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De cada 15 atos infracionais, apenas um vira denúncia na Justiça do Piauí

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Um levantamento da Vara da Infância e da Juventude apontou que de cada 15 atos infracionais que acontecem no Piauí, apenas um vira denúncia e chega ao conhecimento da Justiça. Os dados mostram ainda que de janeiro a junho deste ano foram registrados mais de 600 casos com a participação de menores.

Um dos crimes que chocou o estado corre em segredo de Justiça. O estupro coletivo cometido contra quatro adolescentes na cidade de Castelo do Piauí tem como investigados quatro menores, além de um maior de idade. Uma das garotas, Danielly Rodrigues, de 17 anos, não resistiu às gravidades dos ferimentos e morreu dias depois. Ela teve esmagamento da face, lesões pelo pescoço e tórax.

O delegado que acompanha o caso, Laércio Evangelista, afirmou que os exames de DNA realizados em Pernambuco comprovaram a participação de Adão José da Silva Sousa, 40 anos, e de dois dos quatro menores acusados do envolvimento no estupro coletivo contra as quatro amigas. Todos os laudos foram entregues ao Ministério Público.

Para o delegado as provas técnicas e os depoimentos são suficientes para a condenação de todos os investigados.

Nesta quinta-feira (25), o juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude em Teresina, Antônio Lopes, ouviu duas das três adolescentes. As garotas chegaram ao Complexo de Defesa e Cidadania por volta das 8h, e uma delas estava em uma cadeira de rodas.

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A outra menina ainda permanece internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), e o promotor do caso, Cesário Cavalcante, aguarda a liberação dos médicos para que ela também possa ser ouvida. Ela teve traumatismo craniano e está há 28 dias na unidade de saúde.

O representante da comissão de vítimas de violência da Ordem dos Advogados (OAB) do Piauí, João Washington Melo, foi designado para acompanhar o caso de castelo. Segundo ele, foram ouvidas mais de 30 pessoas entre acusados, testemunhas e vítimas.

Ele contou que a internação dos menores envolvidos no processo será de até três anos. Contou ainda que, se foram comprovados como culpados, eles terão acompanhamento psicológico de seis em seis meses e posterior soltura acompanhada.

“Quem comete crimes hediondos devem responder por crimes hediondos, independente da idade. Não posso aceitar que um ato de terror como o que essas meninas de Castelo passaram, fique sem uma resolução É uma coisa abominável, é uma coisa que eu nunca tinha visto em toda a minha vida. Coisas tão dolorosas que elas sofreram”, contou.

Na quarta-feira (24), 19 testemunhas arroladas no processo foram ouvidas no Fórum de Castelo, entre elas três de defesa e 16 de acusação. Enfermeiras, policiais e conselheiros tutelares que atenderam as garotas horas após o crime também foram ouvidas pela Justiça na terça-feira (23).

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O processo contra os menores deve ser concluído até o dia 13 de julho, data em que encerra o prazo de 45 dias, contados a partir da apreensão dos quatro adolescentes.

Os suspeitos foram denunciados pelo Ministério Público, que pediu pena de 151 anos para o adulto e aplicação de medida socioedutiva, no Centro Educacional Masculino (CEM), para os garotos. À polícia, Adão José da Silva Sousa negou participação no estupro coletivo.
Fonte: G1

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