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Bocaina

Museu Neno em Bocaina promove sarau literário e celebra aniversário com escritores da Alerpi de Picos; fotos

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O Museu Neno em Bocaina e a Academia de Letras da Região de Picos – ALERP estão comemorando aniversário. O primeiro celebra 03 anos de fundação e se torna mais um lugar de conservação, símbolo de resistência e luta, memória, fonte de pesquisa e estudos da microrregião, uma verdadeira fonte cultural. A Alerp fundada há 30 anos, concentra vários escritores e possui um acervo histórico-cultural registrados em livros que retratam a simbologia do homem do campo e suas infinitas virtudes. No ano de 2019, a Alerp completa o trigésimo aniversário.

Em dose dupla celebrando aniversários, as instituições se reuniram na noite deste sábado (21), na sede do museu, no povoado Lagoa Grande, zona rural de Bocaina, distante três quilômetros do município. A presença de escritores, poetas, professores, músicos, membros da academia, amantes e simpatizantes da literatura marcou o aniversário de três anos do Museu Neno.

Imagens aéreas por Mário Marques

De autoria de Fagner, na abertura da solenidade, o cantor Odorico Carvalho cantou a música Canteiros.

Em seguida, a professora Marli Veloso acolheu com boas-vindas e reforçou com palavras a importância da criação e existência que cada espaço de resistência tem.

“O momento em que vivemos no país se tona ainda mais necessário. É importante fortalecermos cada vez mais nossas identidades e esse é o papel do Museu Neno, conectar com a ancestralidade e pertencimento cultural”, enfatizou.

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Antônio Valdemar conduzindo o cerimonial solene convocou para a composição da mesa de honra a idealizadora do museu Kindou Marques; a professora da UESPI de Picos, Maria do Carmo Lopes; o poeta Antônio Francisco Vieira (Antônio Corró); o poeta e presidente da Alerpi, Vilebado Rocha; o advogado e literato representante dos poetas de Picos, Ozildo Batista; o escritor, Zé da Luz; a diretora da escola Urbano Leal, Diane Barros; membro da Alerpi e da Comissão de Visitas do Museu Neno, Deolinda Marques; representante das escolas estaduais do município de Bocaina, Natanildes Cipriano.

Membro idealizador do Museu Neno, em Bocaina, Kindou Marques, agradeceu aos amigos que contribuem para a vida da instituição. Bastante emocionada revelou de forma breve o sentimento forte por um perda irreparável. Kindou em seu momento de saudosa reflexão citou trecho da música Sonhos do cantor Peninha, e, ao mesmo tempo alegre por celebrar três anos de existência e contribuição cultural.

“É uma alegria estar aqui hoje contando três anos de museu e poder continuar sonhando com a transformação, cultura, respeito ao meio ambiente e com a qualidade de vida. Torna-se cada vez mais difícil manter esse espaço, mas venho contando com minha força e com cada um que contribui e colabora com a realização dos eventos aqui. Hoje nesse momento temos a honra de receber uma entidade tão importante que é a Academia de Letras da Região de Picos – ALERP. Para mim, para o museu e nossa família é uma honra”, declarou.

“Não esqueçam de divulgar e é fazendo esse trabalho de formiguinha para que o mundo se torne cada vez melhor. Vamos levar para casa a lição: nossa história é o nosso chão. Sem nossa história não somos nada e não chegaremos a lugar nenhum”, refletiu Kindou Marques.

Após a idealizadora do Museu Neno declarar sua gratidão pela existência e aniversário do triênio, foi o momento da apresentação da peça teatral  Namoro Matuto. A peça retratou a vida de uma família que vivia nos rincões do sertão brasileiro onde em seu cotidiano carregava as tradições do autoritarismo. Namoro Matuto em cenas, retratou paralelos entre o autoritarismo, interesse financeiro e violência doméstica.

Presente na solenidade de aniversário das instituições, o poeta e membro da Academia de Letras, José Alves da Luz, da comunidade Baixio das Abóboras, São José do Piauí, ocupante da cadeira nº 31, manifestou alegria em fazer parte da Alerp e presenciar o encontro entre as duas entidades.

“Tenho a honra de pertencer a Alerpi e tenho a felicidade de prestigiar aqui esse encontro com Deolinda Marques e todos os amigos da academia”, disse.

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No recital poético, no sarau literário, o poeta bocainense morador do povoado Lagoa Grande, Antônio Francisco Vieira, conhecido como Antônio Corró, parabenizou o museu com poesia e externou ser um momento prazeroso em participar da solenidade.

