GERAL
Série Orgulho do Piauí| Piauiense não nega copo d’água pra ninguém
“Piauí, terra querida
Filha do Sol do Equador…”
Se você é piauiense, certamente não leu, mas cantou os versos acima. Trata-se de um trecho do hino do Piauí. Estado quente, caloroso… Talvez, como diz o próprio hino, por ser realmente filho do sol do Equador. Mas o calor que se emana na população de pouco mais de 3 milhões de habitantes, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ultrapassa as barreiras metereológicas. Isso porque o povo piauiense é conhecido por muitos como hospitaleiro e receptivo, como aponta pesquisas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Semdec).
Dando sequência à série de reportagens ‘Orgulho do Meu Piauí’, o OitoMeia destaca nesta quarta-feira (18/10),véspera do Dia do Piauí, a hospitalidade do povo piauiense. Na verdade a gente foi testar essa teoria: o piauiense é mesmo um povo hospitaleiro e receptivo? Há histórias de pessoas que se encantaram pelo estado e aqui fizeram morada. Mas existem aqueles que não acreditam nessa hipótese. Mas constatamos: o piauiense é sim de uma hospitalidade ímpar. Daqueles de servir água se você bater à porta dizendo que está morrendo de sede. Quer ver?
HOSPITALIDADE: NOSSO MAIOR ATRATIVO
O economista, jornalista e pesquisador Eneas Barros publicou um texto no qual fala sobre o tema. Intitulado de Hospitalidade é o maior atrativo de Teresina, o artigo alega que os turistas se decepcionam quando conhecem a capital piauiense. Mas não com a cidade e sim consigo mesmo, por já chegarem com uma ideia estereotipada cuja formação se fez apenas nos aspectos negativos que ao longo dos anos se expandiu no Brasil. “A decepção é tamanha que quase a totalidade gostaria de retornar e considera a hospitalidade o nosso maior atrativo”, pontua Eneas Barros.
O jornalista afirma que a hospitalidade do teresinense é contagiante e faz jus ao ditado popular: “quem bebe das águas do rio Parnaíba não quer mais ir embora”. Um orgulho local: a arte de receber bem. “A Semdec realizou uma pesquisa e em breve divulgará os resultados, mas o que posso adiantar é que 92% dos visitantes consideram a hospitalidade o maior atrativo da nossa gente”, pondera Eneas.
Para o pesquisador, não existe marketing capaz de superar o contágio que há nas ruas; não existem campanhas publicitárias que tenham força maior do que aquela estampada em cada rosto teresinense. Isso é o que Teresina tem de melhor: o contágio da sinceridade.
O jeito piauiense de ser é uma marca positiva do estado. Whindersson Nunes é reconhecido pela forma humorada com a qual relembra das situações que viveu no estado. Já a piauiense e Miss Brasil 2017 Monalysa Alcântara deixou todo o Brasil encantando com sua força e autoestima, características decisivas para a conquista da coroa.
“A miss Piauí é a grande surpresa desta edição. Ela está fazendo a proposta que a Be Emotion quer: mulher empoderada. A organização buscou uma mulher com atitude e que se mostre empoderada”, diz reportagem do portal Livre sobre a escolha da Miss Brasil e é exatamente essa uma característica marcante do povo piauiense.
“VAMOS ENTRAR? ACEITA UM CAFÉ?”
Josefa Lima, 70 anos, faz parte das estatísticas que mostram os piauienses como calorosos. Em uma rua esburacada, próximo à rodoviária de Teresina, Lucídio Portella, a comerciante usa uma saia e uma blusa marrom [promessa ao santo do mês: São Francisco de Assis] enquanto observa o fluxo de carros passando pela via.
Para todos que se aproximam a abordagem é a mesma: “Vamos entrar. Aceita um café?”. Josefa conta que ama conversar com as pessoas e ouvir histórias. “Às vezes passam algumas pessoas perdidas. De outras cidades do estado a caminho da rodoviária. Já ofereci comida, café. Só nunca hospedei nenhum estranho. Mas, amigos e familiares de outras regiões e estados sim”.
Natural de São João da Serra, cidade a 133 quilômetros de Teresina, Josefa afirma que o povo piauiense é bem educado e hospitaleiro. Analfabeta, a comerciante se utiliza do transporte público para se locomover na cidade e garante que sempre é ajudada pela população. “Eu peço para me avisarem quando meu ônibus passar para eu entrar nele. Tem gente que deixa o próprio ônibus passar para me ajudar”, relembra.
