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CONSCIÊNCIA NEGRA | Negritude picoense realiza Manifesto Zumbi Vive

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Em alusão ao Dia da Consciência Negra, vários segmentos liderados por negros uniram-se na noite desta quarta-feira (19), na Praça Josino Ferreira, a fim de realizaram um Manifesto chamado “Zumbi Vive”, um dos principais líderes negros no período da escravidão.

Apresentações de maculelê, capoeira, dança afro, umbanda e recitação de poesias foram alguns dos tipos de manifesto.

Segundo Nega Mazé, coordenadora dos Direitos da Mulher, e lutadora pela questão dos negros em Picos, mesmo a passos lentos, os negros têm conseguido conquistar alguns benefícios para a raça.

Nega Mazé

“Hoje é um dia muito significativo para a raça negra. Ainda temos muito o que lamentar, mas já temos pontuado algumas conquistas, como tornado esta data como lei, e não apenas um momento folclórico, como era trabalhado nas escolas, sem nenhuma significância, apenas como um ato histórico. É importante frisar que não é apenas em 20 de novembro que devemos nos juntar, mas no dia a dia, para nos impormos contra qualquer tipo de racismo”, declarou.

O artista picoense Sávio Barão também é um grande defensor das causas para negros. Com sua vestimenta sempre ao estilo “africano de ser”, ele carrega no exterior a demonstração do sangue que corre nas veias. Totaliza em três décadas seu período de luta por sua raça.

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Sávio Barão

“A gente sabe que as coisas engatinham, mas são 30 anos de luta negra. Tenho 57 anos de idade e nunca deixei de lutar. Tenho como linha de pensamento os meus ancestrais: bisavó, avós, pais, tios. São pensamentos que vêm de longa data e que hoje vemos que as pessoas aprendem a nos respeitar pelo nosso posicionamento que também é de respeito, mas de luta por igualdade. Nenhum benefício que veio para o negro veio de graça, muitas lutas precisaram rolar e muitas ainda rolarão para que consigamos mais e mais o nosso espaço”.

Edimar Ferreira é membro do Coletivo Multiplicidade. Há alguns meses ele tem, toda sexta-feira, levado a arte em forma de poesia para a Praça. Em alusão ao Dia da Consciência Negra, ele e seus companheiros de luta apostaram nos escritores negros que, segundo ele, são de grande importância para a literatura do país, mas que foram pouco divulgados.

Edimar Ferreira

“Como a gente já tem um trabalho desenvolvido aqui na cidade na área literária, resolvemos aproveitar a data para divulgarmos autores da nossa literatura, os quais são negros e muito importantes, com nomes reconhecidos na literatura brasileira, mesmo com nomes pouco divulgados”, disse ele.

Membro do Grupo Cultural Adimó, Rita de Cássia é uma jovem de 16 anos que vem chamando a atenção nos palcos da cidade e estado. Com cabelo assumidamente afro, a adolescente disse que deixou de “se esconder” de quem era há quatro anos, quando entrou no GCA, assumindo assim, sua verdadeira identidade.

Rita de Cássia

“Desde que entrei no projeto há quatro anos e vi as meninas com cabelos cacheados, fiquei com vontade de ter o meu assim também. Eu já tinha tido, quando era menor, mas a gente se esconde, né? E eu me escondia, pois naquele tempo a sociedade não aceitava quem tivesse cabelo cacheado. E hoje estou aqui, mostrando quem realmente eu sou, mostrando a minha verdadeira beleza e não a que a sociedade impõe. É preciso determinação, autoconfiança e amor próprio para não deixar que os preconceitos desestimulem nossa caminhada”, afirmou.

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