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Saúde

Dia Mundial Sem Tabaco: cigarro eletrônico manifesta doenças mais rápido, diz estudo

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O Dia Mundial Sem Tabaco, que ocorreu nesta quarta-feira (31), traz alerta importante quanto aos malefícios do cigarro. O tabaco é uma planta (Nicotiana tabacum), cujas folhas são utilizadas na confecção de diferentes produtos que têm como princípio ativo a nicotina, substância que pode causar forte dependência.

Nos últimos anos, uma “versão atualizada” da droga passou a fazer sucesso, principalmente entre os jovens. O cigarro eletrônico, também chamado de vaper, tem malefícios ainda piores do que o produto tradicional, além de ser proibido no Brasil — o que até então não conseguiu impedir a circulação pelo país.

Em 2022, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), revisou a proibição da venda, importação e publicidade dos cigarros eletrônicos no Brasil. No entanto, após a atualização dos estudos, a agência decidiu por manter a proibição destes dispositivos.

Para reforçar a decisão e mostrar os aspectos negativos desse tipo de aparelho, intitulado ‘vaper’, a Associação Médica Brasileira (AMB), junto com 46 entidades médicas, publicou no último ano um documento em que alerta os brasileiros sobre o uso do eletrônico.

No documento, os profissionais de saúde consideram os cigarros eletrônicos ainda mais perigosos do que os cigarros comuns, pois, é possível constatar que, no cigarro eletrônico, existe uma concentração muito maior de nicotina do que nos cigarros tradicionais.

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O fato é que, a quantidade de nicotina contida no cigarro eletrônico faz com que exista menor irritação ao inalar o vapor, isso faz com que a pessoa use o produto várias vezes por dia, o que leva a uma dependência muito maior. Ainda de acordo com o estudo, diferentemente do cigarro convencional que demora de 20 a 30 anos para manifestar doenças no usuário, o cigarro eletrônico tem mostrado essa agressividade em menos tempo.

Uma pesquisa publicada no periódico World Journal of Oncology cruzou dados sobre o histórico de câncer e de consumo do chamado “vape”. Segundo o levantamento com o cigarro eletrônico, o diagnóstico de câncer foi detectado aos 45 anos, em média, contra os 63 anos dos usuários de cigarro tradicional.

“Por elevar a pressão arterial e a frequência cardíaca, o cigarro está entre os principais fatores que causam as doenças cardiovasculares, já que suas substâncias tóxicas agridem o endotélio – parede de células que recobre os vasos sanguíneos. Ao danificar essa estrutura, aumenta o risco de causar infarto ou AVC”, explica o cardiologista intervencionista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Ernesto Osterne.

Em relação à fiscalização, a advogada criminalista Amanda Machado, a falta de fiscalização faz com que a determinação não seja cumprida. “Infelizmente não basta que a lei proíba para que a conduta ilícita deixe de ser praticada.

Tanto a Portaria nº 46 de 2009 da Anvisa, quanto o art. 278 do Código Penal, vedam a comercialização dos cigarros eletrônicos, todavia, sem uma efetiva fiscalização a lei acaba não possuindo aplicabilidade prática.

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Vale salientar que, mesmo se tratando de uma agência fiscalizadora, a Anvisa possui poder de polícia, podendo exercer atos fiscalizatórios a fim de autuar aqueles que insistem em comercializar o produto. Além disso, a própria população pode atuar no combate, seja denunciando a venda no site da Anvisa (por violação à Portaria) ou na própria delegacia (por crime contra a saúde pública), pontua a advogada.

Epidemia de tabaco 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemia de tabaco é uma das maiores ameaças à saúde pública que o mundo já enfrentou, sendo responsável pela morte de mais de 8 milhões de pessoas por ano.

A estimativa é de que o tabagismo seja ainda o responsável por 50% de todas as mortes evitáveis em fumantes, sendo metade delas devido a doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco e acidente vascular cerebral (AVC).

Um dos danos dos cigarros ocorre no mecanismo de contração e relaxamento do coração. Os efeitos do fumo geram maior dificuldade no bombear, comprometendo a circulação do sangue pelo corpo. Um único cigarro é capaz de contrair todos os vasos sanguíneos. O fumo também faz acelerar um processo conhecido como oxidação do colesterol, favorecendo a formação da placa de aterosclerose, que é estopim para o infarto.

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“Tanto as pessoas que fumam ativamente, quando as pessoas que acabam inalando fumaça de terceiros, estão sob risco e até mesmo óbito. Quem fuma e quem está exposto ao uso do tabaco pode ter até três vezes mais chances de um infarto agudo do miocárdio, um acidente vascular cerebral, um aneurisma de territórios arteriais, além de doenças arteriais periféricas”, pontua Thiago Germano, cardiologista do Instituto do Coração de Brasília.

Além dos diversos problemas relacionados ao coração, há diversos tipos de câncer relacionado ao tabagismo, como câncer de boca, de pulmão, de bexiga, de traqueia entre outros.

“O uso do tabaco traz diversas dependências químicas que provocam inúmeras alterações no nosso organismo, entre as mais perigosas, as doenças pulmonares, que podem levar o paciente a um quadro de enfisema pulmonar, uma destruição do tecido pulmonar que é irreversível, levando o paciente a dependência do uso de oxigênio, muitas vezes pelo resto da vida, além de aumentar a probabilidade de óbito por infecções como pneumonia”, alerta o cardiologista Thiago.

Tratamento

Para quem deseja parar de fumar, especialistas explicam medidas que podem ser seguidas, salientando que primeiro é necessário que se tenha consciência de que o uso do cigarro faz mal.

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“O Brasil é um exemplo pro mundo, saímos de uma taxa de quase 30% de fumantes na população adulta para uma taxa de 15% de tabagismo. É importante trabalhar muito os jovens para que não caiam nessas armadilhas de modas atuais e fazer uso de cigarros eletrônicos de narguilé, por exemplo, como profissionais da saúde, é importante trazer essa consciência”, pontua Thiago.

O sucesso do tratamento do tabagismo está associado à mudança de comportamento.

“A abordagem é feita por equipe multidisciplinar, que pode ou não fazer uso de medicamentos, que é uma parte do processo, e não tem caráter decisivo para a abstinência, eles apenas auxiliam na redução da síndrome de abstinência nas primeiras semanas sem fumar”, explica Ernesto Osterne sobre como dar início ao tratamento.

“Outro tratamento que pode ser usado são os adesivos NiQuitin associados a um ansiolítico, estimular o paciente a diminuir os atos correlacionados como por exemplo a bebida alcoólica que é muito relacionada ao tabagismo, então vamos reduzir a bebida também… Temos que estimular hábitos saudáveis e cortar hábitos relacionados ao tabagismo”, conclui o cardiologista Thiago.

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Fonte: O Imparcial / Com informações do Correio Braziliense

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