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Enfermeiros do HRJL promovem manifestação em Picos; classe continua em greve

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Na manhã desta terça-feira (09), os enfermeiros efetivos do Hospital Regional Justino Luz promoveram uma manifestação em busca dos direitos para a classe que não estão sendo respeitados pelo Governo do Estado.

Desde a última quinta-feira (04), o sindicato local dos enfermeiros aderiu à greve que já se instaurou em todo o Estado desde o dia 02 de abril. De acordo com Maria Eliete Pereira, enfermeira sindicalista e uma das enfrentantes do movimento em Picos, relatou que a reivindicação principal é o reajuste salarial que não foi concedido nos últimos sete anos pelo Governador Wellington Dias.

“Nós estamos em greve desde o dia 02, só que a cidade de Picos só aderiu dia 04. Então, as pautas são as mesmas em todo o Estado. Nós estamos há sete anos com as mesmas reivindicações, porque o Governador do Estado, infelizmente, não nos atende, não nos recebe. Era para termos uma reunião agora que, mais uma vez, foi cancelada. As pautas que a gente reivindica são abrangentes. É para o Estado do Piauí inteiro. Quero dizer que não somente a cidade de Picos, mas todos os hospitais regionais de nosso Estado estão em greve. Aderiram à greve os profissionais da enfermagem que são os enfermeiros e técnicos. Nós estamos reivindicando o Plano de Carreira e Salário para que a gente possa, com isso, ter reajuste salarial, pois desde 2012 estamos sem reajuste. Você sabe que todo ano o salário é reajustado, então já engoliu o vencimento de quem entrou de 2012 para cá. Reivindicamos também que ele cumpra o enquadramento para que as pessoas possam se aposentar. Para que as pessoas tenham uma ideia, existem funcionários que estão com quase 70 anos de idade trabalhando que não podem se aposentar devido a ter perdas salariais. Pela salubridade, adicional noturno, pelas progressões, pelas promoções, porque o funcionário estudou e se capacitou para que progrida na carreira, pois quando você se capacita, aperfeiçoa o seu trabalho e deve ganhar um pouco mais. Isso é o justo”, argumentou ela.

Eliete parabenizou ainda a categoria pela união em realizarem a greve, visto que a cidade de Picos é pequena e que isso pode ter uma espécie de represália pelo poder público ou sociedade. Ela disse ainda que a luta não é apenas pelos efetivos, mas pelos contratados que não podem se manifestarem.

“Quero parabenizar a todos os enfermeiros e técnicos que estão unidos e tiveram a coragem de enfrentar uma greve em uma cidade pequena como a nossa. Além do reajuste, estamos reivindicando os problemas específicos do Regional. Aqui temos os contratados e sabemos que eles estão há quase cinco meses sem receberem o salário. E a gente sabe que eles só têm esse serviço para sustentar a família. Então fica muito ruim você trabalhar em um local sem receber o pagamento. Um dos motivos pelo qual a gente trabalha é para sustentar a família”, declarou ela.

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A enfermeira, em entrevista ao Cidadesnanet, fez um apelo para o Governador Wellington Dias, a fim de que ele receba a categoria, converse com os líderes e cumpra com as promessas que vem fazendo durante os últimos sete anos para a classe.

“A gente quer fazer um apelo ao Governador do Estado, para que nos receba e atenda às nossas demandas porque são sete anos de um trabalho escravo, nos sentimos marginalizados dentro dos hospitais. Quando falta a medicação, falta atendimento, a cara que está lá na frente, as pessoas que recebem o impacto pior é a enfermagem. Somos nós que estamos lidando diretamente com o paciente”, disse Eliete.

Ela falou ainda que a classe tem consciência de que, por mais que o trabalho esteja sendo prejudicado pela falta de profissionais, ele não foi totalmente abandonado, pois, por lei, é preciso que 30% do efetivo esteja trabalhando. Eliete disse que os atendimentos, em sua maioria, só estão sendo feitos para os casos de urgência. Ela pede ainda a compreensão da sociedade e que a população enfrente essa luta juntamente com os técnicos, pois a melhoria é para todos.

“Sabemos que tem um quantitativo que tem que ficar trabalhando no hospital. Então, como é um hospital de urgência, nós atendemos os casos urgentes. Aquelas classificações azul e verde vão demorar um pouco mais para serem atendidas, pois priorizaremos as de urgência. Os médicos também estão nos ajudando não realizando as cirurgias eletivas. Infelizmente, para a gente adquirir um direito que é da gente, acaba que interferindo no atendimento da sociedade, mas é preciso que ela entenda que nós estamos buscando um bem geral, um atendimento melhor, mais medicamentos. Pedimos que a população entenda que a gente está nessa luta também por eles”, concluiu ela.

Imagens do Hospital Regional enviada por enfermeiros

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