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POLÍTICA

“Nós vamos sair dessa”, garante Assis Carvalho sobre crise

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O deputado Assis Carvalho (PT-PI), vice líder do PT na Câmara, aproveitou esta segunda-feira, 30, para em longo discurso rebater adversários do Governo e do PT no Congresso, fazer revelações sobre o perfil desses adversários, destacar contradições e afirmar que a crise existe, sim, mas que será superada não sendo honesto supervalorizá-la.

“Mas nós vamos sair dessa. E logo. A presidenta Dilma está fazendo o que pode fazer. Com dificuldades, por que não conta com uma boa base no Parlamento. Mas com firmeza e competência.”, disse já ao final de sua fala.

“Senhoras e Senhores, o que esse tempo exige de nós é coragem. A democracia custa paciência, tolerância, respeito. Por isso, a democracia tem de ser preservada: no respeito aos direitos dos outros, na garantia de defesa de quem é acusado, no respeito à Constituição, ao voto, ao direito das pessoas de serem corretamente informadas e não manobradas.”, salientou.

Assis Carvalho é um dos deputados da tendência majoritária petista Construindo um Novo Brasil (CNB), um dos mais próximos do governador do Piauí, Wellington Dias, que vem nos últimos dias fazendo articulações nacionais a favor do partido e do Governo. Todos atendem a recomendação do ex-Presidente Lula de que é necessário reagir a altura às muitas críticas que o PT e o Governo vêm sofrendo neste momento de crise econômica destacada.

Assis Carvalho reconhece que existe uma crise econômica, mas que nada se compara com outros momentos vividos pelo país – ele lembra as dificuldades nordestinas.

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“No entanto, nós vamos superar essa crise. O Brasil já passou por situações piores. Lembro os anos 1980 e 1990, quando pais de famílias ocupavam BR’s, saqueando caminhões de carne, de óleo, de arroz para sobreviver; pessoas morrendo de fome, crianças desnutridas. Lembro da gente participando de campanhas de Natal Sem Fome, e de cidadãos de bem invadindo supermercados para conseguir leite para os filhos.”, lembrou.

Prisão de Delcídio

Assis Carvalho demonstrou que ficou “pasmo” com as revelações que levaram a prisão do senador Delcídio Amaral(PT-MS), até então líder do Governo no Senado Federal.  Apesar disso, ele viu na forma que feita um grande exagero.  Na avaliação dele, se rasgou a Constituição Federal.

“A prisão do senador, a meu ver, rasgou a Constituição. E é aí que entra o impacto sobre o futuro que está sendo construído agora: essa atitude abre precedente para que qualquer outro cidadão ou cidadã eleito pelo povo, legitimamente, seja detido, sem motivo constante da Carta Magna. E isso é base para o golpe que se avizinha.”, salientou.

Cunha

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Assis Carvalho que é suplente na Comissão de Ética da Câmara Federal  avaliou a situação crítica por qual passa o Presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha.   Ele entende que Cunha deveria se licenciar do cargo para se defender.

“A situação do deputado Eduardo Cunha, pelo que vi nas mídias, me parece bastante complicada. As denúncias são contundentes. E há uma questão muito debatida aqui que é o questionamento sobre possível quebra de decoro parlamentar.

As matérias falam de contas secretas na Suíça, e ele foi citado por cinco delatores de uma operação da Polícia Federal e denunciado pelo Procurador Geral da República.

Assim como outros parlamentares, já sugeri ao deputado Cunha que não constranja mais esta Casa, que renuncie à representação e se defenda como parlamentar.”, disse

Criticas aos adversários

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Ele destacou que os deputados tucanos Carlos Sampaio(PSDB-SP), líder do PSDB na Câmara, e Nilson Leitão(PSDB-MT), considerados por ele como os mais duros nas críticas ao PT e ao Governo, são contraditórios pois não teriam moral para criticar.

Ele informou que Carlos Sampaio, como foi dito pelo vice líder do Governo, deputado Sílvio Costa(PSC-PE), teve condenação por improbidade em 2008, e que se fosse hoje seria um ficha-suja, assim como Leitão já teria sido preso no âmbito da Operação Navalha quando foi prefeito de Sinop(MT).

Golpismo

Ele afirmou que essa onda toda seria uma busca da chamada “direita” de voltar ao poder sob qualquer custo.

