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“Fazer o quê?” desabafa andarilho em Picos que procura comida no lixo

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A cidade de Picos possui de acordo com último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em 2010, uma população de 73.414 habitantes. A estimativa para o decorrente ano de 2019, seria de 78.222 pessoas, o que significa um crescimento de 6,14%.

Picos quando comparado com outras cidades de médio e grande porte, pode-se considerar que o número de mendigos ainda é baixo. No entanto, o que foi registrado na noite deste domingo, 10 de novembro, na rua Padre Madeira, por trás da Igreja Matriz, é preocupante, mesmo com o baixo índice.

Eram aproximadamente, 22h15, quando por acaso um senhor de estatura mediana que aparentava ter 1.69m de altura, magro, negro, e pesava pouco mais que 60 kg, aparentemente, aproximava-se da dita esquina onde havia várias sacolas e sacos de lixo depositados a espera do carro coletor.

Antes mesmo que o veículo chegasse, o idoso de 75 anos conforme ele relatou, abria sacolas – aquelas mais fáceis de desamarrar os nós. A outras que estavam difíceis de abrir, ele rasgava, na intenção de encontrar alimento e saciar sua bruta fome.

Ao avistar a cena, duas pessoas se aproximaram do local. O idoso continuou o trabalho de garimpo a procura de comida e não hesitou. Indagado porque ele estava comendo lixo, ele respondeu que era porque “a mulher não abria a porta”. O mesmo respondeu que morava há dez anos e era oriundo de uma localidade por ele informada, como Morro do Chapéu de Couro, pertencente a Picos. Francisco Alves de Sousa foi o nome que ele afirmou ser registrado e relatou que tinha idade de 75 anos.

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Aproximadamente trinta minutos após presenciar a cena na Cidade Modelo, um dos moradores de residência próxima ao local onde estava os diversos sacos de lixo, disse que ia até sua casa procurar comida e levar para o idoso. O morador preferiu não revelar sua identidade justificando que a intenção era alimentar quem tinha fome e não aparecer. Atendendo a exigência, a reportagem do Cidades Na Net manteve em sigilo sua identidade.

“Seu Francisco eu vou lá em casa averiguar se tem comida e depois eu volto. O senhor não vai sair daqui não?”, indagou a moradora.

“Vou não minha filha”, respondeu o idoso.

Retornando ao local [a moradora] com uma porção de comida e água, o idoso tinha saído e, cinco minutos depois de buscas por ele, realmente foi encontrado na frente da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, repetindo a mesma cena: garimpando outro depósito de lixo à procura de comida.

“Meu Deus uns com tanto e outros sem nada. Tanta gente que reclama do que tem para comer em casa e outros nas ruas procurando nos lixos algo para comer”, desabafou emocionada a moradora que reside próximo a igreja e declarou que estava com o coração tomado de angústia.

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Logo após entregar uma porção de comida com água, Seu Francisco Alves passou a comê-la. Desta vez, não do lixo, e sim, bem preparada. Ao receber o alimento, sentou-se na calçada do templo religioso e passou a comer o que lhe foi doado. Neste momento, por algumas vezes, falava coisas desconexas. Sentado e comendo, uma das frases que proferiu em súplica foi: “Tia me leva daqui. A senhora morreu. Me leva daqui”. Logo em seguida, a moradora que já tinha entregado a comida se despediu desejando boa noite. Seu Francisco agradeceu com “Muito obrigado”.

Não foi possível identificar com precisão se as informações sobre local onde mora, nome e idade são realmente verídicas. O que se sabe é que a que fome realmente era verdadeira. Isso foi possível comprovar ao vivo e a cores, devido a procura dele por comida no lixo e, ao receber o alimento das mãos da moradora que se sentiu de coração partido ao presenciar a busca incessante nas diversas sacolas e sacos de lixo que estavam no aguardo do carro coletor.


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