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Jaicós

JAICÓS | Dr. Crisanto concede entrevista e fala sobre obras, endividamento e eleições. Veja!

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O ex-prefeito do município de Jaicós, Antônio Crisanto de Sousa Neto, uma das maiores e mais influentes lideranças políticas, e atualmente, o principal assessor da prefeita Waldelina Crisanto, sua esposa, concedeu entrevista exclusiva ao portal Cidades na Net, onde falou sobre diversos assuntos relacionados à gestão municipal e a política.

Dentre outros pontos abordados, estão o endividamento do município, a iluminação pública, os investimentos em diversas obras de alcance social, e a política, desde o relacionamento da gestão com a bancada de oposição na Câmara Municipal, até as eleições deste ano e a possível candidatura da prefeita Waldelina à reeleição.

Veja na íntegra:

Cidades na Net – Sabemos que o Brasil vive um momento de profunda crise política, financeira e governamental, e que isso reflete diretamente nos municípios. Como está a situação do município de Jaicós em meio a essa crise?

Dr. Crisanto – Jaicós vive hoje um dos seus piores momentos. Fui prefeito deste município por três vezes. No momento, a gestora é a minha esposa, a prefeita Waldelina Crisanto. Nunca vivi uma situação como esta. Digo mais, prefeito algum de Jaicós nunca viveu situação igual. A população está mais exigente, as demandas são muitas e os recursos não são suficientes para atendê-las. A crise que se abateu sobre o País reflete sobre todos os municípios, inclusive, Jaicós, afinal somos o País.

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Os municípios brasileiros há muito vem se queixando de dificuldades, isso não é de agora. As dificuldades são de longas datas e resultantes do injusto pacto federativo, onde o governo federal fica com quase tudo, os governos estaduais com uma boa parte e os municípios com quase nada, isso quando se fala em recursos financeiros provenientes de impostos.

A situação de Jaicós é falimentar. Jaicós este no meio da crise e com um agravante: os débitos herdados de gestões anteriores. Ouvimos a todo instante o noticiário de todos os meios de comunicação relatando sobre a queda da produção industrial brasileira.   Diminuindo a produção na indústria diminui o IPI (Imposto sobre Produção Industrial) que é a base do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Quero aqui esclarecer melhor: caindo a produção industrial, caem, também, os recursos que vem para os municípios. Os municípios pobres como o nosso sofrem mais ainda, porque eles tem como principal fonte de recursos o FPM que é produto do IPI. Veja a situação:  a crise diminui  os recursos, e por outro lado, aumenta o preço de tudo. Isto resulta em que? No desequilíbrio cada vez maior das contas públicas.

Cidades na Net – Pode se dizer, então, que o município de Jaicós é, hoje, um município falido? E assim sendo, quais os motivos, o que levou a essa situação de falência?

Dr. Crisanto – É verdade. Jaicós é um município falido. A falência de Jaicós se deve, em boa parte, a atitude do governo federal em levar os municípios a assumirem dezenas de programa nas áreas de saúde, assistência social, de educação. Programas estes que no início, muitas vezes, os recursos que vêm são suficientes, mas, com o passar do tempo, não são reajustados e deixam de ser suficientes, e com isso, esses programas se tornam um peso para a administração municipal. O programa de saúde da família (PSF), por exemplo, criado em 1994,  teve apenas um reajuste em 22 anos. Tornou-se um pesadelo para os municípios.

A previdência social é outro motivo de falência dos municípios, assim como as despesas  com energia elétrica. Jaicós paga, hoje, mais de 130 mil reais de previdência social, aquela previdência federal, fora a previdência municipal. E paga, também, mais de 100 mil reais de energia elétrica, entre saúde, educação, prefeitura, poços, das vias públicas, etc. O agravante maior é que, desde do início do mandato de Waldelina, de 2013 para cá, não se pode mas atrasar o pagamento dessas duas contas, energia e previdência.