“Senhor Presidente, o resultado de toda essa pressão monstruosa e a série de atos impensados é o golpe contra democracia, contra ois brasileiros.

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O motivo para o golpe é a sede da direita pelo poder, os golpistas que tanto mal já fizeram ao Brasil. Os golpistas em 1964 utilizaram os mesmos artifícios usados em 1954 contra Getúlio Vargas ou contra João Goulart ou em outros momentos desse país. Agora, repetem os passos.”, afirmou

Ele lembrou, também, que existe um favorecimento ao candidato derrotado pela Presidenta Dilma no segundo turno das eleição de 2014, senador Aécio Neves, que não é questionado como deveria na chamada “Grande imprensa”

Veja a íntegra da fala do deputado Assis Carvalho:

Senhor Presidente,

Senhoras Deputadas e Senhores Deputados,

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Cidadãs e cidadãos brasileiros que acompanham os trabalhos deste Parlamento pela TV Câmara,

A conjuntura, o cenário que vivemos sempre merece nossa atenção. Mas é preciso quebrar um pouco essa exclusividade exigida pelo cotidiano e também olhar o horizonte, projetar uma visão à frente, pensar e fazer algo visando a construção do futuro e não somente a resposta das questões imediatas.

Pensando nisso é que procurarei fazer aqui uma análise que divida essa atenção do tempo presente – especialmente na conjuntura política e econômica que vivemos – com a reflexão sobre o outro futuro próximo, que está sendo construído agora em meio a essas turbulências.

Inicio com os fatos mais recentes, amplamente divulgados, que levaram o Supremo Tribunal Federal a autorizar a prisão do senador Delcídio do Amaral, do Partido dos Trabalhadores.

Estou, como muitos brasileiros, pasmo com o que aconteceu. Li, ouvi – sempre muito surpreso – os dados apresentados, muito contundentes, sem dúvida. Entretanto, forço-me a manter minha coerência: é preciso ouvir todas as versões, por mais que os dados divulgados nos pareçam cristalinos.

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É preciso garantir a todos o direito de ampla defesa, conforme manda a Constituição. É preciso pautar nossa reação pelos princípios que juramos defender.

Falo isso porque a prisão é o momento atual. Mas os efeitos que essa prisão terá sobre os rumos do Congresso, da democracia, me parecem nefastos. E isso é o que mais me preocupa.

A prisão do senador, a meu ver, rasgou a Constituição. E é aí que entra o impacto sobre o futuro que está sendo construído agora: essa atitude abre precedente para que qualquer outro cidadão ou cidadã eleito pelo povo, legitimamente, seja detido, sem motivo constante da Carta Magna. E isso é base para o golpe que se avizinha.

Numa comparação grosseira, que certamente não reflete o momento atual, lembro a repulsa com relação à justiça com as próprias mãos. É rápida, aparentemente eficaz, apazigua a indignação dos feridos. Porém, é tão violenta quanto o ato que deu origem à ira que impulsionou o linchamento. E o que resulta no final não é justiça, e sim vingança.

Repito, é uma comparação grosseira. De modo algum, faria metáfora de linchamento com uma decisão parlamentar.

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Porém, respeitando a decisão do Senado, é que digo que se abriu um flanco para um futuro, não muito distante, que pode ferir de morte nossa recente democracia. A decisão do Senado não era o julgamento das ações de Amaral e sim o poder do Judiciário de prender um senador da República que não tivesse cometido crime inafiançável.

Senhores Deputados, todas as decisões que tomamos têm uma consequência logo ali adiante. Por isso, em momentos graves como os que vivemos, de intensa crise e muita pressão, é preciso tomar decisões, muitas vezes rapidamente, porém sempre pensando nas conseqüências futuras e não só nas imediatas.

Dito isso, passo a olhar do Senado para nossa própria Casa, cujo Conselho de Ética analisa um processo contra o presidente da Câmara.

A situação do deputado Eduardo Cunha, pelo que vi nas mídias, me parece bastante complicada. As denúncias são contundentes. E há uma questão muito debatida aqui que é o questionamento sobre possível quebra de decoro parlamentar.

As matérias falam de contas secretas na Suíça, e ele foi citado por cinco delatores de uma operação da Polícia Federal e denunciado pelo Procurador Geral da República.

