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Cisternas garantem cultivo no semiárido piauiense

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Cisternas com capacidade de armazenamento de 52 mil litros de água, que estão sendo fincadas no solo de municípios do semiárido do Piauí, garantem irrigação para o cultivo de frutas e verduras em propriedades rurais.

Do alto é possível ver o verde no meio da vegetação seca e cinzenta, como no hectare plantado do agricultor Miguel Antônio da Silva, de 49 anos, no povoado Palmeira, no município de Conceição do Canindé.

Antes, ele tinha uma cisterna de 16 mil litros de água, que apenas garantia o consumo de sua família durante o período seco e não permitia o uso de irrigação para sua plantação. Há seis meses com a cisterna de 52 mil litros de água, Miguel Antônio planta e colhe mais de dez tipos diferentes de hortaliças e frutas.

“Antes da cisterna grande, eu só plantava o coentro e mais nada. Quando Deus mandava uma chuvinha, eu plantava um milhozinho e feijão. Mas, às vezes, eu perdia tudo após seis meses de verão. Eu colhia alguma coisa, dois sacos de feijão, a macaxeira não segurava porque o inverno era fracassado. As secas eram grandes, mas agora a gente pode aproveitar as pequenas e rápidas chuvas para se ter uma horta, sem veneno, sem nada”, falou o agricultor.

Miguel Antônio conta que parte do que produz é destinada para subsistência de sua família e o que sobra vende para os habitantes de Conceição do Canindé. A macaxeira, um tubérculo, na horta de Miguel Antônio, fica avantajada e os mamões chegam a até quatro quilos.

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A autonomia do agricultor foi possível por causa do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), uma rede de articulação que envolve a Obra Kolping, Articulação do Semiárido Brasileiro, Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido e com o Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome, para garantir a irrigação e água para a produção de alimentos.

Com a disponibilização de uma cisterna-calçadão de 52 mil litros, a água da chuva é armazenada na estrutura, permitindo a irrigação para o plantio durante todo o ano.

O coordenador da Obra Kolping do Piauí, Raimundo João da Silva, explica que além de oferecer a cisterna, são oferecidos qualificação e treinamento aos agricultores para que possam operar o sistema de irrigação.

“São cisternas que mudam completamente a vida das pessoas. A pessoa usa o próprio quintal e isso está mudando a vida dos agricultores familiares do semiárido. A gente prova que é possível produzir alimentos no semiárido e a gente quer mostrar às autoridades da necessidade de adotarem essa solução e implantar em larga escala para todos os agricultores. Com pouca chuva, a gente produz alimentos”, define Raimundo João.

Energia solar é utilizada em plantações no semiárido

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Enfrentar a seca sempre foi difícil para a família de José Carlos de Sousa, de 52 anos. Ele conta que sempre perdia as plantações em virtude da falta de chuvas. Mas essa realidade está mudando desde que ele recebeu uma cisterna de 52 mil litros de água com uma placa de energia solar para garantir irrigação da horta que tem em um hectare no quintal de sua residência.

A placa faz com que a bomba da cisterna funcione com a energia solar acumulada durante o dia, evitando os gastos com energia elétrica na irrigação dos canteiros da horta.

O coordenador da Obra Kolping do Piauí, Raimundo João da Silva, destaca que cisternas com as placas solares foram instaladas em residências de 70 agricultores em dez municípios piauienses.

“Com a energia solar, a família economiza em vez de pagar por energia elétrica usada na irrigação, porque a energia faz a bomba levar a água da cisterna para a caixa d´água, de onde sai a água para irrigar as plantas da horta”, conta o coordenador.

O agricultor José Carlos colheu em sua horta batata doce, alface, beterraba, pimentas, coentro e cebolas, produção que vende nas casas de Conceição do Canindé.

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Texto e fotos: Efrém Ribeiro \Meio Norte

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