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Crise afeta procura por produtos juninos e lojistas relatam queda no Piauí

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“A fogueira está queimando em homenagem a São João. O forró já começou, vamos gente arrasta pé nesse salão”. Essa tradicional música de Luiz Gonzaga é uma das mais cantadas e festejadas nesse período junino no Nordeste. Mas em 2016 essa animação toda parece estar em baixa, pelo menos para os lojistas acostumados a lucrar com a procura por balões, fitas e tecidos para os festejos desse mês.

No Piauí, muitos comerciantes reclamam que a procura pelos produtos típicos desse período caiu bastante em relação aos anos anteriores. Eles alegam que a crise econômica pela qual atravessa o país é o principal motivo para a diminuição nas vendas. Tanto aqueles consumidores comuns quanto prefeituras que costumavam comprar quantidades de tecidos para as quadrilhas estão abdicando das compras.

Gerente de loja diz que vendas são as piores dos últimos anos (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Gerente de loja diz que vendas são as piores dos
últimos anos (Foto: Gustavo Almeida/G1)

O G1 foi até o Centro de Teresina para saber como anda a situação e verificou que os piauienses não abrem mão de festejar esse período típico, no entanto serão comemorações mais cautelosas financeiramente. Em uma loja tradicional, o gerente afirma que a queda nas vendas até agora está em 20% com relação ao período junino do ano passado, percentual negativo que deve aumentar.

“Já era uma situação prevista diante da crise atual. A loja até diminuiu as compras de artigos para festas juninas prevendo isso porque já vínhamos registrando queda nos últimos meses. Muitas prefeituras do interior que compravam aqui deixaram de fazer as quadrilhas esse ano e alguns colégios também não irão fazer”, falou o gerente Marcos Paz.

Segundo ele, esse é o período junino mais fraco de vendas dos últimos 15 anos na loja, que possui 26 anos de atuação no mercado piauiense. Ele conta que a diminuição nas vendas está atingido também outros produtos, mas que nesse período a decepção é mesmo pela baixa nos tecidos para as quadrilhas, artigo que sempre foi muito procurado nesta época.

Os clientes estão mesmo bem mais cautelosos na hora das compras para as comemorações. A fonoaudióloga Aline Miranda foi com a filha Isadora de 5 anos comprar o tecido que a pequena usará na quadrilha da escola, mas antes ela fez pesquisa de preços em outras lojas.

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Fonoáudiologa pesquisou preços antes de escolher as peças (Foto: Gustavo Almeida/G1)Fonoáudiologa pesquisou preços antes de escolher as peças de quadrilha (Foto: Gustavo Almeida/G1)

“Ano passado os produtos estavam mais baratos. Teve coisa que comprei por R$ 3,90 em 2015 e esse ano já está custando R$ 8,50. Passei em outras lojas antes, mas optei por essa aqui principalmente por conta da estilista que não cobra. Como só tenho a Isadora ainda dá para comprar tudo”, falou.

Para quem organiza as quadrilhas a crise parece ser ainda mais severa e toda alternativa para encontrar uma facilidade é válida para não perder a folia. Com os preços altos tem quadrilheiro produzindo os figurinos até mesmo com garrafas pet e madeira reciclável.

“A crise está realmente complicada e estamos com apenas um patrocinador, então está bem difícil. Conseguimos descontos nas lojas de tecido e com as costureiras, e estamos também produzindo nossas roupas com garrafa pet, chapa de raio-x, madeira reciclável. Além disso vendemos nossas roupas do ano passado por um preço mais barato”, disse Ramon Patrese, da quadrilha Luar do São João, campeã do Festival Clube de Quadrilhas em 2015.

Presidente do Sindilojas diz que crise só se agrava (Foto: Gustavo Almeida/G1)
Presidente do Sindilojas diz que crise só se
agrava (Foto: Gustavo Almeida/G1)

Segundo o presidente do Sindicato dos Lojistas do Piauí (Sindilojas), Luiz Antônio Veloso, ainda não foram apurados os índices de queda nas vendas desse período junino, mas que o prejuízo é visível. Segundo ele, além do consumidor comum, o poder público também está afetado pela crise e isso interfere no comércio.

“Não precisa ter números para perceber essa diminuição nas vendas. Infelizmente não sabemos até quando vamos ficar de portas abertas se essa situação continuar se agravando. Essas datas festivas fazem a diferença no comércio, mas temos tido queda em todas elas. Em 2015 vendemos menos que em 2014 e em 2016 estamos vendendo menos que em 2015”, falou.

G1

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