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Assim como outros parlamentares, já sugeri ao deputado Cunha que não constranja mais esta Casa, que renuncie à representação e se defenda como parlamentar.

Como ele decide ficar, eu decido, mais uma vez, pela via democrática para chegar ao veredito final. Novamente, mantendo a coerência, defendo que a Comissão de Ética trabalhe em cima dos autos, dos documentos que sejam comprobatórios, tanto no ponto de vista da denúncia quanto do ponto de vista da defesa.

Do que vi e ouvi até agora, ainda sem conhecer os detalhes da defesa, trata-se de uma situação muito complicada e de difícil explicação. Porém, tendo poder ou não, todo brasileiro tem de ter assegurado o amplo direito de defesa. E o Conselho deve se manifestar em cima dos autos e não do clamor das ruas.

É esse olhar, pensando não somente no momento presente, mas no futuro, que temos de ter, a fim de garantir decisões corretas e que não comprometam a democracia. O direito que se nega a um indivíduo que consideramos culpado hoje é o mesmo que pode fazer falta lá adiante para outro indivíduo que julgamos inocente.

Porém, ainda pensando na construção de um futuro com democracia mais consolidada, é que também considero inaceitáveis as medidas protelatórias empreendidas, algumas até pessoalmente, pelo presidente Cunha, para adiar qualquer decisão a seu respeito no Conselho.

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Acho que o papel de um estadista, no momento em que sofre uma denúncia, ainda que sem comprovação, é permitir ser investigado.

Além disso, os homens e mulheres públicos precisam compreender que as instituições desse país têm de continuar funcionando, independentemente dos problemas pessoais enfrentados por essas autoridades.

É assim que age a presidenta Dilma Rousseff: diante de toda crise, as estruturas públicas funcionam normalmente. Os brasileiros continuam a trabalhar, estudar e viver suas vidas – observando e se manifestando, mas sem parar o Brasil

Da mesma forma, deve acontecer nessa Casa. O tempo não pode parar para aguardar a decisão sobre um único parlamentar. Nenhuma área dessa Casa deve ser constrangida. Os deputados que aqui se encontram foram eleitos e estão aqui legitimados pelo voto dos brasileiros e têm todo o direito de analisar qualquer denúncia – livres de qualquer pressão interna – e a apresentar o veredito condizente com as comprovações ou com a falta delas.

Senhor Presidente, ainda dentro da crise política, quero registrar aqui que o golpismo perdeu força nas ruas. Sem apoio, a oposição meio que se recolheu. A manifestação convocada para 15 de novembro não teve adesões. Foi um fiasco no Brasil inteiro.

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Aqui, em Brasília, ainda tentaram justificar o fracasso, dizendo que os manifestantes haviam sido impedidos – pelo governo e o Movimento Sem Terra – de chegar a Brasília. Uma farsa facilmente desmontada.

Já saíram – sem alarde e sem apoio – os integrantes do grupo que se acumulava na frente do Congresso, onde estiveram alguns armados, agredindo mulheres que participavam da Marcha das Mulheres Negras. Eles assustaram o Brasil, que não tolera o terrorismo.

Saíram, mas não desistiram. E têm um poderoso aliado: a direita, que perdeu as eleições em outubro de 2014 e se recusa a aceitar o resultado das urnas.

Essa turma, de alto prestígio junto aos setores golpistas da mídia, usam de todos os artifícios para constranger o governo, criar situações que dificultem a governabilidade, e confundir a opinião pública sobre a crise econômica – como se fosse exclusiva nossa, embora saibam que é uma crise internacional, que afeta vários países.

Contra a presidenta Dilma não há sequer uma denúncia específica. O que se discute é a aprovação na casa de um dígito, medida por institutos de pesquisa.

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Ora, se popularidade fosse critério para desrespeitar resultado das urnas, é bom esta casa se autoavaliar. Se impopularidade for razão para impeachment, acredito que grande parte dos parlamentares desta Casa não poderiam estar exercendo seu mandato.

Os mesmos que usam o microfone para denunciar a presidenta Dilma porque ela estaria impopular, poderiam aceitar o desafio de colocar seu nome para análise pública. Seria interessante verificar se realmente estes deputados têm algum crédito de popularidade para apontar o dedo contra a presidenta Dilma.

Senhores Deputados, essa pressão brutal que se faz contra um governo legítimo, precisa ser vista com muita seriedade. São dois pesos e duas medidas no tratamento dado aos vazamentos seletivos da Operação Lavajato.

