Saúde mental: os riscos da “depressão sorridente”

Já ouviu falar dos tristes sorridentes? São aquelas pessoas que escondem profundas dores internas, mas que não externalizam isso para familiares, amigos ou ambiente de trabalho. Por vezes essas pessoas demonstram alto astral e um sorriso no rosto, e é aí que mora o problema: sem parecer triste, as pessoas acabam não tendo a mesma preocupação.

A depressão é um distúrbio afetivo que gera tristeza profunda, uma perda generalizada de interesse, falta de ânimo, prazer e algumas oscilações de humor. Mas engana-se quem pensa que existe apenas um tipo de depressão. Existem vários tons sob a tenda da depressão, como por exemplo, a possibilidade de ser leve ou grave, curta ou crônica, além de alguns eventos que podem desencadear os sintomas como o nascimento de um bebê.

Saber os tipos de depressão e ser diagnosticado corretamente ajuda tanto os médicos, quanto os pacientes. Em 2018, a ‘depressão sorridente’ teve um aumento de busca bastante considerável no Google. Ela é um dos vários tipo de  depressão e está cada vez mais presente e nem todo mundo já ouviu falar sobre ela.

As pessoas podem achar que depressão está sempre ligada à pessoas dentro dos quartos, não querendo fazer nada. Mas é possível que alguém esteja em depressão e consiga fingir seus sentimentos. E não é somente fingir, é também possível que a pessoa adote uma faceta completamente oposta e se mostre super feliz para o mundo que a rodeia.

E conforme a busca por essa depressão sorridente aumentou em termos de interesse, os artigos e estudos sobre o assunto também aumentaram. E isso também ajudou as pessoas que ainda não veem a depressão como uma doença real.

O termo depressão sorridente não é usado por médicos e especialistas. Mas de fato existe um tipo de depressão que é chamado de depressão atípica e ela tem as mesmas características.

Segundo um estudo feito pela especialista em depressão e ansiedade, Olivia Remes, da Universidade de Cambridge, se sabe que uma grande porcentagem de pessoas que sofrem dessa doença têm sinais de depressão encoberta. Isso quer dizer que elas escondem o que realmente acontece com elas.

“Pode parecer que eles não têm motivos para ficarem tristes porque têm um emprego, uma casa e talvez até crianças ou por serem parte de um casal. Eles sorriem quando são recebidos e podem ter conversas agradáveis”, disse.

“Eles usam uma máscara que mostram para o resto do mundo, enquanto levam uma vida aparentemente normal e ativa”, continuou.

Esse tipo de depressão é bastante perigoso. Isso porque as pessoas que sofrem com ela, obviamente, são mais difíceis de se detectar. Elas também são mais vulneráveis a terem sintomas irreversíveis, como o suicídio, por exemplo.

Segundo Remes, as pessoas deprimidas não acreditam que têm uma utilidade para o mundo e as ideias suicidas coincidem com a impossibilidade de direcionar a própria força para mentalizar os seus desejos. E no caso da depressão sorridente, a força necessária para realizar a ideia suicida é que as pessoas usam todos os dias para conseguir lidar com a própria vida.

Para ajudar as pessoas a perceberam se sofrem com esse tipo de depressão, Remes listou alguns sintomas. São eles: comer em excesso, ter uma sensação de peso nos braços e nas pernas, grande suscetibilidade à críticas ou rejeição, se deprimir à noite ou precisar dormir mais do que o habitual.

Essa depressão aparece mais em pessoas que tendem a antecipar o fracasso, ou naquelas que têm dificuldades em superar situações humilhantes, bem como naquelas que pensam permanentemente sobre as situações negativas que ocorreram.

Atualmente no mundo, uma em cada dez pessoas está deprimida. E entre 15 e 40% dessas pessoas têm esse tipo de depressão atípica. As causas podem ser problemas no trabalho, decepções e a sensação de que a vida não faz sentido.

O que se deve fazer é procurar a ajuda necessária. Várias pessoas que sofrem com essa depressão sorridente acabam não entendendo ou enxergando que tem um problema. É necessário que se divulgue mais informações para as pessoas para que elas possam buscar a ajuda que precisam.