Belém do Piauí
BELÉM | Barragem de Caboclo seca pela primeira vez 35 anos depois de construída

“Essa é uma imagem que deixa a gente triste”, disse o líder comunitário Francisco Felipe de Sousa, de 74 anos, ao ver totalmente seco o açude público Riacho do Padre, situado no povoado Caboclo, divisa entre os municípios de Belém do Piauí e Padre Marcos.
A represa foi construída pelo Exército Brasileiro, com o apoio da Sudene, através do Programa de Aproveitamento dos Recursos Hídricos do Nordeste. As obras tiveram início em julho de 1982 e durou quatro meses. Em março de 1983, o açude foi inaugurado em solenidade que contou com a presença do então Ministro do Interior, Mário David Andreazza. Poucos meses depois de inaugurada, a represa atingiu sua capacidade máxima de acúmulo de água – 2,2 milhões de metros cúbicos – e trouxe segurança hídrica para a região.
Chico Felipe, como é conhecido, afirmou que o povoado Caboclo surgiu a partir da construção da barragem. Segundo ele, parte do terreno para a construção da represa foi doado por sua família. “Aqui só tinha umas três casas. Depois que construiu a barragem, o povo começou a construir as casas também. A riqueza aqui era grande, tinha água para o povo, para os animais, para plantar. Era uma fartura”, disse.
Além da comunidade de Caboclo, por muitos anos, o açude do Caboclo foi responsável pelo abastecimento de água das cidades de Belém do Piauí e Padre Marcos e do povoado Riacho do Padre. Quando cheia, a represa se estendia por cerca de 3 km. “Água não era problema. Todos os anos o açude enchia e sangrava. Era uma festa. Vinha gente de toda a região se divertir aqui”, disse. Chico Felipe não soube informar com precisão a última vez que a represa transbordou. “Tá com uns três ou quatro anos que não encheu mais. As chuvas tão poucas e a quantidade de água de um ano para o outro ‘tava’ diminuindo, até que secou tudo”, pontuou.
O morador, que acompanhou a construção do açude desde a elaboração do projeto, visita ao terreno, construção e inauguração, se emocionou ao falar sobre a seca. “A gente fica triste e preocupado como vai ser daqui pra frente. Não tem água nem para os bichos. Aqui tem o criatório, o plantio. Agora tá todo mundo desanimado, sem saber o que fazer, correndo o risco de perder tudo. A maior riqueza da gente era essa barragem E agora nossa riqueza acabou. Tá aqui, a barragem seca”, disse Chico Felipe.
O líder comunitário disse que só resta pedir a Deus que mande chuva. Chico Felipe sugeriu que as Prefeituras dos dois municípios aproveitem a seca da barragem para fazer uma limpeza. “Aqui onde a gente está era fundo, mas hoje tá aterrado. Era bom os prefeitos se juntarem para tirar essa terra. Cada caçamba de terra que sair vai ser uma a mais de água quando chover”, disse.
Câmara solicita limpeza do açude
A Câmara Municipal de Belém do Piauí aprovou, em sessão realizada no dia 25 de agosto, um Requerimento proposto pelo presidente da Casa, Bernardino Carvalho, e subscrito pelos demais vereadores, solicitando do Governo do Estado do Piauí e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS, o desassoreamento do açude público Riacho do Padre.
Conforme o Requerimento, desde a sua construção, há 35 anos, a represa nunca passou por limpeza e está assoreado, perdendo grande parte da sua capacidade de acúmulo de água. Diante da seca total da represa, os vereadores cobram uma ação rápida do poder público, com o objetivo de devolver a capacidade de acumular água.
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