No mês passado, foi muito difundida a transcrição de uma troca de mensagens, via aplicativo whats app, entre executivos da cúpula da empreiteira Andrade Gutierrez – que está sendo investigada na Operação Lava Jato – durante as eleições de 2014.

Não vou ler aqui os diálogos para não cansar os que me ouvem, mas o teor foi divulgado nas redes sociais. E disponibilizo a transcrição – como nota – no final desse discurso, para que possa constar no arquivo eletrônico dessa Casa e acessível a quem quiser ler depois.

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As mensagens mostram claramente a torcida dos empreiteiros pelo então candidato Aécio Neves a presidente. E mostram também a decepção deles com a derrota do tucano.

Esses diálogos foram colhidos do iPhone de Elton Negrão de Azevedo Júnior, que foi preso pela Lava Jato e denunciado por corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Os diálogos transcritos mostram piadas, informes e até boatos sobre a presidenta Dilma e o PT, na reta final das eleições de 2014. E eu pergunto: e se esse diálogo – que está em poder da Polícia Federal, Ministério Público e do juiz Sérgio Moro – tivesse sido a favor de Dilma, como esta Casa, a grande mídia teria tratado o assunto?

O diálogo mostra que não havia qualquer preferência da empreiteira pela então candidata Dilma, como foi constantemente dito para justificar que as doações de campanha feitas à candidata do PT teriam sido fruto de corrupção, enquanto que as doações feitas ao candidato tucano teriam sido legais. Mais uma mentira que buscava sustentar a tese de impeachment e que foi derrubada.

Quero colocar também aqui um ponto relativo ao líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio, que se pronuncia frequentemente nesta tribuna, atacando duramente a presidenta Dilma, inclusive, com base no parecer do TCU pela rejeição das contas do governo de 2014.

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Conforme lembrou aqui o deputado Silvio Costa (PSC), o líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio, teve suas contas de campanha rejeitadas pelo Tribunal regional Eleitoral em 1998. Recorreu ao TSE e teve a condenação confirmada em 2008.

Como bem disse o deputado Silvio Costa, é possível dar à presidenta Dilma o benefício da dúvida. Mas não é possível mais fazê-lo com relação ao deputado Sampaio, condenado por dois tribunais.

Ainda quero fazer referência ao deputado Nilson Leitão (PSDB-Mato Grosso), que aparece aqui nesta tribuna como a pessoa mais íntegra da humanidade, acusando a presidenta Dilma e o Partido dos Trabalhadores.

Pois este deputado Nilson Leitão foi preso pela Polícia Federal em 2007 na Operação Navalha, quando era prefeito de Sinop – e foi acusado de ter recebido 200 mil reais em propina para favorecer a construtora Gautama.

O mesmo deputado Leitão foi, segundo o site correiodacidadeMT.com.br, voltou a ser investigado pela justiça agora em julho deste ano, numa denúncia oferecida à justiça por meio de ação popular.

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Senhor Presidente, o resultado de toda essa pressão monstruosa e a série de atos impensados é o golpe contra democracia, contra ois brasileiros.

O motivo para o golpe é a sede da direita pelo poder, os golpistas que tanto mal já fizeram ao Brasil. Os golpistas em 1964 utilizaram os mesmos artifícios usados em 1954 contra Getúlio Vargas ou contra João Goulart ou em outros momentos desse país. Agora, repetem os passos.

A democracia incomoda muita gente porque põe limites nos que acham que podem tudo. E, à sombra dos inconformados com a derrota nas urnas, surgem aberrações como as que vimos no gramado do Congresso, na semana passada: a parcela da oposição que defende intervenção militar, acampados na porta das casas da democracia, agredindo mulheres e portando armas.

Eu só lamento que, depois de todo o mal que a Ditadura já fez ao nosso país – com o atraso histórico na educação, no desenvolvimento do Brasil – haja quem ainda peça a volta dos ditadores. Eu só vejo duas possibilidades: são desinformados ou mal intencionados.

Os desinformados talvez o sejam por não terem tomado conhecimento do prejuízo que a ditadura deu a nosso país. Os mal intencionados são aqueles que se beneficiaram da ditadura e querem de volta o que perderam.

