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Designer piauiense fica em 1º lugar em maratona de moda latino

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Gizela Falcão Carvalho é teresinense de corpo, alma e coração. É designer de moda, consultora de moda e professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), com especialidade em design têxtil e mestrado em museologia. Capacitação ela tem de sobra, e agora mais um troféu para a prateleira: uma maratona de moda latino-americana, onde tirou o primeiro lugar com uma equipe de alunos.

Foram três dias de trabalho onde quatro grupos de estudantes, com uma curadora, receberam a missão de criar uma coleção com 10 camisetas unindo os três países (Brasil, Uruguai e Paraguai) através da língua Guarani.

Crédito: Gabriel Paulino

A equipe, que teve a direção criativa da designer piauiense, escolheu como nome para a coleção “Mbarete”, que significa, em Guarani, valentia e coragem. A coleção conta a história  de três lendas indígenas do Brasil, a lenda do Guaraná; Paraguai; a lenda da Yrupé; e Uruguai, lenda  do Mburucuya.

A equipe vencedora foi composta pelos alunos das Belas Artes, Matheus Levi e Luiza Zaquiel. Também participaram os uruguaios Glicia Wanpado, Florência Ruetalo, Geraldine Culñev e Ana Paula Vergara, além de uma representante  do Paraguai, que foi Tame Centena.

As camisetas serão  produzidas e vendidas em toda a América Latina com a renda revestida para ação social de construção de uma escola para os índios Guarani que vivem em São Paulo.

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Jornal Meio Norte: Como está o mercado de moda no Piauí?

Gizela Falcão: Observo como um mercado crescente. Trouxemos o primeiro curso de Design de Moda para o Piauí, que foi para uma universidade privada e depois um curso de especialização em Negócio de Moda, pela mesma instituição. Hoje sou professora do curso de Design de Moda da Universidade Federal do Piauí e vejo que temos muito o que crescer aqui dentro no ramo da confecção. Acredito que é um mercado em plena expansão.

JMN: O que diferencia a moda piauiense?

GF: Hoje a moda está globalizada. Temos que valorizar o que tem aqui, como o patrimônio imaterial que temos aqui, como a cestaria e rendas. Os bordados… Temos que trazer para a tecnologia e para a moda. Não podemos descaracterizar esse patrimônio, mas agregar valor.

JMN: A moda piauiense vende para o Brasil inteiro. Como você observa isso?

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GF: Essa experiência que eu tive agora foi muito boa para mim enquanto profissional e piauiense. Fui convidada pelo Centro Universitário Belas Artes, cujo diploma tem reconhecimento internacional, sendo uma das melhores do Brasil e da América Latina. Fizemos um trabalho de equipe com estudantes do Brasil, Paraguai e Uruguai. Foram quatro equipes, eu tive uma e mais três colegas professores de São Paulo. Nós, como professores do Piauí, ganharmos essa maratona foi muito bom. Sabemos que estamos no caminho certo. Não ficamos mais à margem do que acontece no mundo.

JMN: Como foi a experiência na maratona?

GF: Eu fui convidada pelo Centro para palestrar sobre meu projeto de mestrado, que era sobre economia circular. Algo maior que economia solidária. A circular trabalha a sustentabilidade e o processo da cadeia produtiva. Da construção à venda, onde todos são beneficiados. Eu construí um ateliê-escola em uma comunidade para resgatar saberes adormecidos da ancestralidade. A partir desse convite para o Ñandé eu soube que participaria da maratona, que foi algo grandioso. Foi com edital e alunos inscritos. Só me entregaram a equipe. Tive alunas de Montevidéu, Assunção e brasileiros. Tive que arriscar o portunhol e as coisas aconteceram. A moda é uma linguagem universal. O tema era indígena, escolhemos tribos e trabalhamos em cima disso.

JMN: Qual seu conselho para quem quer seguir a área da moda?

GF: Qualquer área que você decide seguir, você precisa gostar. Dificuldade existe em todas as áreas. É preciso amar o que faz para superar obstáculos. Eu comentei em sala de aula com uma aluna que a vida não é uma questão de sorte. Só se quanto mais eu trabalho mais sorte eu tenho. Existe espaço para todo mundo. Design de moda é como design de produto, de interior. É preciso trabalhar para dar certo. E não é porque você é do Piauí que você tem que arrastar regionalidade. Mas se você quer uma identificação com onde você vem, tente trabalhar a resinificação.

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Fonte: Meio Norte

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