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CARIDADE | Prefeito Zezinho disse que não teve sorte com médicas cubanas; profissionais negam abandono

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[ad#336×280] A prefeitura da cidade de Caridade do Piauí, Sul do estado, foi a primeira do estado a pedir ao Ministério da Saúde o desligamento do Programa Mais Médico do Governo Federal. Segundo prefeito da cidade, José Lopes Filho, o motivo alegado para a desistência é o abandono do posto de trabalho e falta de comprometimento com o serviço apresentado pelas médicas cubanas que foram enviadas ao município.

Distante 457 km da capital, Teresina, a cidade tem população de 4.826 habitantes segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que conta com três equipes do Programa Saúde da Família. Cada equipe tem além de vários profissionais da área da saúde, um médico, sendo que na cidade duas das equipes eram compostas pelas médicas cubanas.

“Elas vieram para a cidade para suprir a demanda e acabar com o problema de falta de médicos para a população, mas não foi isso o que aconteceu. Desde o princípio, elas já chegaram botando empecilhos para trabalhar na cidade. Reclamaram da hospedagem nos hotéis, por isso as abriguei em minha casa até acharmos uma casa do contento delas, para alugarmos”, conta o prefeito José Lopes.

Populares esperam por atendimento na comunidade de Santo Hilário, em Cocal (Foto: Gilcilene Araújo/G1)Populares esperam por atendimento de cubano

Ainda segundo o prefeito, mesmo depois de hospedadas como desejavam, as médicas faltavam constantemente ao trabalho e não avisavam. “Era um problema, porque a população precisa do atendimento e as vezes não tinha. Elas também se recusavam a atender as pessoas que não fossem pré-agendadas. Se tivéssemos um caso de uma criança que ficou doente há poucos dias, elas não o atendiam”, descreve José Lopes.

Para o prefeito, as profissionais cubanas não supriam as necessidades do município. “Se por acaso, em um dia tivesse uma fila maior, e os atendimentos passassem um minuto do horário de trabalho delas, elas largavam os pacientes no consultório e saiam. Deveria prevalecer pelo menos uma ética profissional, agir com bom sendo e terminar o atendimento. Por isso, a população acabou ficando descontente com elas”, afirma o prefeito.

O gestor declara ainda que foi um dos primeiros do estado a aderir ao programa. “A primeira médica chegou a cidade em dezembro de 2013 e a outra em janeiro de 2014. Pensávamos que tudo ia melhorar e não sobrecarregaríamos mais o único médico do município, mas não foi o que aconteceu. Não sou contra o programa, acredito que, apenas, não tivemos sorte com as profissionais que vieram para cá”, revela José Filho.

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José Filho diz que no mês de julho, as médicas abonaram os postos de trabalho. “Elas simplesmente saíram da cidade, recebemos um comunicado que uma estaria tratando de uma alergia que adquiriu na cidade e a outra veio para a capital (Teresina) para acompanhá-la. O detalhe é que essa outra médica, apenas abandou o posto de trabalho e não comunicou nada para Prefeitura”, reclama.

Comissão do Programa
Segundo a Comissão Estadual do Programa Mais Médicos o pedido de desligamento da Prefeitura de Caridade foi solicitado no dia 5 de junho deste ano. O pedido já foi enviado ao Ministério da Saúde, em Brasília, e aguarda apenas ser protocolado, para que a cidade seja oficialmente desligada do programa.

Ainda segundo a Comissão, as médicas cubanas que atuavam no município estão em Teresina. A comissão confirmou que uma das profissionais está fazendo um tratamento contra uma alergia e a outra está como acompanhante.

Sobre os problemas relatados pelo prefeito, a Comissão informou que as médicas relataram que desde o início tiveram problemas com a administração municipal e negaram ter abandonado ou faltado ao posto de trabalho. Após a desistência do programa pela cidade de Caridade, as médicas cubanas serão remanejadas para outros municípios.

G1

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