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Dezenas lotam hemocentro para doar sangue para vítima de estupro no Piauí

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Motivados pela complicação do estado de saúde de uma das quatro adolescentes vítimas de estupro coletivo no município de Castelo do Piauí, dezenas de pessoas foram até o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi), nesta segunda-feira (1º), para doar sangue. A garota de 17 anos passou por um procedimento cirúrgico de reconstrução de face no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e precisa urgente da doação de plaquetas.

Natural de Castelo, Ana Paula de Pinho foi uma das primeiras doradoras (Foto: Fernando Brito/G1)
Natural de Castelo, Ana Paula de Pinho foi uma
das primeiras doradoras (Foto: Fernando Brito/G1)

Os interessados foram até o Hemopi, no Centro da capital, que já recebeu as primeiras doações. Um dos voluntários foi a estudante de 25 anos Ana Paula de Pinho, que mora no bairro Planalto Uruguai e nasceu em Castelo do Piauí, cidade onde aconteceu o crime bárbaro que chocou todo o estado.

Elias Waquim se sensibilizou com a mobilização e também doou sangue (Foto: Fernando Brito/G1)
Elias Waquim se sensibilizou com a mobilização
e também doou sangue (Foto: Fernando Brito/G1)

“Estava em casa quando soube por uma amiga que a menina vítima do crime em Castelo estava precisando de sangue. Sem pensar duas vezes, eu vim doar. Realmente foi um crime chocante e bárbaro que nunca tinha visto na cidade e em lugar nenhum. O pouco que a gente puder ajudar, já é o bastante”, contou ela.

O funcionário federal Elias Waquim Junior, de 28 anos, morador do bairro Tancredo Neves, Zona Sudeste da capital, foi outro voluntário que se sensibilizou com a mobilização e decidiu doar sangue.

Major da polícia, João Amorim também foi um dos voluntários (Foto: Fernando Brito/G1)Major da polícia, João Amorim também foi um dos
voluntários (Foto: Fernando Brito/G1)

Natural do município de Campo Maior, cidade vizinha a Castelo, ele disse que veio atender ao pedido do diretor do HUT repercutido nas redes sociais e na imprensa. “É hora de ajudar”, disse ele.

“O meu sangue é O-, um tipo sanguíneo muito raro. Já faço doação de sangue no Hemopi regularmente há algum tempo e nesse caso específico, vim motivado pela mobilização em favor da menina de Castelo que está precisando”, disse.

Com mais de 20 anos como doador e impressionado com o crime que chocou a cidade, o major João Amorim, do batalhão de guarda da capital, também decidiu assumir o gesto. “Vi o apelo do meu amigo diretor do HUT e vim doar. O gesto pode vir a ajudar as meninas que são vítimas da banalização da vida. E, claro, qualquer mobilização que ajude essas meninas pode reverter essa situação de alguma forma”, contou.

A gerência de captação de doadores do Hemopi garantiu que o estoque de sangue e plaquetas não está baixo e contou que a doação serve como paliativo, já que a adolescente precisa como urgência de bolsas. Ainda de acordo com a gerência, as bolsas solicitadas já foram encaminhadas para o HUT. No local, a média é de 150 doações por dia.

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Mais de 150 pessoas são recebidas no Hemopi por dia (Foto: Fernando Brito/G1)Mais de 150 pessoas são recebidas no Hemopi por dia (Foto: Fernando Brito/G1)

 

 

Entenda o caso
Quatro adolescentes foram brutalmente amarradas, violentadas, estupradas e depois jogadas de um penhasco com cerca de 10 metros de altura no dia 27 de abril. O crime bárbaro aconteceu na cidade de Castelo do Piauíxx, a 190 Km de Teresinax.

De acordo com as polícias civil e militar, as garotas teriam saído para tirar fotos para um trabalho escolar em um ponto turístico da cidade, quando foram rendidas por cinco suspeitos. Logo após o crime, a polícia apreendeu quatro menores, sendo que dois deles confessaram o crime e contaram, em depoimento, que usavam drogas quando abordaram as garotas e sobre os detalhes da ação criminosa.

Os menores responderão pelo ato infracional correspondente ao crime de tentativa de homicídio e nenhum ainda constituiu um advogado de defesa.

O quinto suspeito foi preso pela Polícia Militar por volta das 18h da sexta-feira (29) quando tentava entrar na cidade de Campo Maior, a 90 km de Teresina. Todos foram transferidos para Teresina.

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Na sexta-feira (29), os moradores do município se reuniram em uma caminhada solidária às vítimas e contra a violência que chocou a cidade. Durante a caminhada, a população vestia branco, levava cartazes e pedia paz.

 

G1

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