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Jaicós

JAICÓS | Artesão cria obras de arte com material reciclável; Conheça um pouco do trabalho de Magno Oliveira

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Cultura, arte, sonhos e belas histórias são marcas da “Terra do Galo”, como é mais conhecida a querida e centenária cidade de Jaicós. Os jaicoenses fazem do município um local rico em diversidade, e ainda tem aqueles que chegam para tornar a pequena cidade do interior do Piauí ainda mais especial.

Vindo de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, Magno Evangelista de Oliveira, 42 anos, que mora na cidade de Jaicós há 3 anos e meio, é uma das pessoas que chegou trazendo uma bela bagagem de conhecimento e arte. Em Minas ele deixou familiares, mas aqui no Piauí também já construiu laços. Ele é casado com Adjenane Renata Costa, com quem tem uma filha.

Magno é artesão há quase 15 anos e conta que a atividade se tornou uma paixão. “Eu trabalho com maquete e dioramas há quase 15 anos. Me interesso muito por modelismos pequenos, já fiz importação de material ferroviário, de voo, mas sempre me interessei por moldar a casa, a construção, a estrada, a vegetação. Então, é uma paixão que já vem de muito tempo, é um hobby e também uma terapia” disse ele.

Ele cria diversas peças artesanais, como caravelas, luminárias, garrafas personalizadas, maquetes de igrejas e prédios, utilizando como matéria prima o papelão, madeira e outros materiais, dando utilidade a eles. “Me apeguei a detalhes e aproveitei para a questão da reciclagem, do reaproveitamento de materiais como papelão, garrafa pet, madeira, pó de madeira, tudo que tem utilidade, que pode virar um item em uma maquete eu faço a reciclagem” destacou ele.

Magno explicou que o processo criativo parte de algo que desperte seu interesse. “Eu olho muito a internet, e alguma coisa que me chame atenção, como a foto de um lugar. O que mais gosto são as igrejas, as catedrais e paróquias são o que mais me chama atenção, sou muito apaixonado. Mas no geral, gosto de cabanas de madeira, barracas tipo rural, de fazenda. E quando tenho a ideia começo a cortar o papelão, vou colando, venho com um palito de picolé, um espetinho de churrasco e começo a moldar. A medida que começo a fazer a peça vou tendo a ideia de incrementá-la, nunca é uma réplica perfeita, é uma arte” contou.

O artista já criou maquetes da Igreja Matriz e da Primeira Igreja Batista, de Jaicós. “Eu via a frente da igreja de Jaicós, o design e me apaixonei, eu queria recriar aquilo, queria ter aquilo em mãos para poder observar. Eu tirei várias fotos, recolhi amostra da tinta para tentar chegar em uma tonalidade. E um tempo depois fiz também uma réplica da Igreja Batista de Jaicós. Tenho essa paixão determinada por igrejas, elas me tocam. Como sou de Minas Gerais e a gente tem várias igrejas antigas, vilarejos e cidades históricas, tudo isso me causa uma paixão pela arte” disse ele.

Ele contou que trabalhos mais detalhados, como uma maquete, podem levar um ano para serem concluídos. “Em uma maquete você leva muitos itens. Eu vou fazer novamente agora, porque já fiz uma etapa de mais de 8 peças, um item histórico de algum lugar, e para criar o detalhe, a medida, para se acertar tudo, eu levo no mínimo, três meses em cada peça, então, entre uma peça e outra, acertando a cor, medida, detalhes, para fazer 8 ou 9 peças eu levo quase um ano, pois é uma coisa para mim que deve ser muito bem feita” disse.

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Sobre as dificuldades, Magno disse que sente falta de apoio e de interesse das pessoas pela arte. “Sinto falta de apoio e também do interesse das pessoas pela arte, pela reciclagem, por conhecimento. Mas ainda assim, tem muitas culturas que ainda quero colocar em prática, maquetes, com veículos, material ferroviário” ressaltou.

Ele ainda falou que o objetivo é concluir um projeto para fazer a exposição no município. “Pretendo até janeiro ou fevereiro terminar uma maquete, que é um projeto que já comecei o desenho. O material já vai vir de fora porque sou muito detalhista e muita coisa eu não consigo aqui, tem que vir até de fora do Brasil. Conheço algumas pessoas na Argentina, no Uruguai, que mandam coisas que foram feitas antigamente para a gente, como pequenos veículos, materiais ferroviários e construções. Pretendo fazer uma maquete muita linda, principalmente em Jaicós” finalizou ele mostrando alguns dos materiais que usa.

A esposa Adjenane Costa disse que sempre apoia o trabalho do marido e que gosta de sua característica de detalhista. “Estou sempre apoiando porque é uma trabalho muito criativo, ele visa muito os detalhes e eu gosto mais disso nele, ele é muito detalhista, às vezes até demais (risos). Tínhamos um vizinho que aprendeu muita coisa, fez um caminhão com a ajuda de Magno e de vez em quando aparece uma criança querendo aprender. Já levei ele uma vez na Escolinha para fazer uma maquete com as crianças do 5º ano. Eles fizeram uma maquete sobre as hidrelétricas e foi bem interessante, as crianças ficaram muito empolgadas” falou.

Adjenane também disse que falta reconhecimento. “É um trabalho pouco reconhecido, um trabalho muito bonito, um incentivo muito bom para crianças e adolescentes, mas infelizmente, pouco visado na nossa cidade” destacou.

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