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POLÍCIA

Onda de assassinatos, execuções e assaltos apavoram o povo do Piauí

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Uma onda de assassinatos, mortes com indícios de execuções sumárias e assaltos a pessoas, lojas, supermercados, postos de combustíveis, farmácias e bancos está apavorando a população do Piauí, especialmente em Teresina. De sábado passado (30.08) até esta quarta-feira (03.09) pelos menos nove pessoas foram mortas a tiros na capital, a maioria jovens e adolescentes. Segundo a Polícia, todos envolvidos com o consumo e tráfico de drogas.
Só nesta quarta-feira (03.09), até o início da redação desta matéria, pelos menos mais três pessoas entraram na lista das mais recentes vítimas da onda de violência em Teresina. O adolescente Francisco das Chagas de Oliveira, de 17 anos, foi executado a tiros por volta das 11h45, na Avenida Campo Maior, no bairro Nova Brasília, zona Norte de Teresina.

De acordo com a Polícia Civil, Francisco estava em uma motocicleta quando o assassino se aproximou e efetuou vários disparos. A segunda vítima é a jovem que estava na garupa da moto de Francisco. Ela ficou ferida e foi levada ao hospital do Matadouro. A terceira vítima é um homem identificado como Gilson de Almeida. Ele foi atingido por dois tiros na vila Carolina, na Zona Sul de Teresina, no início da tarde. Ele foi levado para o Hospital de Urgência de Teresina – HUT.

O secretário estadual da Segurança Pública, Luis Carlos, garante que a Polícia tem feito a sua parte. Centenas de prisão são realizadas todos os meses; várias quadrilhas foram desmanteladas e muitos criminosos foram presos. “O problema que a Polícia prende, mas a Justiça manda soltar e os criminosos voltam a praticar todo tipo de delito. Nós fazemos nossa parte, mas é preciso que a sociedade e as famílias também ajudem, principalmente no que diz respeito ás drogas. Quando a família falha a sociedade sofre e a polícia sozinha não pode resolver tudo”, diz o secretário.

Dados do próprio governo revelam que somente no primeiro semestre de 2014, a Delegacia de Homicídios do Piauí registrou 210 assassinatos e 11 latrocínios – roubos seguidos de morte. O mês de janeiro foi o mais violento, com 39 homicídios; seguido pelo mês de março (33 homicídios) e o mês de junho (30).

Os números dos dois primeiros meses do segundo semestre de 2014 ainda não foram fechados, mas já estão muito acima do número de assassinatos registrado no primeiro bimestre do ano. Conforme noticias de jornal da segunda-feira passada (01.09), somente entre os dias 28 e 30 de agosto foram registradas 22 mortes violentas.

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As autoridades de segurança do estado não têm estatísticas seguras sobre os números de outros crimes, como assaltos e roubos. Os dados em poder da Polícia são menores que os reais, até porque muitas pessoas deixam de registrar boletim de ocorrência – o famoso BO – por não acreditar que a Polícia possa desvendar o crime objeto de sua queixa. O que é um erro. A população precisa fazer o registro de todo e qualquer crime nas delegacias policiais.

SERVIÇOS PREJUDICADOS – A violência em Teresina chegou a um nível de descontrole tão grande que está causando uma espécie de “toque de recolher” forçado para população. Muita gente vai mais cedo e se tranca em casa com medo dos bandidos. Alguns serviços à população também já estão deixando de ser oferecidos à noite por conta da onde de assaltos e assassinatos.

Um desses serviços é o dos táxis. Por causa de dois brutais assassinatos recentes de dois taxistas na zona Norte de Teresina, a categoria decidiu deixar de circular tarde da noite e na madrugada. Também decidiu não entrar e nem atender chamadas de alguns bairros, vilas e favelas que consideram perigosas e dominadas por traficantes, assaltantes e homicidas. Os taxistas se revoltam porque dizem a Polícia sabe quem são e onde estão os bandidos, mas eles continuam livres e agindo.

Assim como os taxistas, outros serviços estão mudando horário de atendimento porque os trabalhadores e donos de estabelecimentos que deveriam funcionar à noite temem os assaltos e latrocínios. É o caso dos frentistas de postos de combustíveis, garçons, donos de bares, restaurantes e de farmácias. Eles temem que esses profissionais sejam mortos em assaltos.

QUEIXAS – Existem muitas queixas de vítimas ou de familiares de vítimas de assassinatos e homicídios em relação à fragilidade nas investigações desses crimes e nas consequentes falhas e brechas nos inquéritos. Muitas vezes, por falta de provas robustas os inquéritos a Justiça acaba colocando acusados em liberdade.

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Outra queixa das pessoas sobre o trabalho das polícias (Civil e Militar) é quando as vítimas de assassinatos e execuções “têm passagem pela polícia”, já são “conhecidos dos policiais” são tidas como “do mundo do crime”.

Nestes casos, segundo observa o jornalista e repórter policial Orlando Portela, a primeira informação que a autoridade policial que vai ao local do crime passa à imprensa é que a vítima “já tinha passagem na polícia” ou que o crime tem característica de “acerto de contas”. Com isso, segundo ele, passa a impressão de que a Polícia não vai investigar ou que livrou-se de mais um “bandido”. “Parece esquecer que quem matou deve ser preso porque também é um criminoso”, explica o jornalista.

Para o repórter, é exatamente nestes casos que existem e ficam muito claras as falhas nas investigações e nos inquéritos. “As provas, em geral, limitam-se a depoimentos de testemunhas, o que facilita o trabalho de advogados que atuam na área criminal”, ressalta Orlando Portela.

A advogada e deputada estadual Margarete Coelho (PP), candidata a vice-governadora na chapa de oposição, diz que o atual governo tem demostrado incapacidade de conter a onda de violência que tomou conta do Piauí. “Nos últimos meses a imprensa tem noticiado fartamente casos de mortes violentas, assaltos, brigas de gangues e tráfico de drogas em todo Estado. O teresinense tem sido a maior vítima dessa onda de violência e não há uma solução prática para isso”, diz a deputada.

“O governador O Zé Filho (PMDB), candidato a reeleição, faz campanha na TV prometendo que a segurança pública será prioridade no seu governo. É como se ele não fosse o governador e faz de conta que não tem nada a ver com a atual situação de violência. É como se a crise na Segurança fosse culpa da oposição e não do governo. Ele fala que vai fazer. E por que não faz agora, já que é o governador”, questiona a deputada Margarete Coelho.

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Fonte: Piauí hoje
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