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Clicks do Mês

JACOBINA | Clicks do Mês de abril, conta um pouco da trajetória da dupla Paulo Henrique e Arthur; veja fotos e relatos!

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Em um pequena localidade do interior de Jacobina do Piauí, surgiram dois grandes talentos. Dois meninos, de família simples, que usavam latas e um pedaço de madeira como se fossem instrumentos musicais, se transformaram em cantores que conquistam as pessoas não só pela voz, mas pela humildade e força de vontade.

Esses cantores são Paulo Henrique Araújo Ferreira, 23 anos e Arthur Araújo Ferreira, 22, que hoje formam uma dupla gospel, que por onde passa tem levado não somente seu talento musical, suas composições, mas também uma história de fé e perseverança.

E é um pouco da trajetória dos jovens artistas, filhos do casal Ageu da Silva Ferreira e Liziete dos Reis Araújo, que o projeto Clicks do Mês conta, nesta edição de abril.

Paulo Henrique e Arthur são da localidade Mateus, que fica a 18 km da sede de Jacobina do Piauí. No interior, os pais trabalhavam na agricultura, e eles ajudavam com as tarefas de casa.

“No interior meus pais eram agricultores. A gente nem roça própria tinha, tinha do meu avô e eles trabalhavam em roças de outras pessoas também, ‘rancavam’ mato. Meu pai e minha mãe saiam seis horas da manhã, deixavam a gente em casa, aí eu cuidava do mais pequeno e nós dois dividíamos as tarefas da casa” contou Paulo Henrique.

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O interesse pela música surgiu cedo. Paulo Henrique lembra que gostava de ouvir o rádio, e ficava ao lado do aparelho fingindo tocar. “Eu via as músicas passarem em um rádio pequeno que meu pai tinha, e tudo começou com um pedacinho de tábua, que eu chamava de “tundum”, aí eu ia para perto do rádio e começava a dizer que estava tocando. Aí depois minha mãe comprou um violãozinho pequeno na feira e me deu, aí no horário do programa evangélico eu estava no rádio tocando”.

Vendo o entusiasmo do filho com a música, seu Ageu decidiu comprar cordas para um velho violão e ensina-lo a tocar. Seu Ageu, tendo que ir para a roça todos os dias trabalhar, ensinava o filho aos poucos, mas, com anseio de aprender, Paulo Henrique logo já estava tocando.

“Eu comecei a cantar e aprendi a tocar violão com 7 anos de idade. Meu pai tinha um violão, comprou corda na feira, colocou no violão e me ensinou a tocar. Ele me ensinou primeiro o Lá, Ré e Mi, mas ele ia trabalhar na roça e quando voltava eu já sabia outro acorde diferente” contou.

Vendo o irmão, Arthur também despertou o interesse pela música. “Eu por sempre ver Paulo Henrique tocando me despertou aquela vontade de tocar também. Mas no começo só tinha um violão, depois foi que ele ganhou uma guitarra, aí ele passou a usar ela e eu fiquei no violão” disse Arthur.

Após os dois aprenderem a tocar, começaram a cantar juntos. “Depois eu passei para Artur algumas coisas e ele aprendeu também, e logo depois meu pai me ensinou a fazer a segunda voz e a gente já começou a cantar junto. O tempo foi passando, nós cantando na igreja lá no Mateus e o povo ficava admirado, porque a gente era pequenininho e só a gente cantava lá”.

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Depois de muito tempo morando na zona rural, a família veio para a cidade. “Depois eu vim embora para a cidade trabalhar e quando minha avó que morava pertinho da gente, faleceu, toda família veio embora do interior, em 2009. Aqui a gente morou de favor por 4 anos em uma casinha ao lado do CRAS. Meu pai era servente de pedreiro e eu trabalhava tirando xerox, ganhando 60 reais por mês, mas sempre com o pensamento em cantar” contou Paulo.

Na cidade, o talento dos irmãos começou a ser mais visto. Eles passaram a cantar na igreja, e participar de festivais locais, onde sempre se destacavam. Até que um dia, um amigo da família, o Valdete Aquino, acreditando no potencial da dupla, resolveu apoiá-la para a gravação de um CD.

“O Val, que foi sempre próximo da nossa família, chegou para a gente e falou ‘eu quero apoiar vocês a gravar um cd’. Até então a gente só cantava por aqui, participava dos festivais de louvores e a gente sempre ganhava em 1º lugar. Mas aí, em 2015, o Val nos levou para Anápolis, em Goiás, e gravamos esse cd. No lançamento do CD aqui na cidade, mais de 2 mil pessoas vieram ver a dupla, foi um evento muito grande, e daí para cá nossa vida mudou”.

