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Estudo aponta que a região de Picos já foi mar. Veja!

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Há 390 milhões de anos, água, praia e uma vasta fauna marinha, era este o habitat natural onde hoje está erguida a cidade de Picos. Devido às atuais condições climáticas e à distância de Picos em relação aos mares atuais, fica difícil imaginar que esta informação seja verdadeira. No entanto restos e vestígios que comprovam a existência desse cenário durante o período Devoniano, são frutos de pesquisas científicas realizadas desde a década de 30, e que tem possibilitado a descoberta de várias espécies de invertebrados marinhos.

Após grande intervalo de tempo sem o desenvolvimento de pesquisas sistemáticas na região de Picos, os estudos paleontológicos ganharam novo fôlego nos últimos três anos, com a contribuição do paleontólogo e professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Campus de Picos, o cearense Victor Oliveira.

O paleontólogo, Victor Oliveira, explica que no passado, a posição dos continentes era bem diferente do que se conhece hoje. O movimento das placas tectônicas e consequente fragmentação das massas de terra continentais, possibilitou a entrada de água salgada em áreas rebaixadas no interior dos continentes. Foi o que aconteceu, por exemplo, na região onde hoje se encontra o município de Picos (além de outros municípios piauienses), que por ser uma área rebaixada, as águas salgadas atingiram a região, possibilitando a formação de um mar e a proliferação de uma fauna de invertebrados marinhos, além de alguns vegetais bastante primitivos.

“O Estado do Piauí está praticamente todo dentro da bacia do Rio Parnaíba, o que facilita que fósseis sejam encontrados praticamente por todo o estado. Aqui na região de Picos as rochas que compõem esses morros distribuídos pelo perímetro urbano e no entorno da cidade apresentam uma idade de aproximadamente 390 milhões de anos (período Devoniano). Essas rochas guardam principalmente os registros de animais marinhos de simples e de corpo mole, que viveram na região. Alguns vegetais também são encontrados, o que comprova que Picos neste período era uma área de costa, próxima a praia”, afirmou o pesquisador.

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Ainda segundo o pesquisador, “a região de Picos é muito rica em fósseis e mostra-se como um laboratório a céu aberto. Este potencial se explorado de forma correta poderá trazer benefícios ao Município e região, como a formação de recursos humanos locais e até mesmo a geração de emprego e renda. Outros locais no Brasil também se destacam pelo seu potencial fossilífero, e a atenção dada pelo poder público em parceria com as universidades, tem possibilitado a proteção dos locais onde esses fósseis são encontrados, bem como fomentado a geração de emprego e renda nesses municípios, uma vez que insere a região no circuito turístico científico.

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Infelizmente os morros de Picos, que são os locais onde esses fósseis ocorrem com maior frequência, apesar de protegidos pela legislação, vem sofrendo com a falta de planejamento urbano no caso da obediência de seu plano diretor de uso e ocupação do solo, uma vez que as construções urbanas de forma desenfreada em locais de risco, além da retirada do material rochoso para ser utilizado como aterro de áreas rebaixadas ou desniveladas.

 “A construção das casas e a urbanização nos morros escondem o afloramento do solo e o aparecimento das rochas. Assim não temos condições de coletar material”, concluiu.

O Laboratório de Paleontologia de Picos, coordenador pelo professor Victor, conta atualmente com oito alunos de graduação do curso de Ciências Biológicas, que auxiliam no desenvolvimento das pesquisas, que ocorrem não só em Picos mas também em municípios como São João da Canabrava, Simões e Itainópolis.

O professor Victor é biólogo com doutorado em Geociências, especialista em paleontologia das bacias interiores do nordeste.

Fonte: Riachão Net

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