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Campanha alerta para prevenção do câncer de mama em pessoas trans

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Uma campanha piauiense de conscientização chama a atenção para os riscos das pessoas trans desenvolverem câncer de mama. No mês em que as ações de prevenção ganham destaques nacional e internacional, o coletivo 086 reforça a reflexão de que o “Outubro Rosa” também pertence à comunidade trans. 

“É uma campanha de conscientização para as pessoas trans saberem que elas também podem ter câncer de mama. Em alguns casos, as pessoas trans possuem maior risco de desenvolver o câncer de mama devido o uso de hormônios, objetos e vestimentas”, conta o comunicólogo e produtor audiovisual, Grax Medina, membro do Coletivo 086.

Para o Coletivo 086, é preciso desmistificar a concepção de “saúde da mulher”, pois, na maioria dos casos, as campanhas de prevenção ao câncer de mama prioriza o público feminino cisgênero, o que gera um cenário de desinformação e de negligência. “Algumas pessoas trans preferem ficar em casa doente do que irem ao médico porque não querem ser humilhadas devido a sua identidade de gênero e ter desrespeitado o seu nome social”.

Grax Medina explica que, no caso dos homens trans, a fita binder ajuda a diminuir o volume dos seios para àqueles que ainda não fizeram a mastectomia (remoção das mamas). “Essa fita é apertada; além de gerar desconforto na respiração, ela danifica a postura e a flacidez da pele na altura das axilas, podendo gerar traumas porque os seios estão contraídos pela faixa. Também pode gerar infecção porque no binder também se utiliza uma fita microporosa, que pode gerar feridas”.

Os homens trans que já passaram por mastectomia também possuem riscos de desenvolver o câncer de mama, mas em porcentagem menor.

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No caso das mulheres trans os riscos de desenvolver o câncer de mama podem ser maiores devido o uso de silicone e hormônios, que precisam de acompanhamento médico.

Medina ressalta que o Brasil é um país com alta taxa de assassinato de pessoas trans por questões de gênero e transfobia. Por isso, muitas não chegam a fase adulta – após 40 anos, quando a maioria dos câncer são descobertos por falta de prevenção.

“As pessoas trans são tratadas como população jovem porque no Brasil a estimativa de vida de uma pessoa trans é de 35 anos. As campanhas de conscientização de mama não são voltadas para pessoas trans; são direcionadas para mulheres cis. Qualquer pessoa que tem seio pode correr o risco de ter câncer de mama, principalmente quem tem histórico na família”.

Carlienne Carpaso
Cidadeverde.com

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