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POLÍTICA

Ajuste fiscal: Dilma tem o PMDB, mas não o PT

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No momento em que a presidente Dilma Rousseff encontra dificuldades em obter apoio do próprio partido para aprovar as medidas de ajuste fiscal no Congresso foi o PMDB quem se afirmou como aliado fundamental do governo.

A bandeira da aprovação das medidas que exigem sacrifícios para trabalhadores, com mudanças em direitos trabalhistas, previdenciários e aumento de impostos foi empunhada nessa segunda-feira, 23, pelos principais líderes do PMDB, durante jantar oferecido pelo vice-presidente Michel Temer, que teve a participação da equipe econômica da presidente Dilma, Joaquim Levy, da Fazenda, Nelson Barbosa, do Planejamento, e Alexandre Tombini, do Banco Central.

A surpresa entre os participantes do governo na reunião, entre eles o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, ficou por conta da defesa enfática do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, à aprovação dos ajustes. “Temos que ter responsabilidade nesse momento. O PMDB não pode faltar ao país”, disse Cunha.

Coro pela aprovação foi endossado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, pelo líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, pelo senador Romero Jucá e pelo ex-presidente José Sarney.

O progresso para o governo obtido com a reunião entre a equipe econômica e o PMDB demonstrou que o anfitrião do encontro, Michel Temer, se mantém como a estrutura de concreto armado entre o Palácio do Planalto e os comandantes do Congresso.

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Mas o apoio do PMDB ao principal projeto da presidente Dilma Rousseff para retomar o crescimento econômico do país não será incondicional. Ao ministro Mercadante, Michel Temer revelou o desconforto do partido com o tratamento recebido pela presidente Dilma. Reclamou que não é acionado senão quando há incêndios a apagar no Congresso, e lembrou da importância do partido na aprovação das medidas que desobrigaram o governo a cumprir a meta de superávit primário no fim do ano passado.

Os peemedebistas fizeram questão de ressaltar a importância de fortalecer o papel de Temer na articulação política. Aliados do vice se queixavam de que Dilma não ouvia o companheiro de chapa na tomada de decisões e não o incluiu no conselho informal que a assessora na área.

A presidente soltou nota negando o distanciamento e fazendo elogios ao vice, o que foi visto como um sinal de que pretende mudar a conduta nesse caso.

PT será oposição ao pacote fiscal?

Apesar de comandar as duas casas do Congresso Nacional, o PMDB sozinho não é capaz de aprovar os ajustes fiscais defendidos pelo governo. E o maior desafio da presidente Dilma Rousseff poderá ser obter o apoio do seu próprio partido, o PT.

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Segunda maior força política no Congresso, vários parlamentares petistas já declararam posição contrária às medidas propostas. No Senado, a ex-braço-direito de Dilma na Casa Civil, Gleisi Hoffmann, apresentou alterações que na prática desfiguram os ajustes. Ela tem o apoio do também petista Lindberg Farias. Na Câmara,  há insurgências contra as medidas. Tanto que forçaram o líder do PT, Sibá Machado, a admitir que a proposta pode não ser aprovada como deseja o Planalto.

Ao contrário do pragmatismo declarado pelo PMDB, o PT cobra de Dilma o cumprimento do discurso de campanha. Deixou oficializado em documento da cúpula do partido.

Sinalização do PMDB reforça a ideia de que a presidente Dilma terá que conversar muito mais dentro do PT, se quiser retomar o crescimento econômico por meio da aprovação dos ajuste fiscal.

Fonte: Brasil247

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