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Mas a junção dessas figuras do retrocesso com a oposição inconformada é um grande risco para a nossa nação. Uns querem só – somente – o poder. Mas se aliam aos que querem a ditadura.

Por fim, Senhor Presidente, se tudo isso que falei antes é crise, trago mais um ingrediente na formação desse tempo conturbado, que é a dificuldade financeira que atinge países do mundo inteiro.

A mídia tem seus interesses e produz suas notícias de acordo com eles. É notório que a crise mundial afeta EUA, China, passando pela Espanha, Alemanha, Inglaterra e, o caso mais grave que tivemos, recentemente, a Grécia.

Então, atribuir a crise mundial a um governo de um país é, sem sombra de dúvidas, uma das maiores hipocrisias que a gente pode – e estamos, infelizmente – vivenciando.

Sim. O Brasil passa por dificuldades.

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Sim. É preciso reconhecer o tamanho da crise.

Sim. É preciso enfrentar os desafios.

Não. Não é honesto turbinar a crise.

A sociedade precisa ter mais conhecimento do que está acontecendo. A crise que estamos vivenciando aqui faz parte de uma situação do Brasil relativa a commodities minerais e agrícolas. Nosso país, que exporta matérias-primas como ferro, laranja, hortigranjeiros, enfim, teve sua clientela reduzida.

A China – que é um dos países que mais importava ferro brasileiro porque priorizava a construção civil – deixou de comprar. O preço do ferro caiu.

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Uma das maiores riquezas do Brasil é o petróleo. No momento que cai o preço do barril do petróleo, automaticamente, deixa de entrar dinheiro em nossa nação. Isso gera desemprego.

A economia é encadeada, globalizada, tem um efeito dominó. Se foi reduzida a entrada de divisas no nosso país, o preço da crise cai sobre a população.

Nas gestões da presidenta Dilma e Lula foi acumulada uma reserva de 35 bilhões de dólares. E isso tem nos permitido uma base de sustentação que não gerou um desemprego tão elevado e sofrido como em outros países.

Mas, setores reacionários da mídia, aliados à direita golpista, escondem esses dados e responsabilizam o governo, que está fazendo o dever de casa. Mas não escancaram a sonegação dos ricos.

Sim. Porque nós temos como reduzir o tamanho da crise, se os ricos do nosso país pagarem impostos. Eles se negam a ser tributados. E a conta cai sobre o lado mais fraco, o lado dos trabalhadores e da classe média.

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Os grandes banqueiros, latifundiários, exportadores ganham muito dinheiro. Mas recusam contribuir com a parte que lhes é de responsabilidade. E isso só aprofunda a crise.

No entanto, nós vamos superar essa crise. O Brasil já passou por situações piores. Lembro os anos 1980 e 1990, quando pais de famílias ocupavam BR’s, saqueando caminhões de carne, de óleo, de arroz para sobreviver; pessoas morrendo de fome, crianças desnutridas. Lembro da gente participando de campanhas de Natal Sem Fome, e de cidadãos de bem invadindo supermercados para conseguir leite para os filhos.

Nos dias de hoje, quando nosso governo construiu uma rede de proteção social aos mais pobres, esse nível de sofrimento da época em que a direita dirigia o Brasil não se repete.

E isso incomoda bastante a direita, que quer retirar esse mínimo que a população mais pobre tem. Essa direita que questiona Bolsa Família, cotas sociais, Prouni, Pronatec, crédito rural, demarcação de terras indígenas, direitos de empregados domésticos e demais trabalhadores, direitos das mulheres, e quer mudar até o direito das pessoas de formar suas famílias.

Mas nós vamos sair dessa. E logo. A presidenta Dilma está fazendo o que pode fazer. Com dificuldades, por que não conta com uma boa base no Parlamento. Mas com firmeza e competência.

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Senhoras e Senhores, o que esse tempo exige de nós é coragem. A democracia custa paciência, tolerância, respeito. Por isso, a democracia tem de ser preservada: no respeito aos direitos dos outros, na garantia de defesa de quem é acusado, no respeito à Constituição, ao voto, ao direito das pessoas de serem corretamente informadas e não manobradas.

Somente a preservação da democracia poderá nos dar garantias mínimas de um futuro onde o Brasil possa crescer e esse crescimento seja partilhado por todos os brasileiros e brasileiras.

Muito obrigado!

 

Portal AZ

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