POLÍTICA
Quase 200 mil piauienses não vão votar nesta eleição
O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE/PI) divulgou o balanço final referente aos títulos eleitorais que foram cancelados este ano. Segundo o órgão, 191 mil piauienses não vão às urnas este ano para escolher o presidente da República, governador, senador, deputados estaduais e federais. O número daria para eleger um deputado federal. Em 2010, por exemplo, para um candidato se eleger sem precisar da tradicional “mãozinha” das coligações, era necessário obter nas urnas votação igual ou superior a 166.800 votos.
O principal motivo dos cancelamentos está ligado ao recadastramento biométrico. O eleitorado do estado hoje é de 2.385.770 pessoas.
Iniciado em março de 2013 nas cidades de Cajueiro da Praia, Ilha Grande, José de Feitas, Luis Correia, Nazária, Oeiras, Parnaíba e Teresina, o prazo para o recadastramento terminou no dia 31 de março deste ano. Após este período, a Justiça Eleitoral ainda aguardou os eleitores até o dia 7 de maio para regularizar sua situação. Mesmo assim, 109.334 títulos foram cancelados nesses municípios, sendo 73.907 só em Teresina.
Nas eleições de outubro, 37,29% dos eleitores do Piauí já vão votar usando o sistema biométrico. Ao chegar à urna, cada pessoa será identificada por meio de suas impressões digitais. O recadastramento biométrico teve inicio no estado em 2010, nas cidades de Piripiri e Piracuruca. Em 2012 foi a vez de Francisco Santos, Picos e Floriano.
O presidente do TRE, desembargador Edvaldo Moura, disse que foram dadas várias chances para o eleitor sanar as pendências que tinha com a Justiça Eleitoral. “Fizemos todo o esforço possível e inimaginável para fazer o recadastramento biométrico do eleitor, mas ele não quis comparecer. Descentralizamos os postos de atendimento, massificamos a divulgação. Sem falar nos que não votaram nas últimas três eleições e também não se regularizaram”, declarou.
O desembargador achou o número de títulos cancelados divulgado pelo TRE dentro da normalidade. “É absolutamente normal. Anormal se fosse um dado extravagante como 50% de títulos cancelados. No resultado das eleições, a abstenção as vezes chega a 25%, só que neste caso o eleitor não quis ir votar. Temos que aplaudir a justiça. Não podemos esperar pela omissão dos eleitores”, disse, destacando que a Justiça Eleitoral trabalha com prazos e que eles precisam ser respeitados.
Os 81 mil títulos eleitorais restantes cancelados são oriundos de outras pendências com a Justiça Eleitoral. Dentre elas, não ter comparecido ou não ter justificado o voto nas últimas três eleições. Até o dia 7 de maio, o usuário poderia, além de regularizar o documento, ter requerido alistamento eleitoral, transferência do título eleitoral e a transferência para votar em uma seção eleitoral especial.
Fonte: Diário do Povo
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