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GERAL

No Piauí, 90% das escolas estaduais estão com déficit de professor

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A diretoria do SINTE-PI e integrantes dos Núcleos Regionais espalhados por todo o Estado tiveram uma reunião ontem com o promotor de Justiça Fernando Santos da Promotoria de Justiça da Fazenda pública do Ministério Público do Piauí. A entidade foi denunciar uma serie de irregularidades na Educação Pública de Base Estadual e pedir providencia ao MP para que a situação seja resolvida ao menos no segundo semestre para que o ano letivo não seja perdido.

Dentre as denúncias há a de que faltam professores em pelo menos 90% das escolas estaduais, principalmente no interior do Estado e enquanto isto o Governo do Estado não convoca professores concursados.  “Também é desconhecido o número de professores que estão a disposição de outros órgãos e até prefeituras, todos com ônus para o Estado”, afirmou a professora Odeni de Jesus da Silva, presidente do SINTE-PI.

Durante o encontro, que aconteceu no auditório do MP em Teresina, vários diretores e presidentes de núcleos regionais deram depoimentos mostrando a situação caótica em que se encontra a educação estadual. Uma delas foi professora Iolete, do Núcleo Regional de Piripiri. Segundo ela, somente na semana passada a Seduc fechou o quadro de pessoas na sede do Município, mas no interior onde fica a maioria das escolas faltam professores. Ela denunciou também que há casos de servidores comissionados que mesmo sem portarias estão assinando documentos na Gerencia Regional de Educação (GRE).

Em Canto do Buriti, segundo a professora Iria Carvalho, presidente do Núcleo Regional, falta tanto professor que as escolas estão dando apenas as quatro primeiras aulas.  Há escola cujas aulas começaram apenas no dia 21 de abril. “Se as demais que começaram em março já estavam atrasadas, imagine quem iniciou no final de abril”, disse a professora. Para ela, mesmo que a situação seja normalizada no segundo semestre, os alunos já perderam o ano letivo de 2015.

Em Jaicós, município da região de Picos a situação é igualmente grave. Lá faltavam 50 professores, mas o Governo do Estado chamou 50 seletista para suprir a situação. Só que este pessoal, a maioria, está há mais de dois meses sem receber pagamento e já ameaçam entrar em greve. As informações são da presidente do Núcleo Regional (NR) professora Fatanildes Alves.

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No município de Floriano além dos problemas já citados há ainda o fato de que uma das principais escolas que tem mais de dois mil alunos matriculados está há mais de dois anos uma reforma interminável. “Os estudantes todos os anos são mandados para prédios alugados, mas isto já vem prejudicando o alunado que começa a perder o interesse pela escola”, afirma a professora Léa Almeida, presidente do  NR.

Já em Esperantina a denuncia é de que professores estão a disposição de políticos com o pagamento sendo feito através dos recursos do Fundo de Desenvolvimento de Desenvolvimento do Ensino Básico (Fundeb). O interessante é que os professores a serviços dos políticos, principalmente deputados já nem precisam mais pedir a disposição. Já estão lá há muito tempo. No município também não há professores efetivos, apenas temporários, segundo a representante do núcleo do SINTE-PI, professora Odisseia.

O professor Manoel Rodrigues, secretário de Finanças do Sinte denunciou ao promotor Fernando Santos que a situação está tão séria que há casos de professores locando as suas lotações. Ou seja, o professor tem vários empregos e como não tem condições de cobrir todos pois não pode está em vários lugares ao mesmo tempo, simplesmente paga alguém para dar as aulas em determinadas escolas. Com isto ainda lucra com a vaga.

Outro alerta foi feita pelo Professor Kassyus Lages secretário de Comunicação do SINTE-PI. Ele lembrou que o Governo do Estado não faz concursos para preencher as vagas administrativas da sede da Seduc e das Gerencias Regionais. Este pessoal que desempenha o trabalho burocrático é da cota de professores que faz concurso para as salas de aulas e terminando sendo desviado para outros serviços.

Já o professor João Correia denunciou o desvio de função de muitos professores. Segundo ele,  há casos de escolas que existem 30 professores lotados, mas quando alguém vai lá contar só encontra um por cento deste total. Ele citou o caso da Secretária de Assistencia Social e Cidadania (SASC), que hoje é o maior deposito de professores a disposição do Estado.

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Além das denuncias a presidente do SINTE-PI Odeni de Jesus afirmou que falta gestão a Educação Pública Estadual. Ele citou o exemplo de dois municípios visitados por ela que estão com professores sobrando sem saber onde podem ser lotado, enquanto isto as demais escolas estão sem professores.

O promotor de Justiça Fernando Santos considerou grave o rol de denuncias feitas pelo SINTE-PI. Ele disse que já havia solicitado a Secretaria de Educação a relação dos professores e todas as suas lotações de disposições. Fernando Santos também marcou para o próximo dia seis de julho uma audiência com o SINTE-PI e os secretários de Estado da Administração e da Educação para tratar do assunto e resolver o problema de uma vez por todas.

 

Fonte: Ascom

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