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Primos podem ter filhos saudáveis? Risco de manifestar doenças congênitas aumenta

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Namoro entre primos não é algo incomum. Uma dúvida, porém, sempre surge quando o casal é da mesma família: é possível ter filhos saudáveis? Conforme publicou a coluna Retratos da Vida, do EXTRA na última sexta-feira, o ator Dado Dolabella assumiu namoro com sua prima de primeiro grau, Marina Dolabella. Eles procuraram ajuda médica para saber dos riscos que futuros filhos poderiam ter de desenvolver alguma doença ligada à genética.

— Todo mundo carrega em si o risco de passar para o filho um gene alterado que possa causar alguma doença recessiva. Todos nós temos, em nosso DNA, alguns genes que sofreram mutações e que não manifestam doenças por estarem acompanhados por outro gene saudável — explica Beatrice Nuto Nóbrega, obstetra e especialista em Reprodução Humana.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Genética Médica, se os pais não são parentes, a chance de ter uma criança com defeito congênito ou deficiência intelectual gira em torno de 2% e 3% a cada gestação. Se os pais são primos, a chance cresce, girando em torno de 5% e 6%. Isto ocorre porque há um aumento da chance de ambos terem uma mesma mutação presente na família.

Anemia falciforme e doenças metabólicas congênitas como fenilcetonúria, fibrose cística e deficiência de biotinidase são algumas das causadas por genes alterados recebidos de ambos os pais.

Casais consanguíneos ou quaisquer outros que queiram investigar as chances de seus filhos terem algum tipo de doença hereditária podem fazer testes genéticos para identificar possíveis genes alterados. Estes exames custam, em média, entre R$ 5 mil e R$ 6 mil.

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Quando identifica-se no casal uma mutação no mesmo gene — o que aumenta o risco de desenvolvimento de uma doença — recomenda-se fazer fertilização in vitro. Com esta ferramenta, é possível identificar no embrião, por meio de teste genético, a presença ou não de ambos os genes que manifestam a doença.

— A seleção de embriões mitiga o risco de o filho nascer com alguma dessas condições congênitas — afirma Caio Robledo Quaio, médico geneticista do Grupo Fleury, que complementa:

— No caso de casais consanguíneos, a gravidez deve ser muito bem planejada, assim como o parto e os primeiros meses de vida da criança. É preciso fazer os testes para descobrir possíveis doenças logo no início da vida.

O que casais precisam saber

A = Cópia normal do gene, que não carrega a mutação que provoca a doença (é chamado de dominante)

a = Cópia alterada do gene, que carrega a mutação que pode provocar a doença (é chamado de recessivo)

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AA = não manifesta a doença

Aa = não manifesta a doença

aa = manifesta a doença

Para a doença se manifestar é preciso ter as duas cópias do gene alteradas. Isto só acontece se a criança receber a cópia alterada da mãe e do pai. Se apenas um dos dois passar a cópia alterada, a criança não desenvolve a doença.

Quando ambos os pais apresentam cópias alteradas de um mesmo gene que cause determinada doença, a criança tem 25% de chance de desenvolvê-la.

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Os testes genéticos servem justamente para pesquisar cópias alteradas de determinados genes que o casal carrega em seu DNA. Quando se identificam cópias alteradas nos mesmos genes, tanto no homem como na mulher, aumentam as chances de o filho deste casal manifestar a doença causada por esse gene alterado.

Casais consanguíneos têm o DNA mais parecido, por serem da mesma família. Por causa disso, há mais chance de apresentarem cópias alteradas em um mesmo gene e, consequentemente, seus filhos têm mais chance de manifestarem as doenças causadas por esses genes.

Fonte: Extra.globo.com

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