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Em mandatos anteriores, prefeitos existiram, que não pagaram um mês sequer de energia elétrica ou previdência social. Hoje, se atrasarmos poucos dias, a Eletrobrás já está mandando cortar, e a previdência, se a gente não pagar no dia 20 do mês, no dia 10 do mês seguinte, ela mete a mão na conta da prefeitura e retira o dinheiro.

Outra causa de falência de Jaicós, como dos demais municípios brasileiros, é a atual conjuntura econômica do País, onde a desaceleração da economia e a queda da produção industrial levam a uma diminuição na arrecadação de impostos, como falei anteriormente, afetando principalmente os municípios mais pobres. Agora, o fator de maior relevância na falência de Jaicós são os débitos originados de gestões anteriores. Esses são os que mais nos atormentam.

Cidades na Net – O senhor poderia nos informar quais débitos são esses que o senhor tanto fala?

Dr. Crisanto – Waldelina recebeu a prefeitura com débitos em todas as áreas. Citarei apenas alguns para não me tornar tão enfadonho. Salários atrasados da gestão passada, são mais 800 mil reais. Todos os meses a justiça nos faz pagar em torno de 25 mil reais de causas trabalhistas. Na previdência social ficou um débito de mais de 200 mil reais dos últimos três meses da gestão anterior. O FRUPREJ, que é a previdência municipal, a gestão anterior deixou de recolher o valor de 619 mil reais. Deixou também um débito de 90 mil reais da compra do terreno da creche Dona Carolina Lélis de Aragão, e outro de 134 mil do terreno da escola que está em construção próximo à creche. Quer dizer, esses terrenos foram negociados do jeito que quiseram e a conta ficou para nós pagarmos.

Débito de combustível de 108 mil reais, coleta de lixo de 80 mil reais, dívidas estas que estão na justiça e um dia o município vai ter que pagar. A energia elétrica do Hospital Florisa Silva não foi pago um mês sequer da gesta anterior. Tivemos que negociar o débito e hoje pagamos quase 10 mil reais de fatura, entre o parcelamento e consumo do mês.  Deixou débitos  na Agespisa, operadoras de telefonia celular e fixa, vários meses de aluguel de diversos imóveis e outros mais.

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Cidades na Net – E o que todos esses débitos herdados pela gestão da prefeita Waldelina representam de prejuízo para o município?

Dr. Crisanto – O levantamento que foi feito em novembro de 2014, e só fizemos esse até momento, trouxe-nos a seguinte informação: a gestão Waldelina Crisanto pagou em 20 meses, de janeiro de 2013 a agosto e 2014, em torno de R$ 2,4 milhões de débitos originados de mandatos anteriores, principalmente, do imediatamente anterior.

Esse volume de recurso representa para o município de Jaicós o equivalente a 60 poços tubulares de 40 mil reais cada um. Em 2013, daria para a construção de 60 mil metros de calçamento, suficientes para calçar os bairros João Melé, Nossa Senhora das Mercês, Nova Olinda e Armínio José de Sousa, quase toda Jaicós. Daria, também, para a construção de 100 casas populares no valor de 24 mil reais cada, tipo aquelas do programa minha casa minha vida. Vejam o prejuízo que o município de Jaicós teve diante do desperdício de tanto dinheiro público. É resultado da falta de compromisso de pessoas que nunca deveriam ter passado pela administração de nosso município.

Se esses débitos fossem de serviços que tivessem sido feitos e o gestor não tivesse tido condições de pagar na época, por falta de recurso, aí sim estaria justificado, mas, o que de fato aconteceu, é que não foi feito nada e ainda ficou esse débito enorme.

Cidades na Net – Mesmo com a situação difícil em que Jaicós se encontra, algumas obras tem sido feitas e inauguradas pela atual gestão. Como se explica isso?