“Para mim é um grande prazer receber o convite nesta recepção aqui hoje. Fui professor dos filhos de Zé Marques”, disse Antônio Corró revelando bastante alegria.

O poeta e presidente da Alerp, Vilebado Rocha, declamou o poema Serra do Brejinho de autoria de Ozildo Batista.

A acadêmica do curso de Letras da Universidade Estadual do Piauí, Sabrina, declamou um poema de Vilebado Rocha, intitulado como Homem de cimento e cal.

No recital poético, vários literatos, professores e poetas esboçaram de seus âmago a essência da poesia. A poetisa Ilza Bezerra, recitou As agruras da lata d´agua.

Rosângela Rocha que é professora, declamou Soneto de Amor de autoria de Vilebaldo Rocha.

A empresária e filha de poeta repentista, Erinalda Dantas, declamou o poema de Barra Azul, Eu e Risota.

Sofia Dóris, aluna do 7° ano do Instituto Monsenhor Hipólito em Picos, recitou Meio Ambiente.

A professora, Marli Veloso, proferiu os versos de Morrer de autoria do poeta e músico, Pedro Munhoz.

O literato e entusiasta da criação da Alerpi em Picos, Ozildo Batista, recitou o poema autoral intitulado como O Mosquito.

A professora da Universidade Estadual  do Piauí, Campus de Picos, Maria do Carmo Martins, pronunciou o soneto do livro de Francisco Miguel de Moura intitulado Sonetos da Paixão.

A Árvore da Serra de Augusto dos Anjos foi pronunciado pela dupla, Antônio Valdemar e Erinalda Dantas.

Professora Nelita Marques recitou poema de Fernando Pessoa, Autopsicografia.

O comerciante, Francisco Barros, declamou Canção do Exílio de Gonçalves Dias

Deolinda Marques ocupante da cadeira nº 27 da Alerp e membro da equipe de visitas do Museu Neno em Bocaína proferiu A casa (Elegia para Quindou)

De acordo com Deolinda Marques, o surgimento do Museu Neno se deu através da primeira neta de Neno, Kindou Marques, onde a mesma tinha o sonho de conservar a casa e logo depois viu a necessidade de transformar o espaço em uma casa de cultura aberto para as comunidades, e assim preservar a memória do homem rural nordestino.

“O museu completa três de inauguração e está aberto às comunidades circunvizinhas, principalmente às escolas que têm visitado muito como instituições de Santo Antônio de Lisboa, Picos, aqui de Bocaina mesmo e tem sido muito receptivo”, informou.

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Para as sessões de visitas no Museu Neno que possui atualmente acervo de aproximadamente 600 peças (seiscentos peças) é necessário agendamento  através de contato telefônico com marcação de datas e horários. O contato pode ser feito através do endereço eletrônico: museuneno.com.br

“A própria casa em si é também parte das peças porque possui toda arquitetura original, assim como o espaço em volta que é a vegetação como parte da cultura e do homem nordestino. É também possível através do site ver as publicações de eventos, bem como a historia do museu e os telefones de contato para agendar visitas”, explicou.

Além dos personagens citados acima, demais professores e literatos declamaram poemas.

O Museu de nome Neno é uma homenagem a Francisco Marques de Sousa – Neno. Nasceu no dia cinco de janeiro de mil novecentos e seis (05/01/1906) na pequena localidade de Curral Velho, Bocaina, município de Picos, filho de José Marques de Sousa e Mariana Josefa de Sousa provavelmente o filho mais novo do casal. Entre os sobreviventes, era o caçula.

Francisco Marques de Sousa provinha de uma família não muito numerosa, como era o costume da época, pois seus pais tiveram seis filhos sendo 4 homens e 2 mulheres, destes sobreviveram 5 que são: Antônio Marques de Sousa (1891-1950), Joaquim Marques de Sousa (1900- 1980), Rosa Mariana da Conceição (1902- 1994), Maria Josefa de Sousa (? -? 1942) e Francisco Marques de Sousa (1906-1990). Tem-se conhecimento de um que morreu pequeno, chamava-se Raimundo.

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Francisco Marques de Sousa deixou-nos no dia 26/05/1990, aos 84 anos. Ensinou-nos a importância do respeito mútuo e saber amar sem limites, especialmente à família e nossa terra natal.

Veja mais fotos:

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