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GERAL

HUT, HGV, HPM e HU: saiba como cada um deles funciona

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A Saúde é um dos serviços de maior necessidade para a população. As debilitações dos hospitais públicos preocupam cada vez mais, não fosse o bastante, o número de pacientes parece aumentar a cada dia e as vagas nas casas de saúde não acompanham esse crescimento.

Apesar de ser considerada um polo de saúde do Nordeste, Teresina também passa por problemas assim, e muitas pessoas não entendem o porquê das grandes filas de espera e de macas estacionadas com pacientes nos corredores do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), por exemplo, se na capital há também pelo menos mais três grandes hospitais, como o Getúlio Vargas, o Hospital Universitário e o Hospital da Polícia Militar.

Além desses quatro, há os hospitais da rede municipal de saúde, em vários bairros da capital e mais dez hospitais regionais, espalhados pelo Piauí. Apesar de parecer muito, algumas ineficiências deixam o atendimento a desejar para uma população de mais de 3 milhões de pessoas, fora pacientes de outros estados, que vêm ao Piauí buscar atendimento.

O Olho fez um levantamento de como os quatro grandes centros de saúde pública da capital funcionam, que tipo de atendimento fazem e porque não fazem, todos, os mesmos tipos de atendimento.

HOSPITAL DE URGÊNCIA DE TERESINA

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Inaugurado em maio de 2008, o Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zenon Rocha (HUT) tem hoje quase 300 leitos, e além dos hospitais regionais, é o único habilitado a fazer atendimentos de urgência e emergência, como o de vítimas de acidentes de trânsito ou de algum mal súbito. Na prática, o HUT trabalha para estabilizar os quadros de saúde dos pacientes que chegam nessa situação e depois os reencaminha para um dos outros três, para que o paciente possa continuar o tratamento.


Infográfico O Olho

HOSPITAL GETÚLIO VARGAS

Inaugurado em 1941, o HGV é o hospital de referência do Piauí, antes da criação do HUT era lá que se atendiam os casos de urgência e emergência. Depois que o Hospital de Urgência de Teresina iniciou suas atividades o “Getúlio Vargas” conseguiu amenizar em parte a superlotação que acumulava.

Hoje só é possível ser atendido pelo hospital através de duas formas: com consultas pré-agendadas no seu laboratório de análises clinicas, o “Ambulatório Azul”, como é conhecido, ou sendo transferido de outros hospitais, através da Central de Regulação de Leitos do Estado. Classificado como um hospital de média e alta complexidade, o HGV realiza desde procedimentos mais básicos, aos mais complexos, e em alguns casos, exclusivos no estado.


Infográfico O Olho

HPM

Instalado desde 1977 na atual sede, o Hospital da Polícia Militar está no topo da média complexidade, com 99 leitos. Na prática, de acordo com o diretor da unidade, coronel Adarsino, isso implica dizer que em determinado ponto do quadro clínico de um paciente eles não têm aporte para dar continuidade ao tratamento de alguns pacientes, que precise, por exemplo, de uma UTI. Entretanto, uma reforma que já foi iniciada, orçada em R$ 1,9 milhões, deve dar até o final do ano, a qualificação de um hospital de alta complexidade, com a criação de dez Unidades de Terapia Intensiva.

Lá também não é possível fazer atendimento de urgência e emergência, todos os pacientes que chegam são através de consulta pré-agendadas ou por transferência através da Central de Regulação.

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Infográfico O Olho

HU

Após 23 anos de espera, o Hospital Universitário foi inaugurado em novembro de 2012, atendendo com apenas 50% de sua capacidade total. Hoje o hospital escola da Universidade Federal do Piauí tem 150 leitos de internação, 10 de uti’s e atende em 32 de especialidades cirúrgicas. Além de atendimento à população, presta serviço na formação de capital humano. Atualmente há no HU 65 residentes médicos, 14 residentes multiprofissionais como enfermeiros, farmacêuticos e nutricionistas e seis residentes de buco-maxilo.

Todos os atendimentos da unidade são exclusivamente feitos através da rede do Sistema Único de Saúde, marcados através da gestão municipal, nos postos de saúde. No mês de maio de 2015 o hospital realizou 262 cirurgias e 62.367 exames.


Infográfico O Olho

DIRETORES EXPLICAM FUNCIONAMENTO DE HOSPITAIS PÚBLICOS NO PIAUÍ

Gilberto Albuquerque, diretor do HUT

O médico Gilberto Albuquerque, diretor do HUT, lembra que o sistema de saúde de urgência, emergência e eletivo era feito exclusivamente no Hospital Getúlio Vargas, e só depois surgiu a necessidade de fazer um hospital pediátrico, uma maternidade e um hospital de doenças infecciosas. Assim foram idealizados e concretizados o Hospital Infantil Lucídio Portela, a Maternidade Dona Evangelina Rosa, o HDIC, e então também nasceu a necessidade de um hospital de urgência e emergência na capital piauiense.


Gilberto Albuquerque / Foto: Vitor Sousa/O Olho

“HUT ficou com urgência e emergência e o HGV ficou sendo um hospital de referência e essa referência foi se exaurindo, não foi tendo resolutividade, então surgiu o Hospital Universitário, que hoje tem atividade semelhante a do HGV”, conta o médico. Ainda de acordo com ele, com a urgência e emergência indo apenas para o HUT, a demanda aumenta. “Hoje ele inteiro é para fazer urgência e emergência e o espaço não dá. O quê que a gente conclui? Que os casos de urgência e emergência vêm aumentando cada vez mais”.