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Dr. Crisanto – Iniciamos uma série de inaugurações. Essas obras são o resultados da política de austeridade implantada em Jaicós de outubro de 2014, para cá. Estamos com um controle maior no gastos, por isso temos realizado alguma coisa. Tivemos o prazer de entregar ao povo jaicoense a sede do conselho tutelar, o novo laboratório de informática, a sede do CREAS totalmente reformada e o auditório da assistência social.

Cidades na Net – Além dessas já citadas, até o final da gestão, outras obras ainda serão entregues à população?

Dr. Crisanto – Sim. Várias outras. Estamos com a Biblioteca Municipal quase pronta, a reforma da Escola Municipal Líria Alencar e do seu anexo, que estão em fase de conclusão, a ampliação da Policlínica Municipal Amélia Crisanto, a reforma da Escola Municipal Pastor João Vasconcelos, na Santana, a ampliação e reforma da Creche Tia Lurdinha, a construção da Creche Carolina Lélis de Aragão, a reforma da Escola Municipal José Pereira da Silva, no Capim, ampliação e reforma da Escola do Esquisito, ampliação e reforma do Posto de Saúde do Esquisito, construção da UBS das comunidades de Várzea Queimada, Santo Antônio e Croazal, além da construção dos sistemas de abastecimento de água de Salinas, Lagoa do Sabino, Viramão, Pau do Enxuí, Chapada do Barreiro e Morro Laranja.

Cidades na Net – Jaicós é um dos municípios do semiárido piauiense cuja situação é crítica quando se fala em abastecimento de água. O senhor acabou de falar em projetos nessa área. Como, de fato, estar a zona rural do município em relação ao abastecimento de água?

Dr. Crisanto – A Secretaria de Desenvolvimento Rural e Recursos Hídricos, responsável por esta área da administração, tem feito muito trabalho para manter em funcionamento os poços tubulares do município. A energia de péssima qualidade tem dado prejuízos ao município. É constante a queima de bombas. Estamos procurando melhorar vários sistemas de abastecimento de água com a automatização dos mesmos. A prefeitura está investindo bastante nesse processo de automatização, e com isso, o problema do abastecimento de água nos finais de semana e das segundas-feiras foi resolvido. Em consequência disso, aumentou as despesas com energia elétrica.

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A localidade Salina foi contemplada com um sistema de abastecimento de água, beneficiando a 40 famílias. A localidade Lagoa do Sabino será beneficiada com água em mais de 80 residências. Foi iniciada há poucos dias a implantação de mais de 50 km de canos nas localidades Viramão, Pau do Enxuí e Chapada do Barreiro, beneficiando a 350 famílias com água encanada.

Sempre foi uma obsessão minha levar água a todos os lares do extenso município de Jaicós. Logo que Waldelina assumiu, fizemos um amplo estudo topográfico abrangendo quase todas as localidades da zona rural. Foram elaborados diversos projetos e encaminhados para Brasília. Naquele tempo, a propaganda do Governo Federal era que, se tivesse projeto, teria dinheiro para os municípios, mas, infelizmente não foi o que aconteceu. Os milhares de prefeitos desde país constataram que foi mais uma propaganda enganosa do Governo Federal. Dos muitos projetos elaborados por nós, apenas seis localidades foram contempladas: Salinas, Lagoa do Sabino, Chapada do Barreiro, Morro Laranja, Viramão e Pau do Enxuí, ao todo, beneficiando a 470 famílias.

Cidades na Net – Existe a informação de serão instalados hidrômetros em todas as casas da Chapada do Barreiro, Morro Laranja, Viramão e Pau do Enxuí, localidades essas que serão contempladas com os sistemas de abastecimento de água, casa por casa. Isso significa dizer que os moradores beneficiados terão que pagar pela água consumida?

Dr. Crisanto – Absolutamente não! A Prefeitura não vai cobrar água de ninguém. A instalação dos hidrômetros, que são esses medidores do consumo de água, é para termos um controle, um acompanhamento adequado, já que a água é pouca, e com isso, evitarmos o desperdício, o abuso. Não é justo que alguns gastem tanto, prejudicando os outros.