CLARO QUE EXISTE O MEDO DA VIOLÊNCIA
As histórias se repetem, só muda de endereço. Moradora do bairro Piçarra, zona Sudeste de Teresina, uma mulher que pediu para ser identificada apenas como Francisca contou à reportagem do OitoMeia que costuma servir água para aqueles que pedem.
“Eu não nego não. Muitos mendigos, inclusive, passam pedindo água e eu dou. Não ofereço comida porque você vê como é minha situação”. Ela conta que é comum no dia a dia as pessoas passarem principalmente perdidas pela sua residência. “Como eu moro perto do centro hospitalar, as pessoas pedem ajuda, água, informação e eu dou de maior agrado”.
Quando indagada sobre a teoria de que os piauienses são muito receptivos, a dona de casa afirma que presencia essa realidade no dia a dia. “Aqui mesmo onde a gente mora muitas pessoas gostam de ajudar. Apesar do medo da violência a gente ajuda o próximo. Com o que pode, né? Seja com água, informação…”.
NA REGIÃO DAS PENSÕES, A COMPAIXÃO É AINDA MAIOR
No Centro de Teresina é comum encontrar pensões, principalmente perto de grandes redes hospitalares. Pessoas de todos os estados e cidades vêm à capital do Piauí para tratar de alguma enfermidade. José dos Santos, 68 anos, é uma dessas pessoas. Há cinco anos saiu da cidade Dirceu Arcorverde, município a 544 quilômetros de Teresina, para cuidar da saúde.
“Os hospitais daqui são melhores. A gente se consulta lá [Dirceu Arcorverde], mas vem para Teresina para o tratamento”, afirma. Durante esse período que tem vindo a Teresina, José é categórico ao afirmar que gosta do povo teresinense. “É uma gente bem educada. Recebe a gente com um sorriso. Trata a gente muito bem. Eu gosto muito daqui”.
O idoso mora na zona rural do Dirceu Arcorvede e conta que apesar de ser no mesmo estado, a população daqui é mais preocupada com o próximo. “Lá é mais sofrido. Essa seca tem mexido com o plantado da gente e o povo não fica muito feliz com isso. Talvez por isso que eles não são tão bons quanto os daqui”.
HOSPITALIDADE DO PIAUÍ LEVADA PARA O CEARÁ
Para o jornalista Eneas Barros, o ser hospitaleiro e receptivo é natural ao piauiense. E o cirurgião dentista John Herbert deu um exemplo dessa hospitalidade de um piauiense fora do estado.
“Eu já viajei com amigos para Fortaleza uma vez e ao chegar lá não sabíamos o endereço ao certo da casa em que ficaríamos. Tentamos localizar, mas nesse intervalo nossos celulares descarregaram e não tínhamos comunicação com ninguém”, conta o cirurgião.
“Por coincidência um piauiense estava lá em Fortaleza e percebeu que estávamos perdidos. Logo ele se prontificou a ajudar. Perguntou se queríamos beber água, usar o telefone. Ele foi muito receptivo conosco. Nos ajudou até localizarmos a casa”, conclui John Herbert.
É MAIS QUE UM ORGULHO, É ALGO NOSSO, É CULTURAL!
O turismólogo Thomaz Gomes alega que o piauiense sempre diz que é receptivo e acredita que essa assertiva está mais ligada a população da capital. “Mas acredito que o Piauí como um todo tem essa característica: de receber bem os outros. E isso vem de muito tempo. Seja de forma simples ou através do requinte. Às vezes o piauiense pode até ficar desconfiado, mas é algo dele em tratar bem quem aqui chega. É algo nosso, posso dizer até cultural”, condensa.
Através das redes sociais, a reportagem do OitoMeia conversou com dez pessoas sobre qual a opinião delas a respeitos dessa receptividade que os piauienses acreditam que possuem. Algumas delas vêm de fora do estado e outras tiveram contato com outros povos e não acreditam que Teresina é tão receptiva quanto dizem.
O povo piauiense é mesmo hospitaleiro e receptivo?
Depois dessa e de outras, a gente só pode é te convidar a acompanhar nossa série de reportagens ‘ORGULHO DO MEU PIAUÍ’. Afinal, qual piauiense não tem orgulho de dizer que é considerado um povo hospitaleiro?!
Fonte: Oito Meia
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