Depois do CD, que vendeu mil cópias em 3 meses, mais oportunidades começaram a surgir, a dupla passou a ter um rendimento com a música e hoje já acumula apresentações em diversas cidades do Piauí e até em outros estados.

“A partir desse CD a gente começou a ganhar um dinheirinho com a música, recebemos muito convite para cantar em igrejas. Hoje, de Cristalândia do Piauí, Nossa Senhora dos Remédios, Barras, em toda aquela região nós já cantamos, e também em outros estados, como Pernambuco, Bahia e cantamos em Brasília recentemente”.

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Hoje os irmãos tem a banda que os acompanha. O irmão mais novo, com incentivo deles, aprendeu a tocar e também integra o grupo. “A gente tinha outras pessoas que tocavam na banda, mas o baterista nunca podia ir, então veio o despertar de incentivar o Carlos para ele poder tocar também e agora o baterista é ele. Nós temos nossa banda hoje, com meninos que estão com a gente antes mesmo da gente gravar o cd, e temos muito que agradecer a eles também. Muitas vezes a gente vai cooperar em uma igreja, e eles vão sem receber nada”.

O Valdete, amigo que acreditou e investiu em Paulo Henrique e Arthur, até hoje é o empresário e assessor da dupla. Paulo Henrique disse que o irmão Val, como é mais conhecido, é como um segundo pai para eles.

Os jovens, sempre demonstram gratidão à família, ao Val e todos que os apoiam. “À minha família a nossa total gratidão por nos incentivar tanto, ao Val, que é muito importante na nossa carreira, pois é ele quem mobiliza tudo. Também à nossa igreja, nosso pastor José Florêncio, o missionário local, Evangelista Irmão Marciel, que também nos apoio muito, e também a todos os pastores que já nos levaram as suas igrejas agradeço de forma especial”.

Através da música, os irmãos e sua família foram alcançando conquistas. “Nossa renda começou da música, eu dou aula de violão também, e meu primeiro carro eu comprei com o dinheiro da música. Hoje a gente mora numa casa boa, confortável, antigamente a gente não tinha isso, então sabemos o valor de cada coisa, pois tudo foi conquistado com dificuldade, não foi da noite para o dia. Uma coisa que a gente não esquece é da humildade, e onde a gente passa procura levar essa mensagem de sonho, esperança. Porque lá no Mateus a única coisa que a gente tinha era uma moto anos 90, para cinco pessoas. E hoje eu tenho meu carro, Arthur tem o dele, então, Deus abre muitas portas”.

Eles dizem, que sempre lembram de tudo que viveram e compartilham a história com outras pessoas. “Hoje a gente dá graças a Deus pelo que tem. A gente veio do interior, onde vivemos em um tempo que não tinha energia, que a gente ficava só em casa esperando pai vir da feira. E é uma história que sempre carregamos com a gente, porque não podemos esquecer ‘da cama’ de onde a gente saiu. Esses momentos eu sempre gosto de lembrar, e quando vejo uma pessoa desanimada conto pelo que a gente passou”.

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Atualmente, a dupla está preparando o lançamento do seu segundo CD e primeiro DVD. “Fomos gravar agora o segundo CD, que já está pronto e nós vamos lançar. Inclusive, a live que vamos realizar agora no dia 24 é para arrecadação de fundos para o DVD da dupla, que também será lançado. Deus tem aberto muitas portas para nós e cremos, nossa promessa é desde criança mesmo, e Deus está cumprindo”.

A dupla também foi contratada por uma gravadora nacional. “Também fomos contratados agora por uma gravadora de renome nacional, para lançar a dupla para o Brasil. Temos vários projetos para esse ano, inclusive a participação em programas de TV de rede nacional, e também planos futuros, como comprar uma van ou um ônibus para fazer projetos sociais e levar a mensagem do Senhor a todas aquelas pessoas que precisam”.

Mesmo diante de tudo que têm conquistado, os jovens não esquecem de suas raízes. Eles, demonstrando grande amor pela cidade onde sempre viveram, dizem que enquanto puderem, permanecerão em Jacobina.

“A gente tem muito apoio da cidade de Jacobina, da igreja local, nosso pastor presidente, José Florêncio, e nosso pastor superintendente, Aldison Ribeiro. A gente está numa cidade acolhedora, por onde a gente sai diz que está com saudade de Jacobina. Aqui é nossa terra, nosso lugar é aqui. Não temos vontade de sair de Jacobina. Para onde a música nos levar nós iremos, mas por enquanto permanecemos por aqui, que é o lugar onde aprendemos tudo, nosso berço” concluíram.

Veja as fotos do Clicks do Mês de Abril: 

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