Connect with us

GERAL

Água gera negócios milionários no semiárido

Publicado

em

Na entrada da cidade de Paulistana (470 quilômetros ao sul de Teresina) avista-se uma placa, à esquerda, anunciando a venda e entrega de água em domicílio. Basta você ligar, dizer a quantidade e a entrega é feita no local e hora indicados. É apenas um dos inúmeros negócios envolvendo a comercialização e distribuição de água no município.
Andando pela cidade, você cruza em todo canto com caminhões-pipas, caminhonetes e carrocerias improvisadas em motos carregadas de tambores e garrafões d’água. É a materialização de um negócio que transformou a economia da região e está fazendo a fortuna de muita gente – de proprietários de terras e poços tubulares, a donos de depósitos e atacadistas do ramo de água.
O comércio de água em Paulistana atende a uma lógica do mercado segundo a qual as necessidades geram boas e grandes oportunidades de negócio, até nos ambientes onde a maioria só enxerga miséria e pobreza. Pois a aridez do semiárido e a falta de ação do poder público estão fazendo a alegria de muita gente que viu na região além da superficialidade das terras secas.
É o caso de Geânio Costa, que calcula vender 80 mil litros de água de poço tubular e mais 30 mil litros de água mineral por mês em Paulistana. Cobra R$ 2,50 o garrafão de 20 litros de água de poço e R$ 7,50 o de água mineral. Tem mais ou menos 400 clientes fixos. Aos 29 anos e formado em Pedagogia pela Universidade Estadual do Piauí, Geânio já trabalhou de garçom, foi dono de bar e vendedor de peças de moto. “Trabalho desde os 12 anos”, revela.
Está no ramo de águas há dois anos e mantém também uma churrascaria à margem da BR 470, que atravessa Paulistana em direção a Picos e a Petrolina, no Pernambuco. Diz que a venda de água duplicou de 2012 para cá e a tendência é crescer no período de seca mais severa, que vai de agosto a dezembro. Geânio não revela faturamento, mas uma conta rápida de matemática permite estimar uma movimentação de mais de R$ 20 mil por mês no comércio de água.
O negócio de água permitiu a ele comprar uma casa boa, um carro Honda Civic do ano e uma moto grande e incrementada, daquelas que os jovens como ele usam mais para desfilar e chamar a atenção das garotas do que para trabalhar. “Quando você tem disposição para trabalhar, Deus ajuda e consegue as coisas”, ensina.
Fonte: diário do povo
Publicidade

Facebook

MAIS ACESSADAS