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Apicultores de Santana estimam produção de mel em até 40 toneladas; veja fotos do carregamento e migração

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Os apicultores da cidade de Santana do Piauí avaliam a safra de 2020 como uma das melhores dos últimos anos. A produção de mel neste ano rendeu aproximadamente 40 toneladas, o equivalente a 32,5% maior no rendimento em relação ao ano passado quando foram produzidas 27 toneladas.  

O último carregamento aconteceu no dia 29 de junho na Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí (ASPAMELASA), localizada no povoado Lagoa dos Marcelinos, na zona rural.

No último carregamento de acordo com o presidente da Associação em Santana, Ronaldo Araújo, foram 47 tambores com capacidade de 290 quilos aproximadamente cada um, transportados para a Central de Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro – CASA APIS, em Picos.

Esse é o 6º carregamento dos apicultores santanenses que marca o encerramento de colheita na safra 2020. Para o translado até central é necessário que a carga seja toda coberta com lona.

Presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí, Ronaldo Araújo, o Ronaldo do Mel.

“O mel produzido é levado para Casa Ápis é exportado para a Europa, Estados Unidos entre outros países. A Casa Ápis é formada por um conjunto de cooperativas integradas por associações. A associação de Santana pertence a Cooperativa de Apicultores do Piauí -Melcoop- composta por cerca de mil famílias, integrante da Casa Ápis”, esclarece.

A estimativa de produção de mel neste ano de 2020 é de aproximadamente 40 toneladas e pode gerar renda de até R$ 320.000 (trezentos e vinte mil reais), de acordo com o valor unitário do quilo avaliado na média de R$ 8,00 (oito reais).

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Após toda a colheita de mel é feito o processo de migração das abelhas.

“Quando acaba o inverno aqui deixa de existir a florada e por conta disso cai a produção da abelha. Devido o Estado do Maranhão oferecer uma florada até agosto e setembro, a gente, nós apicultores fazemos a migração para lá. Elas são migradas desde 2013 com apoio da Casa Apis que é uma parceira da gente. A Casa Ápis está presente em tudo e sem o apoio dela a gente não migra”, destaca.

“Antes da migração tínhamos maiores perdas porque os enxames abandonavam os ninhos. Para termos uma produção maior e não haver perda das abelhas, geralmente temos que capturar em um ano para produzir no ano seguinte. A razão da migração é essa, manter os mesmos enxames”, explicou.

“Estamos agora com mais um apoio que é o caminhão adquirido através de emenda parlamentar aos cuidados da Chesf que cede para a associação. Com esse veículo, com apoio da Prefeitura de Santana por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e da Casa Ápis, estamos fazendo a migração”, disse.

Veículo adquirido pela Associação de Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí

Somente este ano foram migrados cerca de 02 mil enxames de abelhas pertencentes a oito produtores da associação. “É um ponto muito positivo a migração do nosso município”, pontuou Ronaldo do Mel.

Trabalho de Migração

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Na última quinta-feira, 02 de julho, o trabalho de migração iniciou por volta das 15h45min e encerrou no início da noite às 18h30.

Foram transportados 203 enxames de abelhas para a Vila dos Crentes e Vila União na divisa dos municípios de Governador Nunes Freire e Turiaçu na Região Norte do Maranhão que faz limite com o estado do Pará.

Tanto na sede da associação quanto no apiário onde ficam as colmeias há necessidade do uso do fumigador que é um instrumento utilizado para dispensar fumaça e rebater as abelhas sem prejudica-las, que ficam sobrevoando e também alojadas nos roupões dos apicultores. Os roupões ou macacões geram calor e o suor transpirado serve como atrativo para as abelhas.

Apicultor desde o ano de 2011, José Eric, estima sua produção neste ano em 09 tambores de mel, o equivalente a 2.610 quilos.

‘Essa foi uma das melhores safras dos últimos nove anos. É uma renda que vai ajudar muito em casa e utilizaremos também para a manutenção da migração e produção”, disse.

Marcos Manoel que trabalha há dois anos e meio esteve na execução do trabalho de migração e carregamento dos ninhos para o veículo da associação, ocorrido na última quinta-feira, 02 de julho.  No processo migratório, ele destaca um dos momentos mais difíceis.

“Fica mais difícil quando temos caixas espalhadas e precisamos carregar em uma distância grande até o carro”, disse.

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 O Translado da migração

Para o translado o veículo é coberto com um tecido chamado véu que serve como barreira para conter as abelhas. O motorista Genimárcio explica que são necessários alguns cuidados no percurso, uma vez que o transporte é considerado como carga viva. Com a saída por volta de 20h da cidade de Santana, a previsão de chegada é até às 14h30 no estado do Maranhão.

“A gente vai direto, paramos por volta das 05h da manhã para abastecimento em Alto Alegre e também para tomarmos o café. Após isso seguimos viagem e paramos só para o almoço. Nessa parada é necessário que seja um pouco distante do restaurante por conta de ser carga de abelha. Feito isso a gente segue e só para no destino final”, explica.

“Quanto mais demorada a viagem maior é o risco delas morrerem por conta do calor e estresse da viagem. Por vezes a gente até joga um pouco de água nas abelhas para aliviar o calor”, concluiu.

Produção de mel

A primeira etapa de produção de mel é no mês de janeiro, época em que marca início do inverno e são instalados os ninhos para alojamento e reprodução das abelhas. Aproximadamente 30 ou 40 dias, posteriormente, dependendo da intensidade das chuvas e do florar da vegetação são colocadas as melgueiras ou colmeias, local que serve como armazenamento do mel produzido pelas abelhas.

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Ninhos instalados no apiário

Para a captura do pólen existem algumas vegetações propícias. Em Santana, a vegetação da mata como fonte favorável para a geração do mel nas melgueiras é composta de angico-bezerro e marmeleiro. Neste processo existe também a chamada vegetação de pasto formada pelo bamburral e jitirana que são geradoras de alimento para os insetos.

Na colheita do mel, são retiradas apenas a colmeias ou melgueiras e transportadas para a sede da associação. Nesta etapa, os ninhos que são os alojamentos de reprodução entre si, permanecem no local do apiário – espaço destinado para alocação do conjunto de ninhos.

Melgueiras na sede da associação.

Apoio

Os apicultores de Santana recebem apoio da Prefeitura através da Secretaria Municipal de Agricultura. O secretário de Agricultura e também apicultor, Francisco de Moura Sobrinho, o Netinho, destaca que sempre busca formas para apoia-los em suas reivindicações.

“Eu como secretário estou sempre dialogando com o presidente da associação no intuito de melhorar nossa produção de mel. Neste ano tivemos uma produção satisfatória por conta das boas chuvas”, destacou.

Netinho estima sua produção em aproximadamente 1.800 quilos de mel neste ano. O chefe da pasta destacou que no processo de migração, a gestão municipal por meio da Secretaria Municipal de Agricultura apoia com suporte necessário como transporte, entre outros.

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Netinho utilizando o fumigador.

“Na migração a Secretaria Municipal de Agricultura através da prefeita Maria José prestou suporte para o deslocamento das abelhas”, frisou.

A Associação de Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí é composta no geral por 40 apicultores entre ativos e inativos.

Veja mais fotos do processo de carregamento e logo em seguida fotos do trabalho de migração das abelhas

VEJA FOTOS DO PROCESSO DE MIGRAÇÃO DAS ABELHAS 

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