É verdade que o secretário de Desenvolvimento Rural, João Bosco, esteve presente nas diversas localidades da nossa zona rural vendo se seria possível que as pessoas dessas comunidades assumissem a administração de seus próprios sistemas de abastecimento de água, coisa que ocorre na grande maioria dos municípios. No entanto, a resposta da maioria dos habitantes foi contrária. E a gestão, reconhecendo a vontade da maioria e levando em conta a difícil situação financeira em que se encontram as famílias que moram no campo, resolveu abandonar de vez essa ideia e partir com força para a ampliação e automatização, tornando os sistemas de abastecimento de água mais eficientes. Quero dizer com isso que, nós, com toda dificuldade do momento, estamos investindo na melhoria dos sistemas de abastecimento, procurando melhorar a qualidade de vida de quem mora no campo.

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Cidades na Net – O senhor já foi prefeito do município de Jaicós por três vezes, e agora, participa da atual administração ao lado da sua esposa, a prefeita Waldelina, como um dos seus principais assessores. Num comparativo de quanto foi prefeito e os tempos atuais, algumas pessoas comentam que o senhor não é mais o mesmo de tempos atrás. O que de fato aconteceu? O Crisanto Neto realmente mudou?

Dr. Crisanto – Não. Não mudei. As circunstâncias é que são outras, as condições é que são outras, os tempos é que mudaram. As leis que regulam a administração pública são, hoje, cobradas com mais rigor, o município está mais endividado, as despesas de agora são mais elevadas. Um exemplo: quase todos os 60 poços tubulares do município funcionam a base de energia elétrica, que por sinal, está caríssima. Fizemos um levantamento das despesas dos últimos doze meses por localidade. Vou citar apenas sete destes.

Veja só: Na localidade Angical dos Magos, onde temos cerca de 40 casas atendidas, gastamos mensalmente uma média de R$ 1.676. Teve mês que nós pagamos R$ 4.361. Na Baliza, a média é 1.665 reais por mês. No povoado Santo Antônio, o gasto é de 1.485 reais, na Gameleira, R$ 1.154 reais por mês, Santana, R$ 1.038, e  no Capim, 738 reais por mês.

Isso é o que gastamos em cada comunidade para garantir o abastecimento de água, mas muita gente não sabe disso. Essas despesas pesam. E como pesam no orçamento do município. E o pagamento dessas despesas tem que ser efetuadas em dia, senão, a Eletrobras corta o fornecimento de energia e deixa as comunidades sem água.

Outra despesa grande é com a iluminação pública da cidade de Jaicós, que é uma atribuição dos moradores, como reza a Constituição Federal, e quem paga essa conta é a Prefeitura.  No mês de janeiro deste ano a fatura foi R$ 41.247,26. O que se arrecadou da COSIP foi apenas R$ 14.886,28, e a Prefeitura pagou R$ 26.361,26. E muitas outras despesas que nos atormentam. Então, não fui eu que mudei. São as circunstâncias que mudaram.

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Cidades na Net – Quando se trata de iluminação pública, temos visto a população reclamar, a bancada que faz oposição ao Governo Municipal na Câmara Municipal bate forte quanto à escuridão das ruas da cidade de Jaicós. O senhor, como secretário municipal de Obras, é o responsável pela área. O que tem a dizer sobre isso?

Dr. Crisanto – O povo tem razão de reclamar. Uma cidade escura é feia e leva perigo à população. Quem não gostaria de ver sua cidade bem iluminada? Infelizmente, a Prefeitura não tem condições repor todas as lâmpadas e equipamentos danificados. A Prefeitura já faz muito em pagar quase 65% da fatura mensal da iluminação pública. Até a ampliação da rede, que é obrigação da Eletrobras, ela não faz, porque tá falida e passa toda a responsabilidade para a Prefeitura, que também está em situação falimentar. É difícil. Nessa administração, mesmo sem poder, com toda a dificuldade, já implantamos mais de 12 postes para a ampliação da rede de energia elétrica na cidade de Jaicós.

