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Bocaina

Audiência Pública discute reforma e preservação da Igreja de Bocaina como patrimônio e foca em segurança. Entenda!

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A Câmara de Vereadores de Bocaina sediou na manhã desta sexta-feira (23) uma Audiência Pública com o objetivo de debater sobre as obras de reforma na estrutura predial da Igreja de Nossa Senhora da Conceição que se encontra com diversas rachaduras, o que compromete a segurança dos frequentadores.

A igreja sede da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Bocaina abrange também a Área Pastoral do município de Sussuapara.


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A audiência transmitida pela Fanpage da Câmara foi conduzida pelo vereador José Airton Cipriano (Progressistas) que apresentou o evento para todos os participantes.

A Igreja Nossa Senhora da Conceição é um templo religioso e um dos principais patrimônios históricos materiais do município onde são celebrados os festejos da padroeira Nossa Senhora da Conceição. Neste ano completa 268 anos.

Imagem aérea da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceiçao

Além disso já foram realizados batizados, casamentos, missas de corpo presente, visitas do sétimo dia, entre outros eventos religiosos que marcam a cultura de Bocaina desde os primórdios.

Fiéis prestigiam missa solene de Nossa Senhora da Conceição no 266º festejo

Na audiência foi colocado em pauta o Projeto de Lei nº 15/2022 de 02 de maio. A ementa do PL dispõe sobre o tombamento do conjunto arquitetônico da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição como Patrimônio Histórico, Cultural, Étnico e Religioso. O PL é de autoria do vereador José Marques Filho, o Zé Filho (Progressistas) presidente da Câmara Municipal de Bocaina.

O vereador destaca que é a favor da conservação da estrutura da igreja, símbolo histórico e cultural, e defende que a engenharia civil moderna é capaz de reformar a estrutura, sem provocar mudanças (imutável e intocável), excluindo toda e qualquer alteração em sua forma e dimensões, conforme descreve o Art. 1º.

No Art. 2º ressalta que “fica permitido que o responsável pela paróquia ou qualquer outro que venha a assumir as responsabilidades do cargo, tão somente a prática de atos que visem apenas a conservação e manutenção do templo, através de recursos das doações dos fiéis”.

Na tribuna da Câmara, Zé Filho enfatizou que o projeto “não é contra reforma da igreja e fazer ela ficar bonita. É contra sim tirar paredes antigas. Arcadas que tem rachaduras tem como se conservar [com reparos]. É isso que o projeto coloca. Preservar o que realmente importa”.

Com o pedido de desculpas pela expresão Zé Filho disse “acho uma ignorância se derrubar uma parede que foi feita há mais de 200 anos. A gente sabe que a história de Bocaina interfere na história mundial. Quando os padres jesuítas foram expulsos do Brasil através de Marquês de Pombal que invadiu Portugal, o padre João Sampaio pulou dentro do rio, foi dado como morto e veio para Bocaina”.

Em entrevista Zé Filho reforçou que “é a favor da segurança da igreja, fazer com que fique mais bonita até, mas preservando o que existe de antiguidade dentro da igreja, porque é uma coisa histórica e cultural. Como eu disse, até se quiser fazer a torre do memso jeito como era antigamente era interessante. Agora aceito a opinião de cada um”.


Veja o Projeto de Lei completo aqui

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O pároco, padre Francisco Feitosa, fez uso da palavra e alguns esclarecimentos acerca da história de Bocaina e construção da igreja, reformas e sua conservação e principalmente segurança para os frequentadores do templo.

A Igreja Matriz já passou por vários serviços de reforma alterando assim sua originalidade predial desde quando foi capela no período de colonização e povoamento de Bocaina em 1754, batizada no dia 07 de dezembro, pelo padre jesuíta João Sampaio, segunda tradição oral.

Por vários anos a capela foi utilizada como cemitério da família de Borges Marinho fundador da Fazenda Boqueirão, atual cidade de Bocaina.

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Padre Francisco Feitosa, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição

“Somente no ano de 1895, o senhor Antônio Borges Leal, procurador da igreja construiu o primeiro cemitério também de propriedade da igreja católica. Assim foi abolida a prática de seputalmento aos arredores da capela. Nesse mesmo ano aconteceu a primeira reforma da capela”, narrou o padre na tribuna da Casa Legislativa.

Em 1934 aconteceu a segunda reforma onde foi refeito o altar-mor. Em 1951, foi contruída a primeira torre com altura de 22 metros.

No dia 13 de abril de 1974, por volta das 04h00min, uma forte chuva provocou a queda da torre da igreja, necessitando assim da contrução de outra torre, o que alterou a carcaterística física estrutural, época em que houve também ampliação do templo.

Na década de 90 foi realizada nova reforma. Entre outros pontos, o piso foi retirado e trocado. No ano 2000 mais uma reforma marcou a história da igreja. Nesta, foram arredondas as portas, portais, janelas, e o forro de zinco substituído por material em PVC.

