População faz barricada e ateia fogo em pneus em Santo Antonio de Lisboa

Os moradores da cidade de Santo Antonio de Lisboa bloquearam a estrada que liga a BR-020 ao centro da cidade durante uma manifestação realizada na manhã desta terça-feira (16). Para impedir o tráfego de pessoas e veículos, além de chamar as atenções para o problema, populares atearam fogo em pneus.

Os manifestantes reivindicam a conclusão da obra de restauração do trecho iniciada em junho deste ano e orçada em mais de R$ 1, 4 milhões. Eles dizem estar sofrendo com a poeira originada pelo tráfego dos veículos.

A dona de casa Maria Selma diz que não suporta mais a poeira que, segundo ela, se tornou um problema contínuo para a sua família.

Outro morador indignado é o mecânico José Jairo Leal. Ele reforça o descontentamento e aponta outro problema: os acidentes que estariam acontecendo por conta de lombadas não sinalizadas.

Alguns populares que vivem na área, no entanto, dizem compreender as dificuldades enfrentadas pela população, mas ressaltam que é preciso ter mais paciência na espera por uma solução. “Começaram as obras de mobilidade urbana e então foi feita a terraplanagem. O governador prometeu concluir, agora, tudo leva tempo. É um processo que leva tempo”, diz o servidor público Leonel Sá, acrescentando que um carro-pipa molha o trecho todos os dias para amenizar os efeitos da poeira sobre a população.

O ex-vereador Antonio Romilton reclama da falta de vontade política das autoridades responsáveis pela obra em Santo Antonio de Lisboa e diz que o reparo na via tem cunho eleitoral e faz um apelo: “Peço ao poder executivo do nosso município que conclua essa obra porque as pessoas estão prejudicadas”.

O prefeito Assis Cipriano disse que os populares que se revoltaram não representam a cidade de Santo Antonio de Lisboa. Segundo ele, a estrada tem cerca de 30 anos e por isso houve o pedido ao governo estadual para que o trecho passasse por essa reforma. “Tem alguns [manifestantes] que estão lá por revolta, outros realmente por conta da poeira. Mas eu peço desculpas à população, entendo que tem realmente poeira e venho aguando a estrada”, argumenta.

Assis Cipriano ainda destaca que a construtora está dentro do prazo previsto para conclusão da obra de recapeamento. “A construtora diz que está dentro do prazo, mas alega que não está recebendo. Na hora que pagarem eles voltam a trabalhar”, diz o gestor.

O comandante do Grupamento de Polícia Militar da cidade, subtenente Gomes, disse que a PM não foi previamente informada do protesto, mas ainda assim o diálogo com os manifestantes foi pacífico. “Não fomos comunicados, mas constatamos a reunião e, para garantir a segurança dos manifestantes e da população, colocamos policiais no local com essa finalidade”, explicou.

Fonte: Portal O Povo