Connect with us

DESTAQUES

Chefe de vistoria do Detran ganhava até R$ 5 mil por dia em propina, diz delegado

Publicado

em

O delegado do 13º DP, Odilo Sena, informou durante coletiva de imprensa que o chefe da vistoria do Detran (Departamento de Trânsito do Piauí) chegava a ganhar até R$ 5 mil por dia em propina. 

Nesta quinta-feira, a Polícia Civil deflagrou operação para prender 21 pessoas envolvidas no golpe da venda de “carro fake”. A operação Hidra de Lerna é para colher provas na investigação contra uma organização criminosa responsável por fraudes na comercialização de veículos e confecção de documentos falsos. 

“Sem a atuação do servidor no sistema, a organização criminosa não teria documento, temos informações no inquérito policial que dão conta de que o chefe da vistoria recebia de R$ 1 mil  a R$ 5 mil  por dia e cada processo de primeiro emplacamento era em torno de R$ 200 a R$ 250, isso sem falar nas vendas dos decalques, que o chefe de vistoria vendia para despachantes”, explica Odilo Sena.

Além da prisão do chefe de vistoria do Detran, outros dois funcionários também foram presos. Até o momento, 15 pessoas estão presas entre empresários, despachantes e outros suspeitos.

Como funcionava o esquema criminoso

Publicidade

De acordo com o titular do 13º DP, delegado Odilo Sena, a organização criminosa criava uma empresa falsa para conseguir roubar chassis de carros novos e gerar a documentação do veículo “fake”.

“Na montagem do processo inicial era criada uma empresa fantasma e essa empresa se transformava numa certificadora digital e com isso ela poderia via sistema, ir buscar pequenas e médias empresas, que tinham uma segurança cibernética mais vulnerável, e com o hacker entrando no sistema, subtraiam o número de um chassi, montava um processo administrativo e esse carro era emplacado em outro lugar”, explica.

Através dos servidores presos do Detran, era expedido o documento de emplacamento do veículo, porém, na realidade, não havia um carro de verdade, e por isso, as fases de vistorias não eram realizadas.

“Se você comprar o veículo um veículo, o carro deve para aparecer em dois momentos lá no Detran ou na empresa responsável, no primeiro momento na vistoria e no último momento na fase do emplacamento, se o veículo não existe, é porque alguém deixou passar  

Com a documentação expedida pelo Detran em mãos, a organização criminosa lucrava aplicando os golpes em agências bancárias e até em pessoas físicas.

Publicidade

“No sistema bancário, com o documento em mãos, com um celular, o primeiro proprietário contratava um laranja para criar uma transação falsa, onde a pessoa que estava comprado o veículo dava um valor de 40% a 60% do veículo, geralmente os veículos eram de alto valor, e o banco, observando que a pessoa pagava, ele entendia que a pessoa podia passar as prestações vindouras e isso era o grande mote do crime porque o primeiro proprietário recebia os empréstimos”, ressalta o delegado Odilo Sena.

Atualizada às 9h20

A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quinta-feira (30) a operação ‘Hidra de Lerna’, com objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por fraudes na comercialização de veículos e confecção de documentos falsos. O 13º Distrito Policial, responsável pelo inquérito, estipula que o prejuízo às vítimas chegue em torno de R$ 150 milhões somente no Piauí.

“O prejuízo em relação a este inquérito é em torno de 12 milhões de reais, mas nós acreditamos que só no estado do Piauí gire em torno de 140 a 150 milhões”, explica o delegado Odilo Sena, titular do 13º DP. 

Até o momento, 14 pessoas já foram presas, incluindo dois servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), empresários e outros agentes públicos. Ao todo, foram expedidos 21 mandados de busca, apreensão e prisão temporária. 

“Foram expedidos 21 mandados entre busca e apreensão e de prisão temporária. Essa é a sexta fase da operação, na verdade. As outras foram coisas pontuais, porque a gente não estava entendendo a situação e quando a gente se deu conta era esse alvoroço todo que causou um enorme prejuízo, tanto para a pessoa física, jurídica, como para o Detran”, explicou Odilo Sena.

Publicidade

Fonte: Cidade Verde

Facebook

MAIS ACESSADAS