“O que nós queremos evitar é que a igreja venha novamente a cair, uma tragédia na nossa igreja, e o que a gente vê é que a igreja está prestes a cair. Nós trouxemos técnicos que conhecem sobre o assunto. Nosso desejo é trazer segurança e ampliação, fazer com que tenha segurança e um valor estético para o prédio”.

Comunidade participa de audiência pública

O padre enfatizou que deixará registrado em livro documental. “Estamos propondo a reforma porque prevemos o que vai acontecer futuramente. Estamos fazendo isso porque a igreja católica é muito responsável. Trouxemos o bispo diocesano, ele viu a situação da igreja, e o engenheiro responsavel é o Airton”, disse.

Sobre questionamentos de populares que querem que seja mantido o modelo atual da igreja, o padre Feitosa destacou que está tranquilo pelo que for decidido: uma simples reforma de sustentação da igreja como também uma reforma mais radical para deixar mais segura.

“Isso vai ficar registrado porque se futuramente vier a ruir, cair a igreja, não vai ficar sobre nossa responsabilidade porque fomos nós que fizemos uma reforma e depois essa igreja veio a ruir. Da nossa parte tira a responsabilidade e a responsabilidade fica para as pessoas que estão querendo uma reforma onde tecnicamente a gente vê que não é possível, mas estamos de coração aberto para receber aquilo que a população decidir”, declarou. “Enfatizo: queremos segurança para nosso povo”, completou.

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Padre Feitosa acrescenteu que se a reforma for aprovada virá um especialista para a restauração do alta-mor. “Vamos trazer toda a beleza do alta-mor original”.

“Essa é uma responsabilidade muito grande. Queremos fazer com muita dedicação. Não é qualquer coisa que queremos trazer para nossa igreja”.

Rachaduras em paredes da igreja

Na conclusão de sua oratória foram destacadas duas linhas de pensamento. A primeira sobre o conhecimento da história. A segunda é a preservação, porém, com segurança em primeiro lugar [….] “Daquela vez foi às 04 da manhã, mas dessa vez pode ser com pessoas que estejam em uma celebração eucarística”, frisou. “Queremos evitar uma tragédia”, reforçou agradecendo pela atenção.

Vereador Zé Filho, Andreson Rêgo e Beto

O padre destacou ainda em entrevista que para iniciar a reforma é importante saber os valores que serão gastos e a partir disso buscar a arreacdação desses recursos através de campanhas na comunidade.

Outra colocação feita pelo padre Feitosa é que já foram consultados especialistas em revitalização de igrejas antigas do Recife, capital de Pernambuco, que destacaram que o material utilizado anteriormente (técnica da montagens das paredes em pedras) na igreja de Bocaina, pode não ser adaptável com materiais de hoje em dia. Dessa forma não há garantia nos trabalhos, sobretudo a longo prazo, seria um paliativo, e com isso pode ocasionar desbamento do templo, em caso de conservação, fazendo reforço nas paredes e arco.

O engenheiro responsável pela reforma, Airton José da Costa Luz, participou da audiência e expôs imagens do pré-projeto de reforma da igreja que serão mostradas ao bispo diocesano Dom Plínio José.

Em entrevista ao Cidadesnanet.com Airton destacou a importância do trabalho e da reunião.

“É importante porque dá conhecimento à população e autoridades do símbolo da cidade que é a igreja […] é importante a comunidade tomar conheciemento e entrar no debate, saber se aceita, não aceita, se o melhor caminho é preservar o que tem ou ampliar. Essa discussão abre esse leque de oportunidades”.

Padre Feitosa e engenheiro Airton visitam Igreja Matriz

Airton frisou ainda que a igreja está com estado crítico de conservação.

“Seja qual for a opinião e decisão da população, alguma coisa tem que ser feita. O que tem lá para preservar mesmo seria a pia bastismal, a imagem e as pedras, porque o resto já sofreu diversas interferências. O prédio em si, uma parte já foi derrubada, refeita e a parte antiga está cheia de remendos e obras. O próprio teto já foi trocado pelo padre Pio na época. Temos estrutura de aço no vão central e nas laterais ainda de madeira, mas madeira velha com madeira nova. Então não tem sua originalidade na concepção da igreja. Seria uma oportunidade de fazer uma igreja mais bonita, maior, mais moderna e segura acima de tudo”, explica o engenheiro.

A palavra foi facultada para diversos participantes. Entre eles fizeram uso da tribuna, além dos já citados acima, o vereador, Domingos Sávis; o historiador, José Rodiney Leal Brito; o advogado Agrimar Rodrigues; o presidente do Conselho Econômico da Paróquia, Jonnes Barros; a idealizadora do Museu Neno de Bocaina, Joaquina Maria de Sousa (Quindô Marques); o devoto de Nossa Senhora da Conceição; Francisco de Carvalho; entre outros.


Acompanhe na íntegra a transmissão da Audiência Pública

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Veja mais fotos da audiência e da estrutura da igreja

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