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Desejo de escrever livro e 1ª da família no ensino superior: saiba quem era a jovem morta após calourada na UFPI

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O corpo de Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, foi velado neste domingo (29), no bairro Parque Brasil I, Zona Norte de Teresina. A jovem morreu após ter o pescoço quebrado, segundo o delegado Francisco Costa, o Barêtta.

O crime teria acontecido depois de uma calourada na Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Amigos e familiares se emocionaram durante a despedida. Ao g1 a cunhada Andreza Almeida contou que Janaína era uma estudiosa e sonhava em escrever um livro. Ela foi a primeira da família a ingressar no ensino superior.

“Era muito estudiosa. Só vivia pra estudar. Gostava muito de ler, falava que um dia iria escrever um livro. Assim que entrou na universidade, precisava muito de um computador e, sem ter condições, começou a fazer bolos no pote pra vender e conseguir comprar”, contou.

“A mãe dela fazia de tudo pra ajudar. A mãe saia de um lado, Janaína pra outro pra vender os bolos. Até que conseguiu juntar o dinheiro e comprar o tão sonhado computador. Falava que só ia estudar pra tirar a mãe dela da vida de miséria”, relembrou Andreza.

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Em uma rede social, Janaína compartilhava poemas de autoria própria. A última publicação, feita em 2 de janeiro deste ano, inicia com o verso: “anseio o que o futuro tem pra mim”. Veja abaixo:

Corpo de jovem morta após calourada na UFPI é velado em Teresina: ‘só vivia pra estudar’ — Foto: Reprodução

O sepultamento da jovem está previsto para as 16h30.

Morta após estupro

Um laudo preliminar do Instituto de Medicina Legal de Teresina (IML) confirmou violência sexual contra a jovem Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, que ocorreu após calourada na Universidade Federal do Piauí. Segundo o coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, a vítima também teve o pescoço quebrado.

Ao g1 o delegado informou que, conforme médicos legistas, Janaína chegou morta ao Hospital da Primavera, localizado na Zona Norte de Teresina. Ela apresentava lesões no rosto e em diversas regiões do corpo.

De acordo com Barêtta, a jovem foi violentada em uma sala do Programa de Pós-Graduação em Matemática, no Centro de Ciências da Natureza (CCN) da UFPI. No local, foram encontrados uma mesa e um colchão com vestígios de sangue. Os materiais foram apreendidos.

Um jovem, também estudante da UFPI, foi detido suspeito do crime. Conforme o delegado, o rapaz relatou que Janaína passou mal durante uma relação sexual.

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“O que sabemos é que um vigilante da instituição avistou o rapaz saindo da sala, com a moça nos braços. O vigilante viu as roupas do rapaz sujas de sangue, disse ‘ei, o que tá acontecendo aí?’ e o rapaz disse ‘minha amiga passou mal, tô levando pro hospital’. O vigilante então deteve ele, chamou reforço e, de carro, foi com os dois até o hospital”, contou.

“Esse rapaz relatou que teve relações sexuais consensuais com a vítima duas vezes. Disse que na terceira vez, ela desmaiou. Ele pensou que fosse normal e dormiu depois. Disse que quando acordou, tentou prestar o socorro. Mas estamos investigando o contato dele com uma pessoa. Pode ser que ao sair da sala, ele não estivesse indo ao hospital. Acho que ele sabia que ela estava morta e pode ter entrado em contato com alguém pra pedir ajuda pra descartar o corpo”, completou o delegado.

“Os ferimentos indicam um homicídio qualificado, um crime hediondo, em que o feminicídio pode ser apenas uma das qualificadoras”, concluiu Barêtta.

Festa não autorizada

Polícia investiga morte de estudante após calourada na UFPI — Foto: TV Clube

Polícia investiga morte de estudante após calourada na UFPI — Foto: TV Clube

A Universidade Federal do Piauí (UFPI) informou que a administração não havia autorizado a festa realizada na sexta-feira (27). Em nota, a instituição afirmou ainda que está colaborando com as investigações e que vai buscar imagens de câmeras de segurança para ajudar. A instituição declarou que desaprova condutas que coloquem em risco estudantes, professores ou funcionários.

Segundo o Diretório Central dos Estudantes, contudo, as atividades culturais promovidas dentro da instituição nunca precisaram ser diretamente comunicadas, já que são realizadas em espaço destinado às ações estudantis.

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O DCE destacou, ainda, que uma luta antiga do Diretório é mais segurança para os estudantes, que têm constantemente relatado assaltos e outros crimes dentro do campus em Teresina. Conforme a entidade, a guarda da UFPI é majoritariamente patrimonial, e não contempla a necessidade de segurança da comunidade acadêmica.

Fonte: G1 PI

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