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POLÍTICA

Michel Temer quer votação antecipada; Dilma apresentará carta à nação

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Na reta final do impeachment no Senado, o presidente em exercício Michel Temer e a presidente afastada Dilma Rousseff adotam estratégias para saírem vencedores do processo. Ao longo da última semana, o G1 ouviu os principais responsáveis pelas estratégias políticas da petista e do peemedebista.

Para garantir o afastamento definitivo de Dilma, Temer e seus interlocutores têm tentado articular junto à base aliada no Congresso uma forma de fazer com que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), antecipe para o dia 25 ou 26 deste mês a votação do impeachment no plenário, prevista para o dia 29.

A petista, por sua vez, na tentativa de sensibilizar os parlamentares e retomar o mandato, divulgará nos próximos dias uma carta à nação, que também será entregue aos senadores. No documento, ela irá sugerir, entre outras ações, a realização de um plebiscito para que a população decida sobre se devem ocorrer novas eleições no país.

Carta
Interlocutores de Dilma dizem que o formato para a apresentação do documento ainda não está definido, mas há uma expectativa de que a divulgação já ocorra nos próximos dias.

Auxiliares dizem que, além da sugestão para novas eleições, Dilma vai listar compromissos que pretende seguir caso retome o mandato.

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Além disso, outra estratégia que Dilma adotará ao longo da semana será agendar mais encontros com senadores, tanto da base aliada quanto os considerados indecisos.

A petista passou a oferecer nos últimos dias almoços e jantares a parlamentares no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, a fim de convencê-los a votar contra o impeachment.

Dilma também passou a apostar na estratégia de sugerir, em entrevistas e nas redes sociais, que haja mobilizações pelo país, por parte dos militantes contrários ao impeachment, para reforçar a tese de que há um golpe em curso e que um eventual governo Michel Temer será ilegítimo.

Antecipação
Temer tem orientado emissários a encontrar junto à base aliada no Congresso uma alternativa para antecipar em alguns dias a votação.

Entre os senadores, Romero Jucá (PMDB-RR) tem atuado na linha de frente, ao lado de Aloysio Nunes (PSDB-SP), para orientar a base e articular os votos pró-impeachment.

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Presidente em exercício do PMDB, Jucá chegou a ser nomeado por Temer ministro do Planejamento em maio, mas teve de deixar o cargo após áudios revelarem que ele sugeria tirar Dilma do Planalto para “estancar a sangria” da Lava Jato.

Segundo relatos de interlocutores do governo, Temer ficou incomodado com a decisão do STF de divulgar, no sábado passado, a previsão de a votação final do impeachment ser iniciada em 29 de agosto. Para o peemedebista, dizem os aliados, como não há sinais de que Dilma conseguirá reverter o impeachment, o ideal seria começar antes disso e concluir o processo até o fim de semana dos dias 27 e 28.

Na avaliação de Temer, relatam auxiliares, o processo precisa ser resolvido antes dessa data porque ele quer participar, já nos dias 4 e 5 de setembro, da Cúpula do G20, em Hangzhou (China), como presidente da República definitivo. “Assim, ele terá peso político para falar com os demais chefes de Estado, não há a menor dúvida”, observou um interlocutor.

Oficialmente, o Palácio do Planalto nega “qualquer tipo de interferência” de Temer no andamento do impeachment. Além disso, afirma que o peemedebista acompanha somente “de longe” o processo, embora “tema” que novas mudanças no cronograma do processo possam atrapalhar votações de projetos prioritários no Congresso, como a PEC que limita o aumento de gastos públicos pelos próximos 20 anos proposta pela equipe econômica.

Acenos à oposição
Segundo relatos de assessores do governo, Temer tem feito acenos nos bastidores de que pretende, concluído o processo de impeachment, procurar os partidos que passaram a ser de oposição, como PT e PC do B.

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Pela avaliação, uma eventual aproximação faria Temer contar com o apoio, ainda que informal, de alguns parlamentares de partidos contrários a ele.

Interlocutores do presidente em exercício, dizem, ainda, que ele tem se mostrado disposto a se reunir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a definição do impeachment pelo Senado, mas um eventual encontro, relatam, dependeria de uma série de encontros prévios entre emissários do peemedebista e pessoas próximas a Lula.

Na leitura do Planalto, um possível gesto entre os dois poderia atrair setores “menos radicais” da oposição e fazer com que Temer consiga aprovar projetos prioritários no Congresso.

Tramitação do impeachment
Nesta quinta (4), a comissão especial do Senado criada para analisar o processo de impeachment aprovou o parecer do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), apresentado na terça (2), no qual ele concluiu que Dilma cometeu ilegalidades e sugeriu que ela deveria ir a julgamento final.

Para a próxima terça (9), está programada no Senado a votação, em plenário, do parecer de Anastasia. Pela previsão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, a análise definitiva sobre o impeachment de Dilma deverá ocorrer no dia 29 deste mês.

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Fonte: G1

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