no decorrer da temporada, ficaria um superavit de R$ 3 milhões. Um lucro simbólico. Só para fechar a conta. Esses dois números são importantes ao avaliar os reforços deste ano.

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Há motivos para crer que aquele orçamento não será cumprido por parte das receitas. Em primeiro lugar, por mau desempenho do futebol, eliminado precocemente na Libertadores e na Copa do Brasil, o clube não poderá contar com todo o dinheiro que se preparou para receber. Por não alcançar as fases que pretendia chegar, a diretoria calcula que deixará de arrecadar algo entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões.

Em segundo lugar, uma parte considerável deste faturamento está vinculada a transferências de atletas que ainda não ocorreram. Do total, R$ 122 milhões precisam sair de vendas para que o orçamento seja cumprido. Até o momento, o São Paulo vendeu Rodrigo Caio por R$ 22 milhões e obteve um repasse de R$ 25 milhões da transferência de Éder Militão. Ainda é pouco.

Grosseiramente, faltam R$ 75 milhões para que o clube chegue em sua própria previsão orçamentária. Sendo ainda mais direto: precisa vender jogador para equilibrar as contas. Se não vender, fecha no vermelho.
Leco e Raí apresentam Daniel Alves no São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Leco e Raí apresentam Daniel Alves no São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

Embora não tenhamos números precisos do lado dos custos, sabemos que a diretoria tricolor não previu tantas contratações ao formular seu orçamento.

Daniel Alves, Juanfran, Alexandre Pato, Hernanes e outros jogadores do elenco custam mais em salários, luvas e direitos de imagem do que o departamento financeiro estava pronto para pagar.

Ou seja: o clube não estava preparado para tantas estrelas.

As receitas estão mais baixas do que previa o orçamento. As despesas estão mais altas. E não havia margem para tanta diferença. Se o clube tivesse preparado uma previsão em que haveria superavit de R$ 50 milhões, por exemplo, esta “gordura” poderia ser usada para fazer os investimentos. Como trabalhava com um lucro mirrado de R$ 3 milhões, agora o clube precisa correr atrás para não terminar o ano no vermelho.

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Neste contexto desafiador no aspecto financeiro, o São Paulo trabalha com três frentes de atuação para enquadrar despesas nas receitas.

Leco tem tarefa de organizar finanças do São Paulo após reforços — Foto: Marcos Ribolli

Leco tem tarefa de organizar finanças do São Paulo após reforços — Foto: Marcos Ribolli

1. Redução da folha salarial

Começou com a saída de Nenê em julho. A rescisão do contrato do jogador aliviou a folha salarial tricolor. Mas ainda é pouco. Hoje o clube trabalha com a perspectiva de liberar mais quatro ou cinco jogadores para abrir espaço para os salários dos reforços.

2. Exploração da imagem de Daniel Alves

O São Paulo finalizou a negociação por Daniel Alves com sinais positivos de algumas empresas, no sentido de que elas farão aportes no clube para ajudá-lo a bancar o reforço. Possivelmente como patrocinadoras do clube e do atleta. No entanto, os acordos ainda não estão fechados. A diretoria estuda a contratação de uma agência de publicidade, ou similar, para que as negociações não dependam apenas do marketing.

3. Aumentos em receitas indiretas

A apresentação de Daniel Alves no Morumbi, com ingressos vendidos a R$ 5, proporcionou ao clube uma renda superior a R$ 150 mil. A direção conta com iniciativas como esta para fechar a conta. Mais do que isso, espera que seu faturamento com bilheterias e sócios torcedores aumente graças à empolgação causada pela chegada de tantos reforços.

Ainda é possível estimar que, caso os reforços consigam melhorar o desempenho do São Paulo no Campeonato Brasileiro, receitas com direitos de transmissão serão ligeiramente melhores do que se esperava. A cota de televisão agora depende do número de partidas transmitidas e da colocação final na tabela. Quanto melhor o futebol apresentado por Daniel Alves e companhia, mais dinheiro eles vão gerar.

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Diferente de clubes que se prepararam por alguns anos para suportar altos custos, como Flamengo e Palmeiras, o São Paulo não entrou em 2019 com a casa pronta para fazer investimentos. Pelo contrário, passou o primeiro semestre apertado financeiramente e estuda maneiras de captar dinheiro emprestado no mercado financeiro.

De antemão, não é possível cravar o sucesso ou o insucesso dos investimentos são-paulinos para a temporada. Se o elenco reforçado entregar uma boa colocação no Campeonato Brasileiro e a diretoria achar os meios para fechar a conta, a grande jogada terá valido a pena. Caso nada do que está planejado dê certo, o risco é certo: a nova estratégia são-paulina pode causar uma grande dor de cabeça.

Fonte: Globo Esporte

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