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Pai deixa a cidade de Simplício Mendes para viver com o filho em hospital de São Paulo

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[ad#336×280] Uma reportagem publicada no site Folha de São Paulo conta a história do aposentado Tadeu Ferreira, de 69 anos, que se mudou do Piauí para “morar” em um Hospital de São Paulo, onde acompanha o tratamento do filho Jivanei, de 38 anos, que sofreu um AVC após ser espancado durante um roubo. Casado e pai de dois filhos, Jivanei está internado sem responder aos estímulos do tratamento. Para a reportagem da Folha, o pai contou que o quando o filho disse que se mudaria para São Paulo “sentiu um nó na garganta”. “Eu acredito que as pessoas têm de ficar no lugar em que nasceram e foram criadas”, relata.

Natural de Simplício Mendes, ele diz que antes do incidente com o filho, nunca saiu do Piauí, e relata que com a criação de milho e feijão conseguiu criar seus 12 filhos. “A gente sempre ouve falar na violência que existe aqui no estado de São Paulo e fica com medo disso. Lá no Piauí também tem violência, mas é diferente da que há aqui”, afirma.

A notícia sobre o filho chegou em fevereiro. “Ele tinha ido trabalhar em um sábado, era dia de pagamento dele, e recebeu R$ 400 (…) ninguém viu o que aconteceu. Ele foi largado na rua, espancado, sem dinheiro e sem os seus documentos”. Ele foi para São Paulo de ônibus, e não saiu mais do hospital. Os médicos dão poucas esperanças e agora a vontade é de trazer o filho para o Piauí, para perto da família.

Veja os relatos do pai:

“Quando o Jivanei disse que se mudaria para São Paulo para buscar um emprego melhor, senti um nó na garganta. Eu acredito que as pessoas têm de ficar no lugar em que nasceram e foram criadas.

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Elas precisam buscar melhores condições nos locais em que cresceram. Foi o que eu fiz na minha vida. Nunca sai de Simplício Mendes, no Piauí, onde tenho uma plantação de milho e feijão e criei meus 12 filhos.

A gente sempre ouve falar da violência que existe aqui no Estado de São Paulo e fica com medo disso. Lá no Piauí também tem violência, mas é diferente da que há aqui.

Apesar do medo que eu sempre tive de que algo de ruim pudesse acontecer, nem nos meus piores pesadelos poderia imaginar que uma situação tão ruim realmente acontecesse com o Jivanei.

Ele mora há dois anos em Guaíra, trabalhando como servente de pedreiro. Desde o final do ano passado estava muito feliz, porque a mulher dele engravidou pela segunda vez –eles já tinham um menino de cinco anos e, agora, têm uma menina.
Nosso único problema era a saudade. Ele sempre dizia que estava juntando dinheiro para nos visitar no Piauí. A expectativa de vê-lo aliviava a saudade.

Até que eu recebi a notícia no mês de fevereiro que me fez perder o chão. Ele tinha ido trabalhar em um sábado, era dia de pagamento dele, e recebeu R$ 400.

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Ninguém viu o que aconteceu. Ele foi largado na rua, espancado, sem dinheiro e sem os seus documentos.

O Jivanei nunca foi de briga, era um homem muito trabalhador e também muito preocupado com a família.

Recebi um telefonema da minha nora no mesmo dia do assalto. Ela estava desesperada. Não sabia como cuidar do Jenivaldo, do filho de cinco anos e, além disso, estava no oitavo mês de gravidez.

Eu não pensei duas vezes. Um dos meus genros pagou minha passagem e, pela primeira vez na vida, andei de avião. Viajei para a cidade de São Paulo no dia seguinte.

INTERNADO JUNTO
De lá vim de ônibus para Barretos. Desde então, não saí mais daqui do hospital.

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Às vezes dou uma volta pelo centro da cidade, mas volto logo, porque não quero deixar o Jivanei sozinho. Quando ele acordar quero estar ao lado dele.

Os médicos afirmaram que as chances de ele voltar a ser o que era antes são pequenas, mas tenho fé de que o Jivanei vai voltar para o Piauí comigo e me ajudar na plantação de milho e feijão.

Estou conversando com os médicos e com as assistentes sociais da Santa Casa de Barretos para levá-lo de volta para o Piauí do jeito que ele está mesmo.

Eles estão avaliando se há essa possibilidade. Com a família por perto, tenho certeza de que ele vai melhorar”.

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