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POLÍTICA

Governo do Piauí entrega serviços essenciais para a gestão privada

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Crítico ferrenho do processo de privatização das estatais no Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o Governo do PT está investindo todo o seu capital político em um processo de mudança de gestão que, na prática, vai permitir a entrada da iniciativa privada em serviços essenciais do Estado – inclusive para o exercício de atividades fins do estado. A justificativa é de que a gestão privada funciona; e os serviços hoje oferecidos pelo setor público, de uma ineficiência sem tamanho, vão melhorar.

Na prática, o Estado está recorrendo à iniciativa privada para melhorar serviços dos quais não consegue dar conta e para vencer a enorme burocracia que favorece a ineficiência no serviço público. Essa mudança se dá através de programas como as PPPs (Parceria Público-Privada), que vão ser testadas pelo Governo Wellington Dias (PT) inicialmente na gestão dos terminais rodoviários de Teresina, Picos e Floriano, e na distribuição e manutenção dos serviços de águas e esgotos, hoje ainda sob responsabilidade da Agespisa, uma sociedade de economia mista endividada hoje até o pescoço.

A guinada mais radical do governo petista rumo ao modelo privado de administração, porém, está se dando na transferência dos hospitais regionais do Piauí para a gestão de organizações sociais sem fins lucrativos, as chamadas OS. A meta da Secretaria Estadual de Saúde é entregar para as OS os hospitais regionais de Picos, de Parnaíba e de Floriano. São os três maiores hospitais da rede pública no interior, que atendem hoje uma demanda, juntos, de mais de 1,5 milhão de habitantes de aproximadamente 140 municípios do Piauí e mais alguns do Maranhão.

O Governo já assinou contrato com o Instituto de Gestão e Humanização (IGH) para a gestão do Hospital Regional Justino Luz, de Picos (310 quilômetros ao sul de Teresina). O IGH é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos de Salvador (BA), especializada em gestão hospitalar. Foi escolhida para gerir o hospital de Picos em concorrência de técnica e preço da qual participou também a Cruz Vermelha. Atua hoje em hospitais públicos da Bahia, Rio de Janeiro e Goiás, no mesmo modelo que está sendo proposto para Picos.

O contrato foi assinado no dia 14 de outubro e está sendo questionado em ações do Ministério Público Estadual e do Trabalho, do Tribunal de Contas do Estado e do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi), que acusam o Estado de estar terceirizando os serviços de saúde. O processo de transferência da gestão para o IGH foi suspenso há 15 dias pela juíza da Comarca de Picos, decisão derrubada cinco dias depois em liminar pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Raimundo Eufrásio Alves Filho.

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Na última sexta-feira, o Ministério Público do Trabalho no Piauí anunciou uma ação para barrar a transferência do Justino Luz para o IGH. O MPT-PI diz que o processo terceiriza atividade-fim do estado, o que é vedado pela Constituição Federal (veja matéria nesta página). Na quarta-feira da semana passada, o secretário estadual de Saúde, Francisco Costa, informou ao Diário do Povo que estava suspendendo a terceirização dos hospitais regionais de Parnaíba e Floriano. “Vamos esperar resolver essa polêmica em torno do hospital de Picos para retomar o processo”, afirmou.

 

Fonte: Diário do Povo

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