A iluminação das ruas da cidade deve ser mantida pela própria população, como falei anteriormente. Isso é lei, está na Constituição Federal. Cada município, institui sua contribuição sobre a iluminação pública, a chamada COSIP. Há muitos anos, 20 anos atrás, foi instituída a de Jaicós, mas nunca foi reajustada. Quando você ver uma cidade bem iluminada, por ter certeza que ali a população está contribuindo adequadamente com aquela prestação de serviço. A prefeita Waldelina Crisanto enviou para a Câmara Municipal, há mais de dois anos, uma proposta de reajuste para a COSIP. No apagar das luzes no ano passado, a maioria da Câmara, a oposição, dizendo-se defensora ardorosa dos direitos do povo jaicoense, rejeitou a proposta da prefeita, alegando que era uma absurdo aquilo, que a Prefeitura já recebia dinheiro demais e poderia muito bem pagar aquela quantia.

A Câmara, que deveria ser parceira do Executivo para cuidar bem da cidade, o que faz é dificultar as coisas. Está comprovando por A mais B que, o que defende e prática mesmo é a política retrógrada e anti progressista, do quanto pior, melhor. Só assim eles tem o que reclamar e atacar a administração. Isso é política pequena, mesquinha, de pessoas que entraram na vida pública pensando em outros interesses, menos no interesse do povo. Estão cumprindo fielmente o que prometeram na campanha eleitoral: perturbar a administração, criar toda a dificuldade possível para a administração da prefeita Waldelina não dar certo. Ninguém de sã consciência faria questão de contribuir na sua conta de luz, com dez ou quinze reais, para ver sua cidade bem iluminada. Duvido!

O projeto da prefeita tinha um caráter humanitário, pois isentava do pagamento os contribuintes de baixa renda, aqueles que consomem até 30kw por mês. Os pequenos não pagariam. Na cidade de Jaicós, quase 1.500 famílias ficariam de fora. Só pagariam mesmo aqueles contribuintes que poderiam pagar.

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Cidades na Net – Ainda se tratando dos vereadores de oposição na Câmara Municipal, estes tem dito que essa administração não calçou uma rua sequer em Jaicós. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Dr. Crisanto – Como fazer calçamento se não existe recurso para isso? Calçamento é uma obra cara. Calçamento, hoje, só se faz com recurso federal. O que a gente ainda faz, e com dificuldade, é consertar calçamento. O dinheiro que poderia ser utilizado no calçamento de ruas da nossa cidade é o que se paga da fatura da iluminação pública, hoje, mais de 26 mil reais; é que se gasta para fornecer água de graça para toda a população da zona rural, em torno de 70 mil reais por mês; é o que se paga todos os meses de precatórios trabalhistas, 35 mil reais, para pessoas que nunca deram um dia sequer de serviço para o município. E por aí vai.

Se outro prefeito fez calçamento com recurso do município, foi no tempo em que se poderia dar calotes na Eletrobras e na Previdência Social, como aconteceu. Houve prefeito em Jaicós que deixou mais de 1 milhão de reais em conta de luz sem pagar. Pagamos, hoje, um parcelamento de débito com energia elétrica de mais de 16 mil reais por mês. Com a Previdência Social também pagamos parcelamento por conta desses calotes.

Estão aí os motivos que nos impedem de fazer calçamento. Se alguém fez muito calçamento, como dizem, é porque, além desses calotes, não se preocupava com a saúde do povo, não levava ninguém para Teresina para tratamento especializado; não se preocupava com o irmão da zona rural que passava cede. Um poço tubular que se quebrasse, passava meses para ser consertado. Então, esse prefeito que fez calçamento está aí, não se elege nem a vereador, porque não deu assistência social ao povo.

