Ator negro de Tropa de Elite é abordado como suspeito por policiais de Teresina

[ad#336×280]Na tarde de ontem (29), policiais do 1º Batalhão de Polícia Militar realizavam patrulhamento no bairro Monte Castelo, zona sul de Teresina, quando se depararam com um carro modelo Fiat Uno que seguia com quatro homens a bordo. Somente alguns minutos depois da abordagem e quando já estavam revistando o veículo, os policiais perceberam que um dos ocupantes era o ator André Ramiro, que interpretou o Capitão Mathias no filme Tropa de Elite.

Ele e mais dois atores nacionais – Antonio Fargone Junior e Jone Brabo – estão em Teresina para a encenação da Paixão de Cristo, que será apresentada no bairro Monte Castelo. André Ramiro interpreta o apóstolo Pedro.

Segundo o tenente Miguel Luz, ao avistarem o veículo, a polícia fez o acompanhamento de forma preventiva e solicitou que o motorista parasse. Os documentos foram exigidos e um dos sargentos reconheceu o ator. “O patrulhamento era rotineiro. Até então, não sabíamos que era o famoso aspirante”, relata o Tenente Luz.

Em uma página do Facebook, chamada Plantão Policial PI, que é mantida por policiais militares, foram publicadas as fotos da abordagem realizada. “Viatura Tática sobre o comando do Tenente Luz abordou um veículo suspeito nas proximidades da Tv Antena 10 e para a surpresa dos taticanos os abordados eram atores de nível nacional que irão participar da peça paixão de Cristo e que um dos atores era o Andre Ramiro o famoso Asp e Cap André Matias do filme Tropa de Elite”, dizia o texto da postagem.

Mais de 120 pessoas comentaram a publicação. Algumas questionaram o motivo da abordagem e peguntaram por que o veículo foi considerado suspeito. Parte dos internautas avaliaram que a atitude dos policiais foi racista, pois só suspeitaram devido à presença de dois homens negros no carro.

Um dos comentários diz: “Por serem negros eles já acham que é bandido, que pena que não conhecem os bandidos, muitas vezes o bandido passa por eles”. Outra pessoa questiona: “Na realidade isso pra mim se chamou racismo de primeira instância e seguido de abordagem. Agora depois do mico, se diz abordagem de rotina”.

 

 

O tenente Miguel Luz relatou que a medida é preventiva. “Nós sempre realizamos revistas de carros e motos. Há muitas denúncias de assaltos na região e estamos monitorando a fim de impedir a ação de bandidos. Poderíamos ter feito isso com qualquer pessoa, independente da cor ou raça. Nós utilizamos abordagens padrões que são respeitosas e com uma linguagem técnica, sem agressão”, afirma o tenente Luz.

O policial ainda afirma que foi explicado o procedimento aos quatro ocupantes do veículo, que entenderam que ação era de rotina e não preconceituosa. “Eles até pediram para tirar foto conosco e disseram que a abordagem é bem diferente das grandes cidades do país, onde a polícia agride as pessoas verbal e fisicamente”, finaliza Luz.

 

Fonte: Portal O Dia