Governo exonera toda direção do CEM após morte de adolescente de Castelo

A Secretaria de Assistência Social e Cidadania do Estado do Piauí (SASC), exonerou toda a direção do Centro Educacional Masculino (CEM) nesta segunda-feira (20), quatro dias após a morte do adolescente Gleison Vieira da Silva, de 17 anos, acusado de participar do estupro coletivo em Castelo do Piauí.

De acordo com assessoria da SASC serão exonerados Marivaldo Viana, coordenador do CEM, o gerente de internação da secretaria Francisco Herbert da Cruz, o diretor de unidade socioeducativa Anderlly Lopes, e o Herbert Neves, diretor educacional de atendimento socioeducativo do CEM.

O novo nomeado para cuidar do CEM é o ex-diretor de presídios do Estado, capitão Ancelmo Portela. A informação foi confirmada pelo coordenador do Centro de Apoio à Criança e a Juventude, Glécio Setúbal, em entrevista à TV Cidade Verde. Enquanto o novo diretor não é nomeado, Emerson de Oliveira atual diretor do Centro Educacional de Internação Provisória (CEIP) coordenará interinamente o CEM.

Segundo ele, toda a coordenação do CEM falhou ao ter colocado todos os quatro adolescentes no mesmo espaço, mesmo sabendo que havia a possibilidade deles cometerem algum tipo de agressão contra os outros.

JUIZ HAVIA ALERTADO
O juiz Antônio Lopes, titular da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina, informou ao O Olho que já havia alertado para toda direção do CEM sobre a possibilidade desses menores se rebelerarem contra eles próprios.

Lopes revelou que durante o período em que estavam reclusos no CEIP eles haviam garantido que iriam matar Gleison, que os delatara para a polícia. Mesmo assim, todos os menores continuaram juntos.

O ex-diretor do CEM, Herbert Neves, lembrou que havia conversado com todos os internos do local um dia antes dos quatro menores de Castelo também serem integrados. Ele mesmo informou que ninguém estava de acordo com a ideia.

O CRIME
O adolescente Gleison Vieira da Silva, de 17 anos, foi morto na madrugada de sexta-feira (17), dentro do CEM, em Teresina. Os acusados, outros três menores que praticaram os atos infracionais em Castelo do Piauí assumiram a morte.

Eles revelaram que o assassinato se deu de forma premeditada, após Gleison delatar todos eles e participar da reconstituição do crime em cima do morro do Garrote, poucas horas após serem apreendidos. O adolescente foi espancado até a morte.

 

Fonte: O Olho