Cidades na Net – Em outubro de 2014, o senhor declarou que Jaicós encontrava-se no fundo do poço, com débitos enormes e as contas municipais totalmente desajustadas. Para equilibrar as finanças do município, o comando da administração municipal, que é feito pela a prefeita e pelo senhor, tomou uma série de medidas consideradas impopulares, levando ao desgaste político. Como o senhor avalia essa situação?

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Dr. Crisanto – Há mais ou menos 18 meses o município de Jaicós se encontrava no fundo do poço. Os débitos eram demais! A administração municipal estava perdendo a credibilidade perante os fornecedores e prestadores de serviço. A despesa com a folha de pagamento superou o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Não houve outra saída. Fomos obrigados, pela lei, a fazer um corte na folha de pagamento com o pessoal, além de diminuirmos vários outros tipos de despesas.

O corte na folha é o que foi mais doloroso. Foi a sensação de cortar a própria carne, tirar da folha pessoas que nós próprios havíamos colocado. Ou nós faríamos isso, ou não conseguiríamos terminar esse mandato. Falou mais alto a voz da razão, é claro. O desgaste político em consequência das medidas adotadas para equilibrar as finanças, aconteceu, é claro, e começou a acontecer não foi daí,  começou acontecer desde que Waldelina assumiu e não conseguiu empregar todos que a procuraram. Sabemos das necessidades das pessoas, mas prefeitura não tem condições de empregar a todos.

Seríamos nós altamente irresponsáveis se, pensando politicamente em reeleição, tivéssemos deixado a coisa correr como se nada estivesse acontecendo, procurando mascarar a situação. Nós não temos o direito de desorganizar, se sacrificar ainda mais o município por causa de uma eleição. Não devemos seguir o exemplo da gestão municipal anterior, onde o grupo político que então administrava, por conta de uma eleição, para se manter no poder, desorganizou, sacrificou, e arrasou o município de Jaicós. Temos que agir com responsabilidade, para conosco e para com os outros. Afinal de contas, acima de nós está a lei, a lei dos homens e a lei de Deus.

Cidades na Net – Nós estamos em pleno ano eleitoral. Em outubro deste ano acontecerão as eleições municipais, no entanto, o senhor tem se mantido calado, em silêncio com relação à candidatura da prefeita Waldelina nesta eleição. Afinal, ela será, ou não, candidata?

Dr. Crisanto – Foi em nome da governabilidade, foi para salvar o município, que assumimos o risco do povo jaicoense não mais nos querer à frente da administração municipal. Chama-se isso de responsabilidade. Com as medidas saneadoras, equilibramos as finanças, readquirimos a credibilidade perante os fornecedores e prestadores de serviço, mantivemos os programas e serviços públicos em funcionamento, melhoramos vários sistemas de abastecimento de água, além de estarmos realizando várias obras de interesse social. Jaicós, hoje, é um dos municípios da região que se destacam como bons pagadores.

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Waldelina foi eleita para governar Jaicós com responsabilidade e por quatro anos. Respondendo à sua pergunta, a candidatura à reeleição é uma consequência, é se der certo. Nós não devemos impor. O povo jaicoense é quem vai dizer se Waldelina será, ou não, candidata. Nós tivemos a responsabilidade de colocar acima dos nossos interesses, o interesse maior do povo jaicoense: de não ver Jaicós cair nos descrédito e no achincalhamento como presenciamos na gestão anterior.

Nós tivemos essa responsabilidade. Esperamos que a maioria dos jaicoenses aja com a razão, e não com a emoção, e tenha a responsabilidade de não entrar em aventura, de não se deixar iludir por falsas promessas, por conversas de pessoas que tiveram seus interesses egoísticos contrariados. O jaicoense que tem a cabeça no lugar e os pés no chão é quem vai dizer se Waldelina será candidata à reeleição.

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