O diretor do HUT explicou também que através de um acordo, ficou firmado que o HUT faria o atendimento de urgência e emergência e os outros hospitais fariam a retaguarda, dando continuidade aos tratamentos. “O tempo foi passando, o HUT continua aumentando a demanda, mas a nossa retaguarda não aumenta. Consequência disso? Fica cada dia mais cheio. Qual é a solução? Criar outros hospitais que possam fazer esse primeiro atendimento ou aumentar a nossa retaguarda”.

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Gilberto explica ainda que os hospitais regionais que ficam em cidades polo do estado, e que também fazem atendimento de urgência e emergência, poderiam contribuir para diminuir o fluxo no HUT. “Eles [os hospitais regionais] atenderiam parte dessa demanda que vem para nós, e atenderíamos o que eles não conseguissem resolver. Essa é a rede proposta para ser montada. Tem os hospitais, mas eles ainda não estão funcionando com resolutividade”, conclui.

Coronel Adarsino, diretor do HPM


Hospital da Polícia Militar / Foto: Divulgação

O Hospital da Polícia Militar é de média complexidade, e de acordo com o coronel Adarsino, que dirige a instituição médica, isso significa dizer que lá não é um hospital chamado de “porta de entrada”. “Nós fazemos cirurgias eletivas, aquelas que são planejadas”. Ainda segundo o Adarsino, no HPM são feitas cerca de 600 cirurgias e quase 12 mil atendimentos por mês.

“Como um hospital de média complexidade, existe algumas restrições para o atendimento. Ele é classificado assim por não ter UTI, então quando chega em determinado momento, não podemos dar o atendimento. Por exemplo: uma pessoa acima de 70 anos, a gente não atende porque pode ter uma intercorrência e no HPM o atendimento é mais restrito”.

O militar também explicou que dos 99 leitos disponíveis no hospital, 20 são disponibilizados para o HUT. “Eles [HUT] estão em reforma, então diariamente recebemos cerca de 20 pacientes de lá para fazer cirurgia aqui. Elas são na maioria ortopédicas, dentro da média complexidade. São feitas aqui por médicos do HUT – são seis – e também por médicos do HPM”.

Na reforma do HPM estão sendo investidos quase R$ 2 milhões. E além das UTIs que estão sendo construídas, também estão sendo feitas reformas nos centros cirúrgicos e na parte de convivência do hospital.

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Clara Leal, diretora do HGV


Hospital Getúlio Vargas / Foto: Vitor Sousa/O Olho

O hospital Getúlio Vargas é uma referência para a alta e também para a média complexidade. Essa diferença, segundo a diretora Clara Leal, se baseia na gravidade do caso, e para isso o Ministério da Saúde separa o que é procedimento de alta e de média complexidade. “O HGV atende todas as situações, desde que não sejam de urgência – um evento que acontece de forma súbita, imprevista e muito aguda”, explicou a médica.

O HGV recebe pacientes que foram à urgência, receberam o primeiro atendimento, mas precisam ficar internados para dar continuidade ao tratamento. E para que chegue até lá o próprio hospital de urgência, que a pessoa foi atendida, fará a solicitação da transferência através da Central de Regulação, que faz a distribuição.

Além disso, o hospital interna através de seu ambulatório, conhecido popularmente como “Ambulatório Azul”. “O tratamento ou atendimento ambulatorial é aquele em que a pessoa permanece em casa e agenda a consulta ou o exame, e se for o caso de internação ele aguarda ser chamado, porque não vai haver nenhuma complicação por não ser de imediato”, explica a diretora do hospital.

No ambulatório dispõe-se de praticamente todas as especialidades médicas. O HGV não tem pontos de marcação, para quem mora em Teresina, ela é feita nos estabelecimentos de saúde municipais, online. Estando agendado o usuário procura o ambulatório e receberá o atendimento. Se o médico entender que precisa solicitar exames, o paciente vai fazer sem estar internado. Feito os exames ele retorna para mostrar os resultados, se for caso de internação o doutor preenche uma guia, que tem primeiro que ser autorizado pela secretaria municipal de Saúde, e só depois o usuário será internado.

“O Hospital Getúlio Vargas fez um projeto em 2012 aderindo à rede de urgência e emergência. Nesse projeto foram disponibilizados 83 leitos, só que hoje disponibilizamos para a urgência, metade do que temos, porque se fossemos disponibilizar apenas 83 teríamos os hospitais de urgência superlotados, com pacientes aguardando muito tempo”, pontuou a médica.

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A medida, ainda segundo a diretora da unidade de saúde, é feita a partir de um bom senso. “Se de fato nós tivermos uma dificuldade maior nas urgências, a gente diminui um pouco a internação do ambulatório naquela semana para poder aumentar a oferta desses leitos para a urgência”, conclui.

HOSPITAIS REGIONAIS

Os hospitais regionais que ficam nas cidades de Floriano, Bom Jesus, Campo Maior, Oeiras, Picos, Piripiri, São João do Piauí, São Raimundo Nonato, Uruçuí e Valença também são habilitados para fazer atendimento de urgência e emergência, e em tese só seria encaminhado ao HUT os pacientes dessas regiões que não tivessem seus problemas resolvidos neles. Entretanto, a ineficiência de alguns faz com que o fluxo do hospital de urgência da capital aumente cada dia mais.

ENDEREÇOS E TELEFONES DOS HOSPITAIS

HUT
Rua Doutor Otto Tito, 1820 – Redenção, Teresina – PI, 64017-775 / Telefone: (86) 3229-4247

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HGV
Av. Frei Serafim – Centro, Teresina – PI, 64001-020 / Telefone: (86) 3221-3040

HPM
Av. Higino Cunha, 1642 – Ilhotas, Teresina – PI, 64014-220 / Telefone: (86) 3227-6265

HU
Av. Nossa Sra. de Fátima, 2070, UFPI – Teresina – PI / Telefone: (86) 3215-5991